Mãe de uma menina de apenas 4 meses com Síndrome de Down, a francesa Caroline Boudet diz que, desde que a pequena Louise nasceu, ela vem enfrentando um grande número de comentários insensíveis e maldosos em redes sociais.
A jornalista decidiu, então, usar o Facebook para publicar uma lista de declarações inapropriadas que as pessoas deixam na sua conta ao se depararem com fotos da filha, como uma forma de fazer as pessoas pensarem um pouco antes de fazer qualquer comentário.
“Esta é minha filha, Louise. Ela tem 4 meses, duas pernas, dois braços e um cromossomo a mais”, diz ela no início do texto, antes de explicar porque tanto ela e a filha são estereotipadas pelo comentários desastrosos.
“Não diga à mãe dela: ‘Como ela é um bebê com Down, ela vai... etc.’ Não. Ela é um bebê de 4 meses que por acaso tem síndrome de Down. Não é o que ela É, mas o que ela TEM. Você nunca diria ‘Ela é uma criança cancerígena’.”
Caroline lista outros tantos equívocos comuns que recebe nas redes sociais ou quando passeia com a filha (leia a íntegra do texto abaixo) e desabafa: “Eu sei que se você nunca passou por isso, não pensa a respeito, mas as palavras importam. Elas podem tanto confortar quando machucar.”
A jornalista também explica que não costuma deixar as publicações de sua página abertos ao público, mas decidiu deixar esse para que as pessoas leiam e compartilhem se quiserem. “Porque a cada ano (na França) há 500 novas ‘mães de Louise’ que podem ter seu dia arruinado por esse tipo de palavras.”
Até a tarde desta quarta (10), o texto havia recebido mais de 14 mil “likes” e foi compartilhado mais de 28 mil vezes.
Leia a íntegra:
“Esta é minha filha, Louise. Ela tem 4 meses, duas pernas, dois braços e um cromossomo a mais”, diz ela no início do texto, antes de explicar porque tanto ela e a filha são estereotipadas pelo comentários desastrosos.
Não diga à mãe dela: ‘Como ela é um bebê com Down, ela vai... etc.’ Não. Ela é um bebê de 4 meses que por acaso tem síndrome de Down. Não é o que ela É, mas o que ela TEM. Você nunca diria ‘Ela é uma criança cancerígena’.
Por favor, quando encontrar uma Louise, não pergunte à mãe: ‘Não foi detectado durante a gravidez?’ Provavelmente foi, e os pais tomaram a decisão de manter o bebê. Ou se não foi e a surpresa foi grande o bastante para que eles não precisem ser lembrados. Tenha em mente que as mães tem uma tendência de se sentirem culpadas por qualquer coisa, então um cromossomo extra não previsto... Eu não preciso explicar.
Não diga à mãe dela: ‘É sua filha, da maneira que for.’ Não, é minha filha, ponto. Mais: ‘damaneiraquefor’ é quase uma palavrão; prefiro chamá-la de Louise.
Não diga à mãe dela: ‘Como ela é um bebê com Down, ela vai... etc.’ Não. Ela é um bebê de 4 meses que por acaso tem síndrome de Down. Não é o que ela É, mas o que ela TEM. Você nunca diria ‘Ela é uma criança cancerígena’.
Não diga: ‘Eles são assim ou assado.’ Cada um ‘deles’ têm suas características, personalidade, gostos, vida. ‘Eles’ são tão diferentes entre si do que você de seu vizinho.
Eu sei que se você nunca passou por isso, não pensa a respeito, mas as palavras importam. Elas podem tanto confortar quando machucar. Então, apenas pense um pouco, especialmente se você é um médico ou enfermeira de qualquer tipo.
Eu normalmente não deixo meu status ‘público’ no Facebook, mas esse post vai ser. Você pode ler e compartilhar, se quiser. Porque a cada ano (na França) há 500 novas ‘mães de Louise’ que podem ter seu dia arruinado por esse tipo de palavras. Eu sei que você não quer ser magoar. Mas você precisa saber disso.”