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Treino de alta intensidade mantém o metabolismo acelerado pós-treino, diz pesquisa

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Parece mágica, mas é pura ciência. Pesquisadores da Universidade de Wisconsin, nos EUA, descobriram que, após a prática de qualquer atividade física de altíssima intensidade, como corrida, pedalada ou corda, o corpo segue queimando calorias por até 38 horas - mesmo que esteja em repouso absoluto durante todo esse período.

Fitness (Foto: Trunk archive)

 

Para chegar a esse número, testaram um grupo de sete pessoas. A prova começou com um circuito de alta intensidade que durou 30 minutos. Após o treino, todos foram submetidos a exames de VO2 máximo, análise que detecta a quantidade de oxigênio que os pulmões conseguem armazenar e devolver ao sangue. Os resultados estavam significativamente elevados, mesmo com o corpo em repouso. Com isso, deduziram que o gasto calórico também se manteve alto.

A personal trainner Cau Saad, de São Paulo, resolveu adaptar o método para dar um boost na série de alunos com bom condicionamento. Criou o “Desafio da Cau”, com exercícios superintensos (corrida, pedalada ou corda) que duram seis minutos e são aplicados no fim dos treinos regulares. “Dessa maneira, eu mesma consigo perder 890 calorias. Se ficasse apenas no primeiro estágio, seriam 670”, diz. “A queima ainda continua durante o dia, não na mesma intensidade, mas sem dúvida é significativa.” 

Para o médico Páblius Staduto Braga, coordenador do Centro de Medicina do Exercício e do Esporte do Hospital Nove de Julho, de São Paulo, esse período é variável, mas atinge seu ápice duas horas depois do treino. O processo é conhecido como efeito Epoc (excess post-
exercise oxygen consumption, em inglês) e, na prática, significa a quantidade de oxigênio que o corpo consome para retomar o equilíbrio depois de atividades físicas.

Chico Salgado, do Rio de Janeiro e personal de celebridades como Sabrina Sato, Grazi Massafera e Giovanna Ewbank, também acredita no potencial do efeito Epoc e recomenda treinos pesados de musculação, corrida ou pedaladas em alta rotação. “Correr durante 30 minutos, com frequência cardíaca de 80%, por exemplo, pode manter o corpo trabalhando por até oito horas depois do término do exercício.”

Aos interessados em aderir ao método, o primeiro passo é fazer o teste de VO2 máximo e, após o resultado, encontrar um expert que monte um treinamento individual, combinando o aumento de intensidade com a capacidade respiratória. Essa avaliação física detalhada é imprescindível: trabalhar acima de seus limites sem acompanhamento profissional pode causar lesões físicas e riscos cardiovasculares irreversíveis.


Fã de hábitos saudáveis, Meghan Markle ajudou Harry a parar de fumar

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Meghan Markle e o príncipe Harry (Foto: Getty Images)

 

Há poucos dias do casamento real, a atriz Meghan Markle está ocupada não só com a própria cerimônia, mas também em ajudar o príncipe Harry a se livrar de alguns hábitos ruins antes que a união seja oficializada.

Segundo a Vanity Fair, o filho do príncipe Charles parou de fumar em consideração à futura esposa, e também decidiu mudar um pouco a rotina para manter uma vida mais equilibrada.

Apesar do nervosismo em relação ao casamento - o que por si só seria motivo o suficiente para continuar fumando - o príncipe decidiu seguir a orientação de Meghan e lagar por completo o hábito do tabaco, simplesmente porque ela não aguenta o vício.

Além disso, ele também teria deixado de consumir tanto carboidrato e inserindo alimentos mais completos na sua alimentação diária, como quinoa e couve. Meghan é conhecida por sua alimentação super balanceada - e por ser fã de alimentos que ajudam na manutenção do corpo, como verduras e legumes - e supostamente esvaziou por completo a geladeira do noivo quando se mudou para o Nottingham Cottage, onde ele mora. Inclusive, ela ajudou Harry a deixar de comer fast food e comidas que são muito gordurosas - e até ajudou o príncipe a começar a praticar yoga.

Eu, leitora: "Tornei-me muçulmana por convicção”

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Eu, leitora: "Tornei-me muçulmana por convicção” (Foto: Debashis Biswas on Unsplash)

 

Meu primeiro emprego foi aos 16 anos, a contragosto do meu pai — um militar machista e ciumento, que nunca deixou minha mãe trabalhar. De vez em quando me dava mesada, mas eu queria ter independência financeira e fazer uma poupancinha. Sempre fui obstinada e dedicada. Até terminar a faculdade, trabalhei e estudei ao mesmo tempo. Durante o fim da adolescência e começo da vida adulta, quase não pensava em namorar e raramente ia para a balada atrás de algum paquera porque vivia cansada de tanto estudar e trabalhar.

Conheci o meu primeiro namorado por causa de uma foto. Eu tinha 18 anos e uma amiga em comum mostrou uma fotografia minha a um rapaz chamado Amaral. Ele quis me conhecer e ela deu meu telefone. Passamos três meses conversando até criarmos coragem para marcar um encontro. Foi amor à primeira vista. Ficamos dois anos juntos e foi com ele que perdi a virgindade, aos 19. Levei o rapaz uma vez à minha casa, mas meu pai, ciumento que é, não gostou dele. Para evitar confusão, passamos dois anos nos encontrando às escondidas. Ele me deixava na esquina para meu pai não vê-lo. Estava apaixonada e sonhava em me casar, mas ele não queria se casar antes de ter um bom emprego e uma casa. O namoro esfriou e nos separamos logo que passei no vestibular para administração de empresas.

Durante a faculdade, tive poucos relacionamentos. A maioria dos garotos não queria nada sério. Isso me desanimava a paquerar. Nessa época, comecei a trabalhar em um instituto de sustentabilidade e descobri minha vocação. Um ano depois de formada, tinha comprado meu apartamento, estava empregada na área de que gostava e satisfeita com a vida. Por causa do trabalho, me vi sozinha no feriado de Réveillon. Todos que conhecia estavam fora da cidade ou em algum programa familiar. Entediada, decidi ir passar a virada do ano vendo os shows na Avenida Paulista, em São Paulo, onde moro. No fundo, tinha o objetivo de encontrar um namorado naquela noite.

Vesti até uma saia vermelha para dar sorte e fui, meio receosa, meio animada. Encontrei um casal jovem no metrô e logo fiz amizade com eles. Durante a noite, acabei desistindo de encontrar um namorado e fiquei curtindo os shows. Quando voltávamos para o metrô, percebi que um rapaz estava me olhando. ‘Achei você muito bonita’, disse ele. Eu também tinha gostado dele e abri um sorriso. Ele se aproximou e disse que seu nome era Mohammad. Não dava para perceber que ele era estrangeiro pela aparência. Tinha um sotaque carregado, mas falava bem o português, pois vivia no Brasil havia quatro anos. Apresentou os amigos e contou que eram todos iranianos. Eu e minha nova amiga nos olhamos e falamos baixinho: ‘São homens-bomba’. Na época, tinha todos os preconceitos comuns em relação ao mundo árabe. Mesmo assim, não resisti quando ele pediu meu telefone. Ele me ligou e marcamos um encontro em um shopping. Ficamos conversando sobre nossas vidas e descobri que ele era xiita. Confesso que, na hora, não entendi direito o que aquilo significava. Mais tarde, fui saber que era a divisão do islã que concentra os grupos mais radicais, embora nem todos os xiitas sejam fanáticos. A família dele era do Irã e os tios moravam no Brasil. Por isso, Mohammad tinha vindo tentar a vida no país.

Nossa relação começou de forma leve e natural. Nunca senti que nos casaríamos, pois sabia que ele iria acabar com alguém da cultura dele. A relação era tão boa que continuei levando. Ele me falava do país dele, dos costumes, me ensinava a fazer comida iraniana, e eu ficava cada vez mais encantada com a maneira que ele via o mundo. Eu o via rezar voltado para Meca e achava a fé dele muito bonita. Foi quando comecei a estudar a cultura islâmica, sem ele saber. Queria saber tudo sobre o islã e a cultura do Irã. E o principal, queria entender como eram as mulheres iranianas, minhas rivais imaginárias.

