Nem sempre é fácil estar sozinha em um lugar desconhecido – seja no Brasil ou no exterior. Você não poderá contar com a ajuda de amigos em uma situação de dificuldade e talvez não tenha com quem conversar e dividir os bons momentos. No entanto, essa pode ser uma ótima oportunidade para conhecer novas pessoas e fazer boas amizades. Além disso, terá total liberdade para organizar o seu roteiro e decidir os locais que deseja conhecer.
Viajar sozinho é, basicamente, fazer apenas o que se tem vontade. No entanto, quem nunca teve a sensação de estar esquecendo alguma coisa quando acabou de arrumar a mala? Ou não se sentiu um pouco inseguro em lugares que não são familiares? Para ajudar com essas questões, Marie Claire conversou com Marina Motta, blogueira do “Intercâmbio de A a Z” e autora do livro de mesmo nome, que já fez mais de 11 intercâmbios em lugares como Inglaterra, EUA, Austrália, França, Canadá e Alemanha. A seguir, a pernambucana lista um manual completo para se dar bem nas viagens mesmo quando estiver sozinha:
Não confie sempre na Internet: O google é uma excelente ferramenta de busca de informações sobre lugares, venda de pacotes, hotéis e outros produtos turísticos, mas, nunca pensamos: “E se eu tiver um problema? A quem posso recorrer?”. É nesta linha de raciocínio que, dependendo do destino, talvez seja uma boa ideia contratar os serviços de uma agência. Além disso, você também sempre pode pedir contatos e referências de clientes que foram para o mesmo passeio e ficar mais seguro quanto às suas escolhas. Como não terá com quem dividir as despesas, principalmente em relação à hospedagem, pesquise opções mais econômicas. Os Albergues da Juventude e os Bead & Breakfast podem ser interessantes.
Tente levar uma mala leve: lembre-se de que quando viajamos, as roupas informais acabam prevalecendo, portanto não precisa levar grande quantidade de sapatos, bolsas e outros acessórios. Até porque, sempre existirão comprinhas no caminho. Neste caso, menos é mais – assim, você evita pagar excessos de bagagem e também dá uma folga para sua coluna.
Não viaje sem uma boa assistência médica internacional: não adianta vir com aquele papo de que você tem uma saúde perfeita e que nunca adoece. Acidentes e emergências podem acontecer a qualquer um e você precisa estar munido de um bom seguro com cobertura médico hospitalar de mais 50 mil dólares (no mínimo) e, preferencialmente, acima de 100 mil dólares. Vale citar também que muitos países europeus são signatários do chamado “tratado de Schengen”, que determina que estrangeiros precisam ter uma cobertura médico hospitalar igual ou superior a 30 mil euros. Viajantes sem esta cobertura podem até mesmo ser impedidos de entrar no país pela imigração responsável.
Não se esqueça de contabilizar as suas milhagens no aeroporto quando fizer o check-in: com algumas viagens internacionais você já consegue passagens free de ida e volta para a América do Sul ou para o Brasil (em ambos os casos, bastam apenas 20.000 milhas). Tenha em mãos um cartão de crédito internacional e algum dinheiro. Outra opção interessante é um VTM (Visa Travel Money) ou Cash Passport, que é um cartão de saque ou débito em conta e que pode ser encontrado em casas de câmbio e onde o IOF é apenas 0,38%(bem menor do que o imposto dos cartões de crédito que são de 6,38%).
Busque os cartões de fidelidade e as salas VIP dos aeroportos: se você viaja com frequência, vale a pena se informar sobre as vantagens de ser um viajante frequente naquela cia aérea de sua preferência. Ter prioridade do check-in e poder usufruir de milhas aéreas são as principais vantagens disto.
Não leve todo o seu dinheiro dentro da bolsa enquanto estiver batendo perna pela cidade: tenha junto apenas algumas notas, além do cartão de crédito e da cópia do passaporte. Guarde sempre a maior parte do seu dinheiro e seu passaporte no cofre do hotel ou na sua mala trancada. Quando for viajar de avião, trem, ônibus ou navio, aí sim, fique com tudo para não correr o risco de perder a mala com roupas, passaporte e dinheiro.
Tente seguir o jeito de vestir local e seja discreto: em países muçulmanos, por exemplo, evite mostrar roupas curtas ou decotadas. Demonstrações de carinho e afeto em público também não são bem aceitas. Você pode ser mal interpretado, principalmente em igrejas e mesquitas. Em Dubai, lugar muito visitado por brasileiros, estes conselhos são superválidos.
Tenha consigo o telefone e endereço de onde você está acomodado: anote também os telefones de emergências do Consulado Brasileiro e de pessoas de sua confiança aqui no Brasil.
Se você não domina totalmente a língua local, mantenha um dicionário ou aplicativo sempre à mão: e se não fala inglês, procure fazer um curso rápido antes da viagem. Se possível, aprenda algumas palavras locais como: Por favor, obrigada e quanto custa? Em Bali, na Indonésia, como o idioma é completamente diferente do nosso, com estas três palavrinhas já consegui facilitar um pouco a minha vida por lá.
Muito cuidado ao aceitar bebida de estranhos em bares ou baladas: e não confie em pedidos para olhar ou carregar malas de estranhos nos aeroportos ou estações de trem.
Antes de entrar no taxi confirme o preço da corrida e certifique-se de que o taxímetro está ligado. Em Bangcok, fiquei com muita raiva, pois não prestei atenção e o motorista cobrou o equivalente a três corridas, já que eu não olhei o taxímetro.
Informe-se sobre percentual de gorjetas em restaurantes ou hotéis.
Ao pegar o ônibus, sente-se mais na frente perto do motorista para que ele lhe dê as dicas de onde descer. E evite andar sozinha à noite.
Álcool em gel pode ser muito útil, já que em alguns banheiros públicos não tem sabonete líquido. Além disso, uma garrafinha de água mineral é sempre bem-vinda, sobretudo em climas secos e, quando andamos muito à pé.