Na oferta de perfumes no mercado, é difícil escolher aquele que nos acompanha no dia a dia, na balada e até (e inclusive!) naqueles momentos especiais. Fato é que que quase todas as mulheres querem ter seu cheiro especial e para isso perguntam para a amiga, passam um tempão no freeshop experimentando novas frangrâncias e prestam atenção em todos os lançamentos que saem na revista.
Poucas pessoas conheciam o nome Viktor&Rolf quando o primeiro perfume da grife foi lançado, dez anos atrás. Flowerbomb se tornou um sucesso de vendas, sendo o primeiro no concorrido mercado nos Estados Unidos. Aqui no Brasil ele também é um grande sucesso.
Para comemorar a data, a dupla de designers e a L’oréal (que produz as fragrãncias da marca) organizaram uma festona durante a semana de moda de alta costura em Paris com performance da cantora Tori Amos, presença dos fotográfos Inez&Vinoodhn e Ellen von Unwerth, do dono da Diesel Renzo Rosso e, claro, com muitas flores na decoração. No dia seguinte, eles conversaram com Marie Claire e contaram um pouco do processo criativo, a relação da moda com a beleza e até sobre as suas consumidoras. Confira os highlights:
Marie Claire - Se você fossem recomeçar o processo de criação do perfume, o que fariam diferente?
Rolf Snoeren - Nada, seria louco pensar em mudar algo neste grande sucesso. O mais legal é que não começamos este projeto pensando que ele se tornaria tão popular e isto é o mais incrível de tudo.
MC - O briefing que vocês passaram aos perfumistas que criaram a fragrância era o de ter “uma explosão de flores”. Vocês tinham uma ideia do perfume final que gostariam?
Viktor Horsting - Não e fizemos várias modificações até chegar à ideal, ao que realmente queríamos. Demorou tês anos, mas acho que conseguimos.
Marie Claire - Como surgiu o nome do perfume?
VH - Foi o que veio primeiro, depois o resto foi surgindo.
MC - O processo de criação de um perfume é o mesmo de uma coleção de moda?
VH - Exato, começamos com uma ideia. E aí vamos desenvolvendo de acordo ao longo do tempo.
MC - Mas vocês demoraram três anos para criar a fragrância final, é um timing muito diferente do da moda...
RS - Totalmente, e esta é uma das partes boas de criar um perfume, você não precisa ter pressa.
MC - E como foi o final deste projeto, vocês concordaram de cara um com o outro?
VH - Sim, porque tinhamos uma ideia bem clara do conceito inicial (risos).
MC - Quem é a mulher que vocês imaginam usando o perfume?
RS - A gente nunca imaginou um esteriótipo de mulher para usá-lo e quando vemos nas ruas a diversidade feminina de adolescentes, jovens e senhoras com ele, ficamos muito satisfeitos.
MC - Como vocês reagem quando sentem o cheiro de Flowerbomb na rua?
RS - A gente para, sente e se surpreende. Até hoje é assim.
MC - Vocês hoje têm as fragrâncias e se dedicam às coleção de alta-costura. O que estes universos tão diferentes têm em comum e onde são opostos?
RS- A haute couture é feita apenas para uma pessoa, só uma mulher vai ter aquela determinada peça. Com o perfume é diferente. Mas quando fazemos algo, seja para uma pessoa ou para várias, nos dedicamos da mesma forma e procuramos dar a mesma clareza ás mensagens que queremos passar.
MC - Qual é a diferença entre o Bonbon (a mais recente fragrância da dupla, lançada em 2014) e o Flowerbomb?
VH - A mulher Bonbon é uma mulher introvertida, que confia em si mesma, mas com discrição. Flowerbomb é para as extrovertidas, ativas, que gostam de se expressar.
MC - O mundinho da moda sabe quem vocês são, mas talvez alguém que use o perfume nem tenha ideia que Viktor e Rolf são estas pessoas aqui sentadas na minha frente. Vocês são parados na rua por mulheres que sejam fãs da fragrância?
VH - Sim! Só não acontece todos os dias (risos).
MC - E quais são os próximos planos para vocês no mundo das fragrâncias?
RS - Você vai ter uma surpresa muito em breve.