Compreendi que, para os muçulmanos, os relacionamentos são mais sérios do que para os brasileiros. Conhecer alguém e envolver-se é algo que se faz com cuidado, diferentemente da nossa sociedade, na qual é comum flertar, ficar e, talvez, nunca mais falar com a pessoa. O sexo só aconteceu depois que fizemos um juramento. Uma espécie de ensaio para o casamento. Foi feito apenas entre nós dois, em árabe. Na época, nem sabia o que estava dizendo. Ele apenas ditou as palavras que eu teria de dizer. Repeti porque achei que aquilo era importante para ele. Ao contrário do que muitos imaginam, os xiitas podem ter relacionamentos antes do casamento. É como se fosse um noivado, um ensaio para saber se a vida a dois vai dar certo. Os muçulmanos sunitas não podem fazer isso. Quando se envolvem com alguém, já existe a intenção de se casar.

Mas essas eram coisas que eu só iria aprender depois. Naquele momento, estava apenas apaixonada por um homem lindo que me pediu para recitar algumas palavras em árabe. Foi quando ficamos juntos pela primeira vez, e foi mais uma experiência de descoberta mesmo — saber como era o sexo para cada um, uma vez que tínhamos diferenças de culturas. Não fiquei tensa. Agi com naturalidade e não me senti intimidada pelo fato de ele ser muçulmano. Senti que ele era menos atirado do que os brasileiros, que chegam rapidinho a etapa final da transa. Ele gostava das preliminares e fazia de tudo para me agradar. Quando o sexo acabava, me mimava. Fazia carinho no rosto, como se estivesse desenhando meus traços. E sempre cozinhava para mim nesses momentos.

Nessa época, ninguém da minha família se metia na minha vida. Apenas contei que estava namorando um iraniano. Nunca o levei em casa. O relacionamento com os tios dele era bem distante também, apesar de eles serem casados com brasileiras. Nossa vida era reservada, uma espécie de longa lua de mel. Eu pensava em me converter, mas ao mesmo tempo não queria ser mais uma brasileira que virou muçulmana para se casar. Foram seis meses de paixão até que Mohammad passou a falar em voltar ao país dele. Fiquei com medo do choque cultural que seria morar no Irã. Apesar de admirar cada vez mais a religião muçulmana, sabia a diferença entre religião e cultura. E também que a vida das mulheres no Irã não era fácil.

Como a situação de imigrante dele não era legalizada, Mohammad acabou indo embora. Eu chorei muito, mas desde o início sabia que seria uma relação passageira. Mesmo separada dele, passei a me interessar mais pelo mundo árabe. Era como um passatempo, um hobby. Primeiro fui fazer aula de dança do ventre. Depois fiquei instigada com as músicas e decidi estudar árabe. Foi uma espécie de desintoxicação de muitos anos de renúncia a uma vida totalmente austera.

Passei a ter um grupo de amigos árabes e uma vida social mais intensa. Minha conversão aconteceu aos poucos. Primeiro parei de comer carne de porco. Depois passei a estudar o Corão, o livro sagrado dos muçulmanos. Eu me identificava com a ideia de um deus único sem imagens. Também percebi a imagem distorcida que temos do Islã. No Corão, está escrito que ninguém tem o direito de matar nem tirar a vida de outro. A ideia do homem-bomba, que inclusive eu tinha na cabeça, é fruto de grupos extremistas fanáticos, que colocam o nome de deus onde querem, uma minoria entre a comunidade muçulmana. Percebi que é uma religião que prega a igualdade entre os povos.

‘La Ilaha Ill’allah’, estava escrito no alto da primeira mesquista aonde fui. É um dos versos de início do Corão e significa: ‘Não há outro deus além de Alá’. Era uma mesquita sunita, onde vou até hoje. Tentei frequentar templos xiitas, mas, apesar do meu contato com Mohammad, eu me identifiquei mais com os sunitas, mesmo porque a comunidade islâmica do Brasil é, em sua maioria, sunita, o que facilita o contato e a aproximação com livros e a cultura.

Quando finalmente me converti, decidi adotar o hijab, o tão criticado véu. Também passei a usar roupas de manga longa que não deixam meus braços de fora e respeitar a tradição do recato do Islã. Significa ter toda uma postura de se preservar, mostrar pouco o corpo e se expor menos. Passei seis meses de véu, mas ouvi tantas críticas na rua que desisti de usá-lo no dia a dia. A gota d’água foi quando fui agredida verbalmente por um médico do trabalho porque vestia o hijab durante a consulta. Ele ficou revoltado quando soube que eu era brasileira e tinha me convertido. Chegou a gritar que eu não podia praticar uma religião tão diferente da minha cultura.

Lembrei do Corão, que nessas horas nos sugere manter a paz, e saí do consultório em silêncio. Até hoje fico perplexa com o número de pessoas que me perguntam por que me converti, como se eu tivesse escolhido viver em uma prisão por causa de um véu ou da forma de me vestir. Se eu fosse espírita ou evangélica ou praticasse uma religião africana, talvez fosse normal, mas vivo na pele todo o preconceito que existe contra o mundo muçulmano. Ironicamente, o insulto mais comum é o mesmo que pensei de Mohammad quando o vi: ‘mulher-bomba’.

Decidi voltar a usar o véu quando estiver mais preparada psicologicamente para lidar com essas agressões. Eu só coloco o hijab na mesquita, nos dias de oração e nas datas religiosas. Algumas amigas brasileiras também convertidas adotaram até o niqab, que é a roupa que cobre o corpo todo e deixa apenas o rosto de fora. Confesso que acho lindo e adoro me ver de véu. Ao contrário do que dizem, me sinto até mais bonita quando estou com a minha beleza semivelada. Mas ainda preciso preparar o meu interior para enfrentar o choque cultural de me assumir muçulmana no Brasil.

Os únicos que nunca me criticaram pela minha decisão foram meus parentes. Ao contrário. Meu pai adorou quando eu usei o véu pela primeira vez e também gosta das músicas. Ainda é algo muito novo, e acho que preciso estudar o Corão mais para compreender a religião que adotei. Só sei que sinto uma imensa paz interior quando rezo na mesquita, lado a lado com as outras mulheres, como manda a tradição. Penso que sou feliz. Apesar de ter sofrido um pouco no meu primeiro Ramadã, o mês de jejum onde não se pode comer nem beber nada durante o dia, estou conectada comigo mesma.

Um dia Mohammad soube que tinha me convertido e me escreveu do Irã, surpreso. No e-mail, perguntou se eu queria ir para o país dele. Adorei o contato e, apesar de ainda gostar um pouco dele, decidi me afastar. Meses depois ele me enviou uma mensagem de texto no celular e descobri que está no Brasil. Ainda não nos encontramos, fico apreensiva ao pensar em vê-lo. Fico feliz de ter realizado sonhos que tinha determinado para minha vida: meu apartamento e minha independência. Mas ainda carrego o velho sonhos de casar e ter filhos.

Um dia, na aula de religião, fui surpreendida por um rapaz que disse que me observava na mesquita e que queria um compromisso — o que significa o início de um casamento. Fiquei comovida, mas não entrei no Islã para encontrar marido, e só vou aceitar um casamento quanto meu coração bater por alguém. Apesar de seguir a religião muçulmana, ainda tenho minha cultura, na qual casar é por amor.

*Todos os nomes foram trocados a pedido da entrevistada

Entrevista dada à Marie Claire em 2011

Mariana Weickert sobre dificuldade na amamentação: "Me senti a pior das mães"

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Top e saia Chanel (Foto: Gil Inoue)

 

Theresa nasceu dois dias depois do aniversário de 36 anos de Mariana Weickert, no dia 19 de fevereiro de 2018, em um parto natural em um hospital de São Paulo. “Estou vivendo o melhor momento da minha vida. Olho para ela e penso como a maternidade pode ser tão linda e absurda, como o amor que sinto é imenso. Tudo parece encaixado. Não tive depressão pós-parto, meu casamento vai bem. Se tivesse adiantado o plano de ser mãe, talvez não estivesse pronta para viver isso com a entrega que tenho hoje. Claro que não tenho mais a energia dos 20 anos para correr atrás de criança, o corpo volta mais devagar... Mas quer saber? Não estou nem aí.”

