O que torna alguém “bonito”? A pergunta já havia sido feita pela jornalista Esther Honig no seu projeto “Antes e Depois”, que enviou uma imagem inalterada do seu rosto para cerca de 40 profissionais de mais de 25 países com uma missão: "Me tornem bonita”. A variedade dos resultados recebidos – com Esther ganhando pele mais clara ou escura, maquiagem e até modificações na estrutura do seu rosto- desafiou os padrões de beleza feminina.
Mas quando outra jornalista, Priscilla Yuki Wilson, resolveu repetir a experiência, descobriu que sua identidade birracial causou ainda mais diferenças nos resultados. “Diferente dos resultados de Esther, que teve o rosto usado como uma tela em branco para expressar vários padrões diferentes de beleza, percebi que meu rosto na verdade foi um desafio para a aplicação do Photoshop em si”, Priscilla escreveu em seu blog pessoal. “Como uma mulher mestiça, não há padrão de beleza que se encaixe facilmente no meu rosto.”
Ao receber o resultado de designers de 18 países, Priscilla, que é filha de mãe japonesa e pai negro, disse ter se surpreendido com a variedade de expectativas que cada cultura tem sobre a mulher e o quanto esse padrão é universalmente difícil de alcançar.
“Eu vivo numa cultura que ainda está se adaptando ao meu tipo de rosto”, ela afirma. “Desde pequena, fui ensinada que meu tipo natural não cumpre as normas convencionais estabelecidas pela sociedade, que afirmam que pele clara é melhor, que cabelo liso é mais atraente e que ser magra é bom”, diz.