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Pesquisa inédita aponta que 7 em cada 10 brasileiros são contra o aborto em qualquer circunstância

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Cerca de 7 em cada 10 brasileiros é contra a descriminalização do aborto em qualquer circunstância (Foto: Thinkstock)

No Brasil, a opinião pública ainda é majoritariamente contrária à descriminalização do aborto, segundo uma pesquisa realizada recentemente pela agência Hello Research. Dos mil entrevistados, com mais de 16 anos, em 70 cidades do país, 72% de posicionaram contra a medida em qualquer circunstância, e apenas 15% se colocaram a favor.

“A pesquisa foi feita porta a porta e as pessoas foram escolhidas aleatoriamente”, conta Davi Bertoncello, presidente da empresa. “Ela é um ótimo termômetro para verificar como pensa a população sobre temas polêmicos. Quanto mais informação e estatísticas temos, mais alto será o nível de debate na defesa de qualquer ponto de vista.”

Quando a pergunta foi direcionada aos casos de gravidez oriunda de estupro, o resultado praticamente se dividiu, considerando os 3% de erro amostral: 44% disseram ser a favor neste tipo de situação.

A pesquisa ainda mostra que nas classes D e E encontram-se o maior número de pessoas avessas à legalização - 51% são contra em caso de estupro e 75% em qualquer situação. Quando o recorte foi feito por idade, os mais jovens, de 25 e 34 anos, são os mais favoráveis à medida – 49% para casos de estupro e 19% em qualquer circunstância. O número cai à medida que a faixa etária aumenta.

O aumento do debate público sobre o tema, assim como o relatório recente liberado pelo Ministério da Saúde (MSP) do Uruguai sobre o período de vigência da lei que legaliza a interrupção da gravidez no país contribuiu para a realização da pesquisa.

No país vizinho, o total de abortos legais realizados subiu 20% em 2014, se comparado aos números de 2013. A lei foi aprovada em 2012. Em contrapartida, cresceu 30% o número de mulheres que desistiu de interromper a gravidez após dar início ao processo de aborto legal.

“O que nos surpreendeu foi o aumento de desistências, que demonstra que a lei vem cumprindo seu papel. Não é uma lei que promove o aborto, mas a reflexão. Isso mostra que muitas mulheres que solicitam o aborto não têm certeza e que as consultas obrigatórias com a equipe interdisciplinar, formada por psicólogos e assistentes sociais, além do ginecologista, estão sendo efetivas”, disse à Agência Efe a ginecologista e ex-diretora de Saúde Sexual e Reprodutiva no MSP, Leticia Rieppi.

 


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