VIDA REAL
Ainda atenta ao vaivém da bombinha, Mari detalha os primeiros momentos da vida com a pequena. “O parto foi lindo, natural, mas tive muitos, muitos problemas para amamentar.” Explica que a menina nasceu com sucção imatura e no terceiro dia de vida começou a tomar o leite materno – e o industrializado – na mamadeira. “A amamentação foi minha primeira frustração da maternidade”, afirma. “Todo mundo diz que é a coisa mais maravilhosa que existe. Não é. É foda. Me senti a pior das mães, um monstro, porque não tinha leite o suficiente para minha filha”, desabafa. “Quando me entregaram Theresa na maternidade, senti um enorme senso de responsabilidade. Fiquei  tão tensa com essa história do leite que não consegui curti-la. Ficava plugada na máquina de ordenha, não dava banho nem trocava fralda.”

Foi a babá, Nilza, quem a ajudou. “Quando a nenê tinha duas semanas, ela me disse: ‘Viva tua filha’. Aquilo me impactou. No dia seguinte, a agarrei. Foi ali que comecei... [chora]. O amor é uma construção. Para mim, não foi avassalador no primeiro dia”, explica. “Com o tempo, me permiti errar. Hoje, cada minuto que ela passa no meu peito é uma vitória. Tento produzir a maior quantidade possível, dou o meu melhor”, diz, com a mamadeira cheia de leite nas mãos. “Pode até não ser suficiente, mas é tudo o que posso dar.”

A entrevista completa você confere em nossa edição de maio. Já nas bancas!

Trench coat Burberry (Foto: Gil Inoue)

 

Mari Weickert e Theresa na casa da apresentadora, no Rio de Janeiro, onde aconteceu a sessão de fotos para Marie Claire (Parca à La Garçonne, Body Hope) (Foto: Gil Inoue)

 

 

Vestido Dolce & Gabbana (Foto: Gil Inoue)

 

 

Edição de moda Larissa Lucchese / Produção-executiva Vandeca Zimmermann / Beleza: Daniel Hernandez (MLages) com produtos Chanel (Maquiagem) e Redken (Cabelo) / Styling: André Puertas / Assistente de beleza: Otávio Almeida / Assistentes de fotografia: Shopia Linares, Renato Gonçalves e Paulo Pompeia / Tratamento de imagem: Bruno Rezende

#MãeDepoisDos35: “Adotei a minha filha” | Episódio 1

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 Aos 36 anos, a jornalista Livia Saddi resolveu que era a hora certa de ser mãe. Por causa de uma endometriose, sabia que seria um desafio realizar o sonho biologicamente, por isso ao mesmo tempo em que tentava um tratamento de fertilização in vitro, entrou com o pedido de adoção. Três anos e meio depois - e três tentativas frustradas de gerar uma criança -, Livia teve uma surpresa: tinha a oportunidade de adotar não um, mas dois bebês. “Você não tem certeza de quão boa mãe poderá ser”, disse em entrevista à Marie Claire. Quer saber o que aconteceu? Dê o play no vídeo e se emocione junto com ela.  

Livia Saddi, jornalista, adotou uma menina aos 40 anos (Foto: Marie Claire)

 

Sobre a série #MãeDepoisDos35
Estabilizar-se no trabalho, encontrar um amor, viajar. Na lista de prioridades da mulher contemporânea, filhos ficaram para depois. A decisão de ser mãe depois dos 35 cresce no mundo, assim como as angústias que acompanham o relógio biológico. Marie Claire encontrou pessoas que fizeram a escolha de desmistificar a maternidade (não tão) tardia e conta tudo na reportagem “No tempo delas”, na edição 326, nas bancas. Mas as histórias não acabam por aí. Ao longo do mês, você tem acesso a vídeos com depoimentos emocionantes de quem foi barriga solidária para a melhor amiga, apostou na reprodução independente ou resolveu adotar. São nove episódios. Não perca!

Reportagem Lu Angelo | Imagens e edição Cristiane Senna | Produção Vandeca Zimmermann | Assistente de vídeo Rodrigo Kengi | Maquiagem Carlos Rosa | Styling André Puertas

Dona de Si: Suzana Pires começa a arrecadar verba para criação de instituto

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Suzana Pires (Foto: Divulgação)

Diante do impacto das infelizes declarações do Sr. Karl Lagerfeld sobre os movimentos #TimeIsUP e #MeToo e a falta de posicionamento da CHANEL sobre o desrespeito explícito de seu diretor criativo com as mulheres, me comprometi, comigo mesma, a vender a minha coleção de bolsas para reverter a renda ao Instituto Dona de Si. Duas parcerias com brechós de luxo foram fechadas: no Rio, o @bagme, e em São Paulo, o @etiquetaunica – onde as peças estão sendo vendidas. Corre lá!

Desses dez dias pra cá, tive o apoio de inúmeras leitoras e leitores se colocando à disposição para me ajudar no Instituto, amigas doando bolsas e peças de luxo para que a venda seja revertida aos projetos #DonaDeSi e uma grande legião de apoiadores e apoiadoras.

Para que todos nós estejamos na mesma página, queria descrever aqui o objetivo do Instituto: estimular, por meio de projetos regionais, o aumento do número de mulheres em cargos e carreiras nas quais são minoria, como tecnologia, narrativas (roteiristas e diretoras) e mercado financeiro.

 

 

Como mudar os números da nossa presença nestas três áreas? Capacitando. E só há uma maneira de fazê-lo: treinando, educando e inserindo. O instituto terá seus próprios cursos, mas também apoiará formação ministrada por ONG's, associações e fundações em todo território nacional. E, para tanto, já começamos a mapear com a ajuda de parceiros projetos em todas as regiões do país onde este trabalho está sendo feito ou que tem como começar a ser feito. Nós entraremos com a verba, organização e, principalmente, a inserção das alunas no mercado profissional.

Sim, será um trabalho grande e intenso, que deve começar com um excelente planejamento de maneira que dê seus passos de acordo com suas possibilidades para que o crescimento anual seja um fato concreto. Tenho tido conversas com alguns projetos já estabelecidos para início de parcerias e troca de experiência. Estou no momento de arrecadar verba inicial, conhecer os projetos com este objetivo que estejam acontecendo no Brasil e unir forças.

O propósito do Instituto Dona de Si é mudar a vida de inúmeras mulheres, talentosas, batalhadoras e inteligentes que estejam precisando de apoio para dar o grande salto na construção da sua vida.

Se você quiser colaborar e ser uma parceira ou parceiro do instituto, favor enviar e-mail para: contato@suzanapires.com.br

Pode ser desde doação de peça para vender, serviços, patrocínio de projetos específicos, conselhos, etc. Estou aberta e disposta a encontrar pares que sejam sérios e comprometidos com a mudança da realidade feminina brasileira. Quando digo “feminina”, estou me referindo a TODAS as mulheres: brancas, negras, indígenas, orientais, brasileiras!

Aqui ou no meu instagram @suzipires vocês poderão encontrar as últimas noticias sobre as ações do Instituto Dona de Si.

Vamos juntas?

Sororidade sempre.

Iggy Azalea é fã de biquíni anos 80 e quer deixar isso claro!

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Iggy Azalea (Foto: Reprodução/Instagram)

 

Iggy Azalea é mais uma das famosas que parece ser completamente apaixonada pelos looks anos 80. Com um biquíni neon super cavado, bem Miami Vice, a rapper americana ainda misturou estilos e tendências, ao usar uma camiseta aparentemente de banda. Em uma das imagens, ela escreveu: "Neon 80s Goddess Vibes Forever", que em tradução literal fica 'Vibes Deusa Neon 80s Para Sempre'.

Atualmente Iggy está prestes a lançar um novo albúm, e também estaria em um relacionamento com o rapper Tyga, ex-namorado da Kylie Jenner.

Iggy Azalea (Foto: Reprodução/Instagram)

 

Iggy Azalea (Foto: Reprodução/Instagram)

 

 

 

 

Paris Jackson canta Beatles ao vivo e faz trocadilho quase erótico com a letra

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Paris Jackson (Foto: Reprodução/Instagram)

 

 

Paris Jackson parece que nunca teve problemas em tocar em assuntos considerados polêmicos, nem em ser uma pessoa naturalmente "diferente" em suas redes sociais; fora da caixinha talvez seja o termo que algumas pessoas usam, para falar bem, e para falar mal. E na madrugada desta quarta-feira, 2, ela participou de um pequeno show, onde cantou o clássico dos The Beatles, Come Together, que em tradução livre significa 'Venha Junto'.

