Quem já tatuou o nome de um ex na pele ou fez algum desenho que deixou de fazer sentido anos depois sabe bem como a tecnologia pode ser útil para apagar definitivamente marcas indesejadas do passado. No entanto, desde que surgiu, o laser removedor ainda gera dúvidas em muitas pessoas que pensam em aderir ao tratamento.
Para esclarecer os principais mitos, Marie Claire conversou com Adriana Benito, médica-chefe da Pró-Corpo Estética Avançada. Ela explicou que é necessário alguns cuidados antes de iniciar o procedimento, que pode custar cerca de R$ 70 cada sessão quando contratado um pacote.
"A principal preparação prévia é a não exposição solar antes, durante e logo após o tratamento. Os cuidados no pós são principalmente boa hidratação, uso de cicatrizantes e protetor solar".
É possível remover completamente a tatuagem com laser.
Verdade. Ao longo do tratamento, que pode variar entre 4 a 12 sessões na média, os traços vão ficando mais finos e claros, até desaparecerem. A remoção completa, no entanto, tem a ver com vários fatores. "Depende muito da qualidade da tinta, da idade da tatuagem, da cor. Pode sair por completo, sim, mas exige mais tempo e mais sessões", afirmou.
Dói
Verdade. "Dói bastante porque o laser atinge a tinta de forma intensa. A gente usa várias métodos para tentar aliviar dor. Uma delas é o gelo, antes, durante e depois". Eventualmente pode-se usar pomadas anestésicas que aliviam parcialmente.
Na primeira semana, é recomendado, inclusive, o uso de curativos, principalmente se ocorrer a formação de bolhas. Elas aparecem mais frequentemente nos desenhos coloridos. "Ao final do tratamento, quando a existe menos pigmento, a dor diminui".
Retirar a tatuagem pouco tempo depois de ser feita prejudica a pele.
Mito. Pelo contrário, isso pode ser uma vantagem, já que a tinta ainda não está bem penetrada na pele. "Mas é necessário esperar a cicatrização total, pelo menos 45 dias" após a realização do desenho.
Tatuagens coloridas são mais difíceis de serem removidas.
Verdade. "Como o laser tem mais afinidade com cores escuras, as tatuagens coloridas são mais difíceis de sair, especialmente se o preenchimento foi realizado com cores como o amarelo e o azul".
A remoção é mais eficiente em algumas partes do corpo do que em outras.
Verdade. Regiões como braços, pés e mãos tendem a ser mais difíceis por estarem mais expostas ao sol. Quanto maior o contraste entre a cor da pele e o pigmento, melhor o resultado. Por isso, peles bronzeadas são mais resistentes ao laser.
Não é possível refazer uma tatuagem na pele que passou por uma remoção
Mito. Muitos tatuadores, inclusive, aconselham seus clientes a passarem por algumas sessões de remoção para clarear o desenho. É preciso apenas que a pele se recupere completamente da sessão de laser antes de submetê-la a uma nova tatuagem.
Quem sofre com queloide não pode fazer o tratamento
Mito. Pode, mas com muito cuidado. "Na verdade, a gente pode fazer alguma tentativa, se tiver algum histórico muito clássico, a gente não indica".
Segundo a médica, é necessário avaliar o custo-benefício do tratamento. "Se a tatuagem é muito feia no rosto, mesmo que tenha histórico de queloide, pode-se tentar remover", porque o rosto é um lugar onde há menos incidência do problema.
"Doenças da pele em geral, pessoas com psoríase, doenças cutâneas crônicas, histórico de vitiligo, entre outras doenças autoimunes da própria pessoa são algumas das contraindicações".