Peça-chave do guarda-roupa feminino (e masculino), o jeans passeia por todos os estilos e ocasiões, e se reinventa de tempos em tempos. Desde a sua criação, há 141 anos, por Levi Strauss, como a roupa de trabalho dos mineradores do oeste dos Estados Unidos, ele nunca mais deixou de figurar entre os vestuários das décadas, se transformando então em um clássico indispensável, versátil e democrático. Não à toa, o estilista Ives Saint Laurent afirmou certa vez: “Gostaria de ter inventado o jeans: a mais espetacular, prática, descontraída e casual das peças. É expressivo, modesto, tem sex appeal e simplicidade - tudo o que desejo para as minhas roupas”.
Em 1873, quando surgiu, a exigência era básica: os operários das minas de ouro necessitavam de uma roupa que oferecesse essencialmente durabilidade para resistir ao trabalho pesado. Foi só então nos anos 70, quando Calvin Klein colocou a primeira calça feita de denim na passarela que o jeans virou ícone de moda e logo caiu no gosto dos jovens da época. “Para isso, foi preciso oferecer mais do que durabilidade. A beleza do tecido e uma modelagem que se adaptasse a cada tipo de corpo foram os novos atributos considerados pelo estilista e exigido pelos novos consumidores”, conta Robson Ferreira, gerente de produtos ready to wear da marca LYCRA®.
Mas foi como símbolo da juventude descolada dos anos 80, que o jeans realmente evoluiu. “A principal mudança na história do jeanswear aconteceu nesta época, quando o consumidor passa a exigir que a peça alçada ao posto de artigo de moda ofereça não só beleza e durabilidade, como também conforto. Surgiu assim o fio LYCRA®, que passa a ser usado junto com o algodão”, acrescenta Robson. Dai em diante, a evolução caminha por duas vertentes que se completam - a da modelagem e a da tecnologia.
OS NOVOS MODELOS
A calça tradicional, com cintura no lugar e corte reto, foi um dos primeiros modelos a se popularizar. Ganhou fama, principalmente, nos anos 50. Por acompanhar as linhas do corpo, veste bem a maioria das pessoas e, por isso, é a mais vendida até hoje.
Na década de 60, a cigarrete entra em cena com sua cintura mais baixa, modelagem justinha e comprimento na altura do tornozelo. Adorada por Brigitte Bardot, ela atravessou gerações e hoje ocupa a terceira posição do ranking de modelos mais vendidos.
Já nos anos 70, a flare ou boca-de-sino, com sua cintura alta e boca ampla, virou febre entre os jovens. “Hoje, cerca de 10% das mulheres vestem essa modelagem, tendência que pode crescer devido à influência da novela Boogie Oogie”, justifica Robson. “Uma pesquisa do IBOPE Inteligência mostrou que 46% dos consumidores se influenciam pelo que veem na TV.”
Depois, nos anos 80 e 90, as baggy e semibaggy entraram na moda junto com as lavagens mais detonadas. É o momento do despojamento grunge, que preza por roupas confortáveis. Logo na sequência, em 2000, foi a vez da skinny surgir e se instalar de maneira avassaladora. “O consumo deste modelo vem crescendo muito. Há cinco ou dez anos, a tradicional reinava absoluta. Hoje, a skinny já divide mercado com ela e se mostra cada vez mais como a modelagem que, em breve, deve ocupar a primeira posição do ranking das mais aceitas e consumidas”, diz o especialista. “É o fio LYCRA® que proporciona a valorização do corpo da mulher nesse modelo que, por ser ajustado ao corpo, costuma valorizar bumbum, pernas e quadril. Estes três atributos somados atendem a 88% do que as mulheres têm em mente na hora de comprar um jeans.”
AS NOVAS TECNOLOGIAS
Quando surgiu, a calça jeans era feita de 100% algodão. Mas assim que a busca pelo conforto entrou em cena, o denim passou a conter uma mistura de algodão e fio LYCRA®. “Agora, a gente já conta com duas novas tecnologias”, revela Robson.
Uma das tecnologias da marca LYCRA® pode conferir um nível de stretch ao tecido capaz apenas para proporcionar a sensação de conforto ao consumidor. “A ideia é oferecer conforto suficiente e perceptível, sem necessariamente ser uma peça completamente justa ao corpo. Por isso, é usada com frequência em peças masculinas ou nos modelos femininos que não precisam de tanto stretch, como a calça reta e a baggy”, explica o especialista. “Esta tecnologia garante alta durabilidade à peça, principalmente quando se trata de lavagens mais agressivas, que figuram entre as tendências de moda e atraem o consumidor pelos olhos”, acrescenta.
Já a última tecnologia da marca LYCRA® oferece uma mistura de duas fibras elásticas. “Abre-se uma fibra de algodão e colocamos lá dentro os dois fios. O resultado é de máximo conforto e muito mais stretch. Por isso, é o mais indicado para o público feminino”, explica ele. Não à toa é a mais indicada para o adorado skinny, que valoriza os principais atributos da mulher brasileira.
Como dizia Andy Warhol: “Eu quero morrer de jeans”.