Entretanto na legenda da publicação, Paris brincou com fonética da letra e escreveu: "Cum 2ghtr", que significa 'goze junto'. A música teoricamente não fala isso, mas não pode negar que se você ficar escutando várias vezes, não soa tão longe essa possível versão. E o refrão realmente fala: "Come together, right now, over me", que é 'Venha junto, agora, sobre mim', dando entender que estamos falando de uma relação sexual entre duas pessoas.

 

Será que Paris no fim das contas apenas revelou o verdadeiro sentido do clássico? Afinal, seu pai, Michael Jackson, era amigo do Paul McCartney.


Príncipe Harry e Meghan Markle escolheram a carruagem real; duas na verdade, para um dia com sol ou chuva!

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Carruagem Real (Foto: Reprodução/Instagram)

 

Príncipe Harry e Meghan Markle escolheram oficialmente as possíveis carruagens reais para o casamento; são duas possibilidade, para caso esteja chovendo. A informação foi divulgado pelo perfil oficial no Instagram do Palácio de Buckingham. Também foi divulgado quais cavalos irão conduzí-los.

Cocheiro Real (Foto: Reprodução/Instagram)

 

Opção de carruagem para chuva

Carruagem Real (Foto: Reprodução/Instagram)

 


 

Cavalos, Storm e Tyrone, pai e filho.

Cavalos Reais (Foto: Reprodução/Instagram)

 

Paris Jackson compartilha foto com tatuagem do Reino Unido e Cara Delevingne. Homenagem?

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Cara Delevingne (Foto: Reprodução/Instagram)

 

Paris Jackson compartilhou em seu Instagram uma imagem onde podemos ver Cara Delevingne "posando" ao lado de uma tatuagem da bandeira do Reino Unido. Não podemos ter certeza absoluta se o corpo com a tatuagem é da americana, ou que sá se a tatuagem é verdadeira, entretanto, parace que sim.

Documentário de Alexander McQueen finalmente ganha primeiro trailer: "Eu quero você sinta repulsa, ou excitação (nos meus desfiles)"

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Alexander McQueen (Foto: Divulgação)

 

Alexander McQueen é considerado por alguns especialistas como o mais orginal e importante estilista dos últimos anos. E nesta quarta-feira, 2, foi lançado o primeiro trailer do seu documentário, McQueen, que estreia dia 8 de junho no Reino Unido. 

Incrivelmente talentoso, o britânico ficou famoso por coleções impecáveis, desfiles polêmicos, sombrios, e frases icônicas que para sempre serão lembradas: "Eu quero empoderar as mulheres. Eu quero que as mulheres que eu visto sejam temidas", "Me dê tempo e eu vou te dar uma revolução", "Não me interessa ser querido" e "Eu encontro beleza no grotesco", foram algumas das mais emblemáticas.

Em uma das pessagens no trailer ouvimos alguém dizer: "As pessoas gostam de dizer que descobriram Alexander McQueen. Mas Alexander McQueen descobriu ele mesmo" 

 

 

Vale lembrar que o filme autobiográfico do estilista também já está em fase de produção. O ator escolhido para viver McQueen é Jack O’Connell, conhecido principalmente por seu papel na série britânica Skins, e a direção fica por conta de Andrew Haigh. O longa irá focar em torno de 2009, durante um dos melhores desfiles da carreira do estilista, e um ano antes da sua morte.

Carol Narizinho faz charme em Porto de Galinhas com música de Caetano Veloso

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Carol Narizinho (Foto: Reprodução/Instagram)

 

Carol Narizinho aproveitou o feriado prolongado para transformar a semana toda em férias. Passeando por Porto de Galinhas, Pernambuco, a ex-Panicat e eterna musa das redes sociais, compartilhou um vídeo fazendo chamer bem no estilo novela Manoel Carlos, com a música Samba de Verão do Caetano Veloso, faixa comum nas produções do escritor.

Carol Narizinho (Foto: Reprodução/Instagram)

 

 

  

 

Leandro Hassum faz piada com a falta de atenção da filha: "Menina avoada?"

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Leandro Hassum e família (Foto: Reprodução/Instagram)

 

Leandro Hassum compartilhou com seus seguidores um momento "diveritdo" da sua manhã de quarta-feira, 2. Após sua filha ir para o colégio de carro, ele encontrou nas redondezas da sua casa o tênis da garota que ela tinha deixado em cima do veículo. Ele não explicou se ela acabou em sem nenhum sapato, mas obviamente Hassum não poderia perder a piada.

"Essa é minha filha gente. Saiu para ir pro colégio, pegou o carro, botou o tênis em cima do carro assim ó (explicando), porque não anda com sapato dentro de casa. Botou o tênis em cima do carro assim. Foi embora e esqueceu de tirar. Perdeu na estrada. Fui caminhar e achei. Essa é a Pietra. Show né?!", ele diz.

 

  

 

 

Andressa Ferreira se justifica sobre 'brigas' com Thammy: "Quem ama cuida"

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Andressa Ferreira e Thammy Miranda (Foto: Reprodução/Instagram)

 

Andressa Ferreira fez o famoso "textão" nesta quarta-feira, 2, para se defender das críticas em relação ao seu comportamento com o Thammy. Na exibição do último episódio do reality show Os Gretchens, Andressa briga com ele devido aos seus hábitos alimentares. 

Na rede social, ela escreveu: "Em relação ao episódio de ontem, eu “brigo” p ele não comer besteira, não pq sou chata. Mas pq eu cuido da sua saúde, do seu bem estar, como estudante de nutrição, enxergo o ato de comer não só como prazer, mas tbm uma forma de nutrir o nosso corpo. Qdo eu conheci Thammy, ele comia mta coisa q fazia mau p ele, tipo miojo, comidas prontas, cheia de sódio, e substâncias q além de engordar, entope nossas artérias, causa dores de cabeça, e Thammy tinha muiiitaaa dor de cabeça, além de emagrecer, dps q eu mudei os hábitos e principalmente a mente dele em relação aos alimentos, ele melhorou a qualidade de vida. Hj em dia, ele não pensa só no q é “gostoso” e sim pelo pensamento do q faz bem! Quem ama cuida! #cafedamanhã #comamor".

Pathy Dejesus chama atenção por barriga super sarada no auge dos 40 anos

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Pathy Dejusus (Foto: Reprodução/Instagram)

 

Pathy Dejusus vive sempre sua melhor fase. Mas sua barriga "tanquinho" com taça de vinho na mão, chamou ainda mais atenção nesta quarta-feira, 2. Com 40 anos, seus seguidores não pouparam elogios: "Deus", "Projeto de vida esse abdômen", "Simplesmente Linda", foram alguns deles.

Atualmente no ar na primeira série original brasileira da TNT, Rua Augusta, ela vive a Nicole, uma prostituta que vive em paz com sua escolha.

 


Sandra Bullock revela ter sofrido assédio aos 16 anos

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Sandra Bullock (Foto: Reprodução / Instagram)

Capa da revista americana “InStyle”, Sandra Bullock falou sobre seu envolvimento com o Time’s Up, campanha criada por artistas de Hollywood para o qual doou meio milhão de dólares. “É nosso dever fazer tudo o que podemos para ajudar", afirmou. "Posso seguramente dizer que não há uma pessoa no meu crírculo de amizades que não tenha sido vítima de algum tipo de assédio ou não conheça alguém que tenha passado por isso”.

O Time's Up surgiu após o diretor Harvey Weinstein ser acusado de estupro por atrizes como Rose McGowan. Para Bullock, porém, o movimento é ainda maior. “Não tem a ver somente com as atrizes, mas é sobre aquela mãe solteira que sofreu abusos, bullying, assédio sexual e está tentando tornar cada dia seguro”, continuou.

