Assumir os cachos naturais é uma decisão importante e libertadora - e pode render visuais cheios de personalidade. Ao mesmo tempo, requer alguns cuidados especiais e muita, muita paciência. Para entender melhor este processo, conversamos com as blogueiras Ana Catarina, à frente do Cacheia!, e Rayza Nicácio, famosa por seu canal no Youtube.
A quantidade de garotas que não estão satisfeitas com o seu cabelo natural é grande. O motivo? Insegurança, falta de aceitação… São muitas as razões para entregar-se aos tratamentos químicos, mas Ana Catarina é categórica: a principal delas é a falta de informação. “Quando você vai ao salão, é mais fácil sair de lá com uma progressiva do que com um corte em camadas bem feito e uma hidratação que realmente vá durar”, conta.
Ambas passaram por transições capilares. Rayza usava chapinha todos os dias, e Ana tinha progressiva. Hoje, assumiram as madeixas naturais, ensinam e inspiram milhares de meninas a tomarem a iniciativa também. Confira suas principais dicas e dê adeus aos fios alisados.
TENHA PACIÊNCIA E FIQUE LONGE DO CALOR DA CHAPINHA
Não adianta querer deixar o cabelo natural e continuar usando babyliss, chapinha ou fazendo outros procedimentos químicos mais leves. “Pare com tudo e observe seu cabelo: a textura, o volume, se tem fios finos ou grossos, onde é mais ressecado ou mais oleoso. Você precisa se conhecer”, aconselha Ana Catarina.
Depois de cinco anos usando chapinha e secador todos os dias, Rayza Nicácio conta que o processo de aceitação foi longo. “Cresci assistindo a minha mãe e as minhas tias alisarem o