Mel Fronckowiak viu sua vida mudar (muito!) rapidamente. A faculdade de jornalismo que cursava no Rio Grande do Sul foi abandonada depois de um convite de uma agência de modelos em São Paulo. Na sequência, Mel conquistou o papel de protagonista da novela "Rebelde" e o coração do ator Rodrigo Santoro. Para ela, seu caminho foi guiado de forma natural. Hoje, aos 25 anos, ela deixou o trabalho como modelo um pouco de lado e está investindo na carreira de atriz e escritora. Em entrevista à Marie Claire, Mel responde oito perguntas para você conhecê-la melhor.
Marie Claire - Você começou sua carreira como modelo. Como decidiu que queria ser atriz?
Mel Fronckowiak - Tudo na minha vida aconteceu naturalmente. Sempre gostei do meio artístico, mas antes de entrar nessa área eu fazia jornalismo no Sul e adorava a faculdade. Quando tinha dezenove anos fui convidada a modelar em uma agência grande de São Paulo e aceitei. Tinha a ideia de continuar com o jornalismo, mas os caminhos me levaram para outros lugares. Como modelo fiz muitos comerciais na televisão. As próprias pessoas do meio diziam para eu estudar para ser atriz porque eu tinha jeito. Um dia fui chamada para fazer um teste na televisão. Quando me dei conta, já estava lá.
MC- Você já fez algumas participações especiais em novelas, mas seu papel principal foi em “Rebelde”, com a personagem Carla, uma adolescente com bulimia. Como buscou inspiração para interpretá-la?
MF - Fiz uma longa pesquisa sobre isso, tanto no mundo virtual quanto no real. Visitei pacientes internadas, tive o apoio de um psiquiatra para me ajudar a entender a doença. Você percebe que a bulimia é um distúrbio alimentar extremamente silencioso. Eu mesma já morei com várias modelos quando trabalhei em São Paulo e elas tinham alguns comportamentos que eu não conseguia entender: não se alimentavam direito e passavam muito mal. Estudando pude perceber a doença nelas. Além disso, senti grande responsabilidade porque é um tema social relevante, e recebi muitas cartas de meninas que têm dificuldade de aceitar o corpo por causa da ditadura da beleza e da magreza que existe hoje. Sempre tentei falar sobre a importância de cuidar da saúde acima de tudo e aceitar as diferenças.
MC- Entre modelar, atuar e escrever, o você prefere?
MF - Sou bastante jovem e comecei cedo, então pude experimentar bastante.Trabalhei como atriz e me considero iniciante. Eu cantava, mas é diferente de ser cantora. Escrever é uma paixão antiga, então é algo especial para mim. É difícil dizer o que prefiro. Gosto daquilo que me faz bem, me realiza e tem sentido para mim.
MC- Já fez alguma loucura ou extrapolou limites pela beleza?
MF - Quando comecei a modelar, fiz algumas dietas loucas como a que eu tomava sopa uma semana inteira. É uma dieta burra, porque você até emagrece naquele momento, mas depois volta tudo.
MC- Como cuida do corpo e da alimentação hoje?
MF - Para mim a saúde está em primeiro lugar e por isso mantenho um estilo de vida saudável. É claro que abro algumas exceções porque é necessário, né? Comer é um dos prazeres da vida. Eu, por exemplo, sou gaúcha e de vez em quando exagero no churrasco, e às vezes cozinho alguma torta doce e aí eu passo dos limites mesmo (risos). Quando isso acontece, é só dar uma equilibrada no dia seguinte. Também tenho uma personal trainer que orienta meus exercícios. Vou à academia e faço ioga quando meu tempo permite.
MC - Você já foi eleita a 17ª mulher mais sexy do mundo por um título masculino. O que acha que tona uma mulher sensual?
MF - A naturalidade é o que torna a mulher sensual. Quando você tenta forçar a sensualidade beira à vulgaridade. Às vezes você acorda e está de cara lavada, mas se sente bonita. E tem dias que você se produz para uma festa e nem assim está bem. Acho que se sentir sexy vem do interior.
MC - Você assumiu o namoro com o Rodrigo Santoro no início do ano. Ele é um ator que tem bastante experiência, inclusive internacional. Vocês trocam figurinhas sobre trabalho? Você sente ciúmes do assédio feminino?
MF - Em um relacionamento você conversa sobre todas as coisas, mas no meu o trabalho não é o foco das conversas. E não sou uma pessoa ciumenta. O ciúme só atrapalha e, se você extrapola, abre espaço para o outro também passar dos limites. Para mim, o ciúme é um bolo com muito fermento: se você for deixando crescer, ele toma conta do forno todo. Claro que é um sentimento humano e todos têm, mas controlo bastante nas minhas relações.
MC - Recentemente você lançou seu primeiro livro, "Inclassificável: Memórias da estrada". Como foi o processo para escrevê-lo?
MF - Às vezes viajávamos de ônibus na madrugada. Eu acordava e perdia o sono vendo o mundo passar pela janela. Neste tempo escrevia e, quando percebi, esses escritos tomaram a forma de um livro. A decisão de lançá-lo foi bem ousada porque sei como é difícil viver de literatura e apostar nisso. Ele veio com bastante coragem. Tenho vontade de continuar compartilhando o que escrevo.