Embora não tenha dado muitos detalhes, ela revelou ainda ter sido vítima de assédio sexual. "Aconteceu comigo quando tinha 16 anos. E você fica paralisada pensando ‘será que alguém vai acreditar em mim? Naquela época, não”, confessou. "Até pouco tempo a vítima era quem sofria com a vergonha, não o culpado. Mas estamos criando nossas crianças para serem destemidas. Pelo menos espero estar criando meus filhos assim", finalizou.

Sandra Bullock (Foto: Reprodução / Instagram)

 

Marie Claire passou 4 dias e 2 noites em um imóvel ocupado por sem-tetos

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UMA DAS OCUPAÇÕES VISITADAS PELA EDITORA DE MARIE CLAIRE, MARIANA SANCHES (Foto: Manoel Marques)UMA DAS OCUPAÇÕES VISITADAS PELA EDITORA DE MARIE CLAIRE, MARIANA SANCHES (Foto: Manoel Marques)

O interfone toca. A funcionária da portaria checa as imagens produzidas por câmeras que monitoram a movimentação dentro e fora do edifício. Em seguida, aciona o mecanismo eletrônico que faz o portão se abrir. As correspondências do dia formam uma pilha sobre a mesa. São cartas destinadas às 237 famílias que moram nos seis andares da construção. No pátio interno, meninos se divertem jogando futebol. Alguém aproveita para ouvir um funk em alto volume, enquanto o silêncio, obrigatório a partir das 10h da noite, não se impõe. No salão de festas, uma mesa cuidadosamente decorada com papel crepon azul e bonecos do super-herói Batman faz saber que um garoto completou 8 anos no domingo anterior.

Tudo lembra um condomínio comum, de qualquer grande cidade do País. Mas no prédio é diferente. Assim como outros prédios ocupados por trabalhadores sem-teto de São Paulo, o edifício visitado é palco do embate entre duas garantias previstas na Constituição: o direito à moradia e o direito à propriedade. A luta não é nova – movimentos sem-teto surgiram na década de 70, acompanhando a transformação do Brasil rural em um país urbano. Mas é cada dia mais urgente, especialmente em São Paulo, onde há 130 mil famílias sem casa – e 290 mil imóveis não habitados. Ou seja, estatisticamente, o problema não existe. Mas, socialmente, ele transborda. A maior parte dos imóveis disponíveis para comprar ou alugar são inacessíveis para a população de baixa renda. Para elas, os governos federal, estadual e municipal têm políticas como o programa "Minha Casa, Minha Vida" e os conjuntos habitacionais. Mas o ritmo com que a política empilha tijolos é, quase sempre, mais lento do que a urgência dessas famílias. Não ter casa implica em não ser tratado como cidadão. “A moradia não é só uma estrutura de cimento, é um portal para os demais direitos sociais, como educação e saúde”, afirma Raquel Rolnik, urbanista da Universidade de São Paulo (USP). “As pessoas ocupam, porque, se pagarem aluguel, não terão dinheiro para comer.”

A VIDA ENTRE RUÍNAS
É difícil pegar no sono enquanto ratos correm de um lado para o outro no quarto e parecem decididos a roer tudo o que veem pela frente. Só pude perceber isso depois de passar a noite em uma ocupação. Deitada num colchão doado, no escuro, eu olhava para o teto. O grunhido dos animais incomodava meus ouvidos. Cada novo movimento acelerava meu coração. O cheiro do lugar, um misto de mofo com fritura de peixe que subia do carpete velho, provocava náuseas. O banheiro estava inundado, resultado de problemas hidráulicos. Para me aproximar do vaso sanitário era preciso ir na ponta dos pés, enquanto um outro rato observava todos os meus passos embaixo da pia. Às 3h30 da madrugada, minha exaustão venceu o nojo.

Dormi por três horas e despertei com o som da rua: as risadas dos travestis que se despediam da jornada e as primeiras conversas da manhã de quem se apressava para pegar o metrô. Acordei com a sensação de que não havia descansado. Na noite seguinte, o cheiro do quarto me pareceu mais fraco. Dormi subitamente. Acordei cinco horas depois, com o barulho do rato derrubando a louça dentro do armário e com a convicção de que o ser humano se adapta às situações mais difíceis. Passei quatro dias e duas noites em três ocupações diferentes no centro da cidade. Convivi com esgoto a céu aberto, fome, ligações elétricas clandestinas, escombros. Assisti a uma garota engolir margarina pura, de colher, porque não havia mais nada a comer. Senti vertigem ao descer por escadas destruídas, sem corrimão, pelas quais as crianças corriam e pulavam sem receio. E encontrei generosidade, boa vontade, política e regras, muitas regras. Havia recém-nascidos e senhoras de mais de 70 anos dormindo no chão. Entre os sem-teto, conviviam um publicitário formado, universitários e analfabetos que nunca pisaram na escola. Brancos, pardos, negros, de quase todos os estados do Brasil. Gente que a necessidade uniu. Para cada um deles, o movimento tem um significado diferente.

RETIRANTE: A DESEMPREGADA SILEUZA DE JESUS E SUA FILHA INGRID. ELAS VIERAM DA BAHIA HÁ QUATRO MESES. SEM DINHEIRO PARA PAGAR O ALUGUEL, FORAM MORAR EM UMA OCUPAÇÃO  (Foto: Manoel Marques)RETIRANTE: A DESEMPREGADA SILEUZA DE JESUS E SUA FILHA INGRID. ELAS VIERAM DA BAHIA. SEM DINHEIRO PARA PAGAR O ALUGUEL, FORAM MORAR EM UMA OCUPAÇÃO (Foto: Manoel Marques)

QUEM MORA ALI
Quando Tatiane da Silva nasceu, em uma família pobre de Cidade Tiradentes, sua vida prometia ser difícil. Mas superou as piores expectativas. Aos 11 anos, Tatiane perdeu a mãe, morta a facadas. O assassino: seu pai. A partir daí, morou com a tia, o irmão e até com o pai, antes de ocupar um quarto de 12 m². “Eu sei que não vai ser por muito tempo, mas por mim eu ficava aqui pra sempre”, diz Tatiane, segurando o filho Daniel, de 9 meses, nos braços marcados pelas feridas produzidas por picadas de insetos que infestam o local. “Pra gente, aqui está ideal. Se fôssemos pagar aluguel, teríamos que tirar muitas coisas da boca do bebê”, afirma.

Aos 19 anos, ela tenta ter uma casa pela primeira vez. Mora com o marido e o filho. Nunca havia ouvido falar em movimento de moradia até um dia antes de ir habitar o prédio em ruínas. “Eu e meu marido não tínhamos onde ficar, passamos aqui em frente, disseram que a gente poderia vir, no dia seguinte viemos com as malas.” O fogão e a televisão que decoram o quarto foram doados ao casal. Tatiane não entende da intrincada costura política por trás do debate de habitação, mas resolveu que vai para onde o movimento mandar, até porque não tem opção. “Meu irmão e meu pai nem sabem onde eu estou.”

MATERNIDADE: TATIANE, 19 ANOS, AMAMENTA O FILHO DANIEL. ELA NUNCA TINHA OUVIDO FALAR EM MOVIMENTO DE MORADIA ATÉ UM DIA ANTES DE SUA MUDANÇA PARA UM PRÉDIO OCUPADO NO CENTRO (Foto: Manoel Marques)MATERNIDADE: TATIANE, 19 ANOS, AMAMENTA O FILHO DANIEL. ELA NUNCA TINHA OUVIDO FALAR EM MOVIMENTO DE MORADIA ATÉ UM DIA ANTES DE SUA MUDANÇA PARA UM PRÉDIO OCUPADO NO CENTRO (Foto: Manoel Marques)

Quando Marcos Santana Sales, 23 anos, nasceu, seu futuro era fértil em possibilidades. E ele desfrutou delas. Para cursar faculdade, foi para Bahia. Tentou agronomia e biologia. Desistiu. Morou numa fazenda de agroecologia. Cansou. De volta a São Paulo, ingressou no curso de Letras da USP. E trabalha em uma ONG no Capão Redondo. Tem um discurso político articulado, toca cavaquinho com maestria, gosta de andar de skate pelo Centro. Entendeu que não conseguiria estudar e trabalhar se continuasse morando em Guaianazes, extremo leste de São Paulo, onde seus pais têm uma casa.O dia tem menos horas do que eu precisaria. Eram seis dentro do transporte público, oito de trabalho, quatro de estudos, oito de sono e ao menos duas para me alimentar”, diz. “Fazendo a conta, eu precisaria de pelo menos 28 horas diárias. É impossível. Então, percebi que precisava morar no Centro.” Marcos argumenta que o aluguel de um apartamento em Santa Cecília, área central de São Paulo, raramente fica abaixo dos mil reais, valor que não cabia no seu bolso. Com mais três amigos, ele foi parar em um quarto no 10º andar que, na década de 50, foi o luxuoso Lord Palace.

