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The Backpacker Intern: estagiário holandês oferece trabalho em troca de cama e comida ao redor do mundo

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O HOLANDÊS MARK VAN DER HEIJDEN: TRABALHO EM TROCA DE CAMA E COMIDA PARA CONHECER O MUNDO (Foto: Divulgação)

Vida de estagiário não é fácil. Nem na Holanda! O sonho de Mark van der Heiden, 27 anos, era viajar o mundo, mas o dinheiro que havia acumulado em seis anos de trabalho como redator em agências de publicidade nunca chegou nem perto do que ele precisava para colocar a mochila nas costas e sair por aí. O jeito foi usar a criatividade: ele acaba de se lançar no projeto "The Backpacker Intern" ou Estagiário Mochileiro, em que oferece seu trabalho em troca de comida e hospedagem. "Foi a maneira que encontrei para pular de país em país. E está dando certo, já recebi mais de 100 propostas de emprego!", disse em entrevista exclusiva para para Marie Claire.

De Bangcoc, onde faz seu segundo estágio, ele falou sobre como organizou o projeto, os próximos destinos e como recebeu uma proposta de casamento, via Twitter:

MARIE CLAIRE: De onde surgiu a ideia de criar o projeto?
MARK VAN DER HEIDEN:
Há mais ou menos um ano decidi que iria viajar pelo mundo. Mas quando comparei os custos com o meu orçamento, o sonho logo se tornou um pesadelo. Comecei a pensar em soluções e percebi que amava meu trabalho como redator criativo. Então, por que não usá-lo para financiar a viagem? Foi o que fiz, e desde então estou viajando pelo mundo com o projeto.

M.C.: Em quanto tempo você conseguiu organizar tudo e colocar a mochila nas costas?
M.H.:
Mais ou menos uns seis meses. Pensei muito, fiz o melhor que pude e ouvi minha intuição. Tive que escrever um manual para mim mesmo, pois não havia nada parecido para copiar. Ainda está difícil organizar, recebo uns 150 e-mails por dia. Aliás, se alguma secretária estiver lendo esta entrevista, pode se candidatar a ser minha ajudante!

M.C.: Quantos meses pretende ficar rodando o mundo?
M.H.:
A ideia inicial era viajar por seis meses. Mas eu já recebi mais de 100 ofertas de trabalho, então vou continuar até quando der. Sinto que esta é uma oportunidade única na minha vida e tenho que aproveitá-la.

M.C.: Uau! Com tantas ofertas assim, já deu para decidir qual é a mais legal?
M.H.:
Recebi tantas propostas incríveis, da Jamaica, Mumbai, Tanzania, Beirut, Sydney, California, Mexico, Montreal, Trinidad & Tobago. A que mais curti foi a da Tanzania. Já estive lá e é um dos meus países favoritos, estou feliz em poder voltar. Fora que eles me ofereceram uma passagem de avião, o que achei demais! Também recebi uma oferta muito legal da DDB California via Twitter. Eles me mandaram uma foto com uma cama que eles construíram, que fica dentro da agência. Na foto dá para ver a cama, cerveja e um pouco de pipoca. Quero me encontrar logo com esses caras, mas isso só vai acontecer em abril. Já combinamos que quando eu chegar as pipocas serão novas.

MARK E OS COLEGAS DA ANISTIA INTERNACIONAL TAILÂNDIA, PRIMEIRO ESTÁGIO DO HOLANDÊS FORA DE SEU PAÍS (Foto: Divulgação)

M.C.: Recebeu alguma bem estranha?
M.H.:
Já, mas prefiro não contar para não constranger ninguém.

M.C.: Está falando da proposta de casamento? Você postou no seu blog que recebeu um. Como era a mensagem?
M.H.:
Na verdade, foi um simples tweet com a hashtag: #marryme. Imagino que o pedido tenha sido bem sério, então provavelmente minha candidata a noiva já esteja procurando seu #weddingdress.

M.C.: Você está em Bangcoc agora, certo? O que tem feito por aí?
M.H.:
Bangcoc é demais! Atualmente estão rolando alguns protestos e eu acompanhei esses movimentos por dois dias. Conversei com as pessoas sobre política e problemas, aqui é tudo muito pacífico e eles se orgulham de não usar violência para fazer as reivindicações. Meu plano é fazer um curta-metragem sobre o lado positivo desses protestos. Além disso, a noite aqui é uma loucura! No trabalho, como eles mesmos dizem, “é a mesma coisa, mas diferente”. Estou fascinado com as diferenças culturais e aprendo muito todos os dias. É uma troca muito boa.

M.C.: Já sabe qual será seu próximo destino?
M.H.:
Vou descansar alguns dias em uma ilha daqui e provavelmente seguir para o Camboja. Mas já tenho propostas em Hong Kong e Vietnam, então vou decidir logo os próximos passos.

M.C.: Tem planos de vir para o Brasil?
M.H.:
Sim, quero muito ir! Tenho um amigo brasileiro que já me falou coisas ótimas sobre o país. Se alguma empresa quiser me contratar, darei um jeito de ir, com certeza!

M.C.: Aqui na Marie Claire trabalham muitas mulheres. Que tal uma temporada aqui, trabalhando conosco?
M.H.:
Só mulheres? Isso significa que eu serei o chefe, certo? Neste caso, estou dentro!

M.C.: Tem medo de que algo dê errado no projeto?
M.H.:
Não. Esse projeto não tem regras, eu faço as minhas próprias do jeito que quiser. Se alguma coisa der errado, vou voltar e escolher um novo caminho. É como a vida real.


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