DUREZA EM HOTEL DE LUXO
Pelo piso de mármore francês por onde desfilaram astros brasileiros como Chico Anysio e Chacrinha, correm crianças descalças, passam pedreiros, secretárias, operadores de telemarketing apressados, enfim, circulam os mais de 800 moradores sem-teto que ali se alojaram. O lugar, hoje, pertence à prefeitura. “Como as famílias com crianças tinham dificuldade para ocupar os andares mais altos, porque não há elevador, aqui estava vazio. Então viemos”, afirma Marcos. Seus amigos, uma DJ, uma vestibulanda e um estudante de filosofia da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), seguiram a mesma lógica. “Meu pai ficou puto, porque o espaço aqui não é meu, é de outra pessoa e eu estou invadindo. Mas não é assim que eu vejo. Estava vazio, estragando, até fezes humanas havia no chão. Algo que antes era inútil, agora viabiliza a minha vida.”

Dentro do prédio, as regras são as mesmas para qualquer um. Homens não podem andar sem camisa, crianças não podem trabalhar nem apanhar, ninguém entra depois das 22h, a menos que tenha justificativa de trabalho, de estudo ou atestado médico. Visitas não podem ficar para dormir. Menores de idade só entram acompanhados dos pais. Raramente, alguém consegue passar pela portaria bêbado ou mesmo tomar um copo de cerveja em um dos quartos. A transgressão é punida. O infrator fica três dias sem poder entrar no prédio. Bater em mulher e usar drogas dentro da ocupação resultam em expulsão imediata. “Quando as pessoas tiverem suas casas, elas tomam a cerveja que quiserem, agem como bem entenderem. Mas aqui no coletivo não dá, não tem bagunça”, afirma Maria do Planalto, coordenadora da ocupação do Lord Palace, uma espécie de síndica do lugar. “Ninguém aqui precisa de polícia pra resolver nada. É todo mundo adulto e se não se comportar, vai embora.”

Maria do Planalto conseguiu sua casa há mais de 15 anos, por meio do movimento. Ainda assim, não se afastou da linha de frente. Já participou de 20 ocupações e nega receber qualquer dinheiro por sua atuação. É ela quem recolhe a taxa de condomínio de cada família. Com o dinheiro, diz custear água, luz, limpeza e manutenções do prédio. Em todas as ocupações que visitei, existem taxas de condomínio. O valor varia. E todas as lideranças negaram receber qualquer tipo de salário. Os movimentos de moradia possuem uma hierarquia bem estabelecida, o que garante que as invasões sejam bem-sucedidas e a convivência entre tantos desconhecidos seja pacífica e organizada. Ao entrar para o movimento de moradia, os integrantes devem frequentar reuniões semanais ou quinzenais de doutrina. Ali, são instruídos a se inscrever em programas de habitação de baixa renda e a como proceder na “luta”.

ESTUDANTES: MARCOS, ALUNO DA USP, NO CAVACO. LAIS, VESTIBULANDA, NO PANDEIRO, E RAFAEL, QUE CURSA FILOSOFIA NA PUC, NO VIOLÃO. ANTES DE OCUPAR, ELES  MORAVAM COM OS PAIS  (Foto: Manoel Marques)ESTUDANTES: MARCOS, ALUNO DA USP, NO CAVACO. LAIS, VESTIBULANDA, NO PANDEIRO, E RAFAEL, QUE CURSA FILOSOFIA NA PUC, NO VIOLÃO. ANTES DE OCUPAR, ELES MORAVAM COM OS PAIS (Foto: Manoel Marques)

Se a média dos trabalhadores sem-teto tem pouca escolaridade, as lideranças, por outro lado, demonstraram grande inteligência e formação política. Já haviam lido livros como "Tempo de Guerrilha" (romance sobre os anos de chumbo da ditadura militar) e biografias do revolucionário argentino Ernesto Che Guevara. Todos os líderes com quem falei eram filiados ao PT, embora com diferentes graus de identificação com o partido. 

ALEGRIA: MENINOS SE DIVERTEM TOMANDO BANHO NA BANHEIRA NO LORD PALACE. A EXPERIÊNCIA É INÉDITA PARA ELES. AS CRIANÇAS SE REVEZAM NA DIVERSÃO (Foto: Manoel Marques)ALEGRIA: MENINOS SE DIVERTEM TOMANDO BANHO NA BANHEIRA NO LORD PALACE. A EXPERIÊNCIA É INÉDITA PARA ELES. AS CRIANÇAS SE REVEZAM NA DIVERSÃO (Foto: Manoel Marques)

AS OCUPAÇÕES
Quando algum órgão público entra em contato com o movimento e disponibiliza financiamentos populares, são os mais engajados os primeiros a ser atendidos. Ainda que outros precisem mais. Dentre as ações que adiantam o lugar dos sem-teto nessa fila, uma das mais valorizadas é a participação nas ocupações. Uma ocupação envolve estratégia pesada. Um pequeno grupo de coordenadores estuda o mapa da cidade e define o alvo meses antes da ação. Verifica as condições do prédio, calcula a quantidade de pessoas a alojar ali. Marca um dia e um horário, sempre de madrugada, e um ponto de encontro para todos os envolvidos. “Até chegar no lugar, a gente nunca sabe qual vai ser o prédio em que vamos entrar”, afirma Jacira da Silva, 60 anos, que costuma atuar como cozinheira nos prédios ocupados e que há seis anos mora em um quarto da ocupação da rua Mauá. “Apenas o coordenador sabe onde é, para evitar que a informação vaze e a polícia pegue a gente”.

CRIANÇAS JOGAM VIDEOGAME NO PRÉDIO DA RUA MAUÁ. AS INSTALAÇÕES SÃO PRECÁRIAS, RESULTADO DE 17 ANOS DE ABANDONO. E HÁ RISCO DE INCÊNDIO (Foto: Manoel Marques)CRIANÇAS JOGAM VIDEOGAME NO PRÉDIO DA RUA MAUÁ. AS INSTALAÇÕES SÃO PRECÁRIAS, RESULTADO DE 17 ANOS DE ABANDONO. E HÁ RISCO DE INCÊNDIO (Foto: Manoel Marques)

É das ações mais perigosas e tensas. Com pé de cabra e picaretas, um grupo de homens arrebenta a parede ou a fechadura do prédio que vai ser invadido em segundos. A partir daí, homens, mulheres e crianças vão entrando em corrida e no escuro. “Não tem como não ter medo, a gente entra sem saber o que vai encontrar. Geralmente, fica no escuro, em um lugar totalmente sujo e destruído. Tem de tomar cuidado até para não cair em fosso de elevador”, afirma Jacira. Quando a polícia chega, quem está dentro não pode mais ser retirado. Quem está fora, é preso. “Uma vez aconteceu de a gente fazer um buraco muito estreito na parede e uma das nossas companheiras entalou. A gente empurrava a bunda dela mas não teve jeito. Ninguém mais conseguia nem entrar e nem sair. A polícia chegou e passamos a noite na delegacia”, conta Maria do Planalto, às gargalhadas.

Depois de entrarem no prédio, todos precisam permanecer ali por 48 horas seguidas. Passado esse prazo, seja o prédio particular ou público, eles só poderão ser retirados com ordem de um juiz. Se em cinco anos, ninguém reclamar na justiça a posse do imóvel, ele passa a ser de propriedade dos ocupantes.

No prédio que estive, a posse ficou por um triz: “apenas três dias antes de completarmos cinco anos aqui, o oficial de justiça chegou com a ordem de despejo”, afirma o baiano Nelson da Cruz Souza, 52 anos. Os sem-teto reverteram esta e outras decisões na justiça e entraram nessa ciranda de recursos jurídicos que não lhes permite saber onde estarão na semana que vem. O prédio, um antigo hotel, estava fechado havia 17 anos quando foi ocupado. Os proprietários têm uma dívida de quase R$ 3 milhões em IPTU. A marca do abandono é visível na precariedade das instalações elétricas, nas janelas quebradas, no taco corroído pela umidade. São problemas graves. O prédio já sofreu um incêndio e uma criança de dois anos caiu pela janela do terceiro andar. Por sorte, sobreviveu. Para abrigar as famílias com segurança, o antigo hotel precisaria passar por uma reforma estimada em R$ 4,5 milhões. O desejo dos ocupantes era que o Estado desapropriasse o edifício, reformasse e vendesse os apartamentos a preços populares. Enquanto não se define a disputa entre os sem-teto, proprietários e prefeitura, os moradores iniciaram um mutirão para melhorar o lugar. Pintaram a fachada, instalaram câmeras, já começaram a trocar os tacos por piso.

SÍNDICA: MARIA DO PLANALTO É A GUARDIÃ DAS REGRAS DE CONVIVÊNCIA DENTRO DO PRÉDIO LORD PALACE (Foto: Manoel Marques)SÍNDICA: MARIA DO PLANALTO É A GUARDIÃ DAS REGRAS DE CONVIVÊNCIA DENTRO DO PRÉDIO LORD PALACE (Foto: Manoel Marques)

AMEAÇA CONSTANTE
Uma sombra espreita o futuro de quem mora em ocupação. Embora transformem lugares insalubres em casas, decorem com bichos de pelúcia paredes cruas, mantenham vasos de flor sobre o chão deteriorado, todos sabem que podem sair dali a qualquer hora, retirados por força policial, deixando para trás quase todos os seus pertences. “Quando um homem é despejado, ele só leva consigo para a rua uma coisa: a humilhação”, diz Nelson. A auxiliar de cozinha Damiana Gregório Pinto, de 38 anos, luta para não ter mais essa sensação. Acomodada com os dois filhos e o marido em um quarto, equipado até com banheira de hidromassagem, no antigo Lord Palace, ela se emociona ao dizer que quase foi contemplada com um financiamento de moradia popular, mas acabou excluída de última hora, sem muitas explicações. Seria o fim de mais de cinco anos de luta nos quais ela morou em mais duas ocupações diferentes, em um barraco na favela e até mesmo na rua, em frente à Câmara Municipal. “Foi duro. Os bebês que estavam aprendendo a andar engatinhavam na calçada mesmo. Como os vereadores não nos deixavam usar o banheiro da Câmara, tivemos que destampar um bueiro de rua, fazíamos uma tenda com lençóis em volta e aquilo era o nosso banheiro”, diz Damiana.

Para matricular os filhos, de 14 anos e 9 anos, na escola, ela precisava de um comprovante de residência. Sem isso, as crianças não poderiam estudar. “Como eu teria comprovante de endereço se moro em ocupação?”, diz. “Resolvi o problema pedindo para minha família na Bahia me enviar uma carta com o endereço do Lord Palace o número do meu quarto. Os Correios entregaram direitinho e eu consegui que eles fossem para a escola”, conta. Quando a família soube que não mais mudaria para um apartamento, o marido teve um mal-estar que lhe fez ficar dois dias no hospital. Damiana entrou em depressão. “Tudo o que eu queria era pagar uma prestação por um lugar que fosse meu, mas até hoje não consegui.” Foi a esperança de dar aos filhos a casa que nunca teve e a crença de que a política pode mudar a vida que a fizeram levantar a cabeça.  “Ninguém aqui gosta de ocupar. Mas é a única maneira temos de lembrar a sociedade e os políticos que os pobres também têm direito a ter casa”, diz Nelson.

 

Empoderamento e diversidade no ar

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Receptivo do SUMMIT: GOL se preocupa com igualdade entre os gêneros também na companhia (Foto: Charles Nasseh)

 

CEO´s, vice-presidentes e diretoras de algumas das empresas mais  importantes do país foram convidadas para se reunir em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, por dois dias para debater diferentes temas em torno do universo feminino. Na pauta, autorreconhecimento, rede de apoio, espaço da mulher no mercado de trabalho, estratégia para a ascensão feminina e exemplos de boas práticas de igualdade de gênero adotadas nas empresas.

A GOL, patrocinadora do evento e também uma empresa engajada na busca de diversidade no espaço de trabalho, foi quem levou o time de mulheres poderosas de São Paulo ao Rio de Janeiro. As convidadas ganharam tags personalizadas para as malas, tiveram dois balcões de atendimento exclusivo no check-in e prioridade no embarque e desembarque. O grupo ficou impressionado com o acabamento dos assentos em couro ecológico, que além de trazer um visual mais moderno, oferece maior conforto aos passageiros.

Entre conversas animadas, aquela olhadinha básica no celular não precisou esperar o pouso: com o wi-fi a bordo oferecido pela companhia ninguém ficou desconectado. Pelo alto-falante, a gerente executiva da GOL, Carolina Gaete, agradeceu com carinho às participantes e citou um trecho da música de Elba Ramalho. “Para nós é um orgulho participar desse evento que discute a liderança feminina. Como disse uma das maiores artistas do Brasil: para descrever uma mulher, não é do jeito que quiser, primeiro tem que ser sensível, senão é impossível.”

A igualdade entre os gêneros é uma preocupação constante da GOL. A empresa se orgulha de ser a companhia aérea com o maior número de comandantes  mulheres em todo o país, por exemplo. A busca por um ambiente de trabalho versátil faz parte de um dos propósitos da empresa: a responsabilidade social. Dentro do quadro de funcionários, a GOL preza pela diversidade não apenas como forma de  inclusão de minorias, mas respeitando cada pessoa como um indivíduo único em sua maneira de pensar e agir. Para isso, tem um comitê permanente de diversidade liderado pela área de recursos humanos, que observa também outras possíveis disparidades. 

Em 2017, por exemplo, uma das ações do grupo foi o lançamento da campanha ‘Experiência na Bagagem’, para incentivar profissionais da chamada melhor idade a participar dos processos seletivos da companhia. Os interessados se candidatam no site da própria empresa, em Trabalhe na GOL. Até hoje, 4 mil pessoas já se candidataram no programa. Com a iniciativa, a empresa abre oportunidades para que o ambiente se torne mais plural e inclusivo, melhorando não apenas o clima organizacional, mas também ampliando o repertório da companhia como um todo. O resultado reforça o pioneirismo que já faz parte do DNA da GOL.

Conectividade: comissária distribui folheto com as instruções de uso do Wi-fi a bordo (Foto: Charles Nasseh)

 

O fim da mulher maravilha

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Laura Ancona, Fernanda Lima, Karina Meyer e Djamila Ribeiro durante Summit Marie Claire (Foto: Charles Nasseh)

 

O verdadeiro dia a dia da maternidade está longe de ser o que vemos nas redes sociais. Por trás de fotos fofas, trocas de likes e recadinhos carinhosos está também um cotidiano estressante e cheio de tarefas. É preciso cuidar dos filhos, dos pais, dos relacionamentos, da casa, da carreira e de si mesma. É fácil cair na tentação de, mesmo sem capa, sair por aí  bancando a mulher-maravilha. 

E quando te chamam de heroína, esconder com um sorriso o quanto se sente sobrecarregada na tentativa de dar conta de tudo. Com a história e a experiência de quem foi criada a partir de uma história feminina de protagonismo, como a de Anita Roddick, fundadora da The Body Shop, a marca inglesa de cosméticos naturais trouxe a discussão sobre a força da mulher para o centro do debate, enxergou as dores e as delícias de ser mãe e lançou um manifesto.

“Muitas vezes colocamos as mulheres nesse lugar de ‘imbatíveis’, mas elas, na verdade, carregam muitas dores e até adoecem psicologicamente, enlouquecem de fato, porque lidar com essa série de exigências é muito difícil. Não tem problema nenhum mostrarmos nossas fragilidades, porque isso, inclusive, é mostrar o quanto somos fortes”, afirma Djamila Ribeiro, feminista, filósofa e pesquisadora, durante debate sobre ‘O mito da mulher maravilha’, no evento Power Trip Summit Marie Claire.

Fernanda Lima: "Somos nós, mulheres, tentando abrir os olhos dos homens, tentando ter cada vez mais pessoas juntas nessa busca por um mundo mais humano" (Foto: Divulgação)

 

Um primeiro passo pode ser olhar para si mesma e para outras mães sem vergonha de enxergar suas limitações, reconhecer todas as formas e nuances da força feminina, fora de estereótipos. E também aprender que pedir ajuda não diminui quem você é ou o que é capaz de fazer. 

“Temos que reconhecer a força da mulher, mas é uma força sem superpoderes. Senão, a gente sai do estereótipo do sexo frágil para o estereótipo da mulher-maravilha. Podemos caminhar juntas e nos ajudar. Temos que ter sororidade”, afirmou Karina Meyer, diretora de Marketing da The Body Shop. A empatia e o companheirismo são dois pilares valiosos para desconstruir esse mito e criar uma rede de apoio. Para mudar a vida de muitas mulheres é preciso dar as mãos e começar mudando as atitudes para uma convivência mais afetiva. E o movimento não deve  ficar restrito ao gênero. “Somos nós, mulheres, tentando abrir os olhos dos homens, tentando ter cada vez mais pessoas juntas nessa busca por um mundo mais humano”, afirmou a atriz e apresentadora Fernanda Lima, que também participou do debate. Fernanda, mãe de dois  meninos, comentou ainda a importância de educar filhos éticos e deixar um legado para o mundo, independente de como cada mulher decidirá fazer isso.

Troque a capa por um momento seu

O dia das mães pode ser uma oportunidade especial para começar a mudança que quer ver no mundo. Deixe a capa de mulher-maravilha de lado (ou incentive a sua mãe ou outra mulher a isso) e faça desse o seu momento de comemoração. Para isso, a The Body Shop lança a linha Rosas Inglesas, com cinco produtos feitos a partir da matéria-prima produzida na fazenda britânica Castle Farm, conduzida por Emma Lambe, diretora de sucesso, mulher de negócios e ativista dedicada. Os produtos trazem todos esses conceitos desde a sua origem, com uma fragrância moderna e formulação suave, que garantem limpeza e hidratação, além de perfumar a pele.

Movida pela preocupação em preservar a biodiversidade para as futuras gerações, Emma conseguiu integrar a produção de rosas inglesas ao programa de Comércio com Comunidades da The Body Shop, que garante negociações mais justas com pequenos agricultores e cooperativas rurais. Em troca, a companhia proporciona boas práticas comerciais e preços que geram independência para a comunidade, além de valorizar a natureza sem explorá-la (Enrich Not Exploit™), uma das crenças da marca. Juntas sempre
seremos mais fortes! 

#ForçaSemSuperPoderes
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Eu, leitora: "Perdi minha casa e estou na rua com meus filhos", diz ex-moradora do prédio que desabou

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Leig Laura Aprigio dos Santos: ex-moradora do prédio que desabou em São Paulo (Foto: Zedu Moreau)

36 horas depois do incêndio e desabamento do edifício Wilton Paes de Almeida, no Largo do Paissandu, Centro de São Paulo, os ex-moradores ainda se amontoam em frente à igreja principal da praça, em barracas de lona e colchões doados. Há uma fita zebrada pendurada em volta do acampamento, separando as famílias dos muitos curiosos e voluntários que se reúnem no entorno. O ambiente é de pura gritaria e agitação; pessoas separando roupas, objetos e alimentos que chegam a toda hora em sacos plásticos, crianças tentando brincar em meio à tensão dos organizadores e assistentes sociais, gente sem-teto, desesperada à procura de um espaço para dormir mais tarde.

Marie Claire encontrou Leig Laura Aprigio dos Santos, de 36 anos, com o olhar perdido, sentada em sua barraca, junto dos dois filhos, Jonathan, de 9 anos, deitado lá dentro, e Bruna, de 12, ao celular, “No Zap, com as amigas”. Ao lado dela, dona Cida, a última pessoa a conseguir escapar do prédio em chamas, escolhia camisas e calças de dentro de uma sacola que tinha acabado de ser entregue. “Não quero contar nada, já estou sendo perseguida por ter aberto a boca”, ela diz, quando peço uma entrevista. “Eu falo com você”, me estende a mão Leig, enquanto me acomodo no colchão molhado ao seu lado. A seguir, um depoimento da mãe de família que passou apenas 15 dias no imóvel pelo qual havia pagado suados R$ 400 de mensalidade e abrigado seus únicos bens, algumas roupas, uma geladeira e um fogão.

“Fazia duas semanas que eu tinha me mudado pro prédio. E agora já estou na rua de novo. Vim pra cá depois que conheci a Selma, aqui no Largo mesmo. Eu tinha saído de Bertioga em março, porque morava numa ocupação que já não estava mais dando certo, aí botaram a gente pra fora, e viemos pra São Paulo – eu, meu marido e nossos dois filhos. A gente ficou na rua um tempo, até que a Selma disse que tinha um lugar pra gente no mesmo prédio que ela. A Selma não conseguiu se salvar do fogo. Morreu ela e os dois filhos pequenos, um era bebê de colo, o outro tinha 9, assim como o meu.

Leig Laura Aprigio dos Santos com os filhos Jonathan, de 9 anos e Bruna (Foto: Zedu Moreau)

Eu já sou acostumada a morar na rua, mas não queria isso pros meus filhos. A Bruna tem os sonhos dela, quer ser cabeleireira… Eu saí de casa cedo, com 15 anos. Nasci no Espírito Santo, mas a gente morava numa casa em Guaianases [bairro da Zona Leste de São Paulo]. Até que engravidei do meu menino mais velho, Daniel, de 20 anos, que hoje mora com minha mãe. Fiz essa burrice e minha família não me aceitou mais. Me expulsaram de casa e até hoje não me ajudam. Fui pra rua e comecei a viver assim, sem banheiro, sem comida, sempre com medo de levar paulada. Meu marido, pai do Daniel, foi morto – mataram ele. Logo depois conheci o Antonio [de 51 anos, pai de Bruna e Jonathan] e começamos uma vida.

Tá sendo uma tristeza voltar pra rua agora. Sinto falta de viver num lugar com mais segurança, em que a gente fica mais quentinho pra dormir. Eu já tinha pagado R$ 400 pra passar o mês todo ali. O primeiro de um monte, era o que a gente queria. Na madrugada do incêndio, mais ou menos à meia-noite, saí com Antonio e os meninos até o Pateo do Collegio, onde disseram que ia ter alimentos doados por causa do feriado. Já tinha avisado na portaria que passaria a noite fora. A gente levou uns colchões pra dormir lá e poder pegar as doações de manhã bem cedo. A gente nem chegou a dormir, um cara que conhecemos lá veio dizer: ‘O prédio onde vocês moram caiu’. [O fogo no edifício Wilton Paes de Almeida começou aproximadamente à 1h30 da manhã; o desabamento ocorreu cerca de 90’ depois.]

Eu nem acreditei. Quando a gente chegou, aquela fumaça toda, um monte de gente na porta, alguns vizinhos, todos tensos, chorando, com medo… foi um choque. Perdi vários amigos. Nem sei onde está tanta gente. Também foram embora todas as nossas coisas: as roupas, minha geladeira, meu fogão, meu botijão.

Agora a gente não tem mais nada. Estão dizendo que vão levar a gente pra um albergue, mas eu não quero ir. Quero uma moradia digna pra mim e minha família. Eu vendo cerveja, refrigerante e salgadinho na rua, todo dia. Se pelo menos tivesse um lugar que a gente pudesse ir pagando aos pouquinhos… Mas as pessoas que vêm aqui só dão roupa e comida, roupa e comida. É difícil, é muito difícil… Tá horrível aqui, todo mundo gritando. Lá no prédio era organizado, tinha hora pra entrar, sair, um cara na portaria. Agora, tô cansada da vida. Pelo menos tenho a Bruna, minha grande companheira. Os sonhos que ela tem dão uma ajuda. Mas tô vendo que aqui, do jeito que a gente tá, até ela vai perdendo a esperança. Desse jeito, não dá nem pra sonhar em ser feliz.”

Leig Laura Aprigio dos Santos com os filhos Jonathan, de 9 anos e Bruna (Foto: Zedu Moreau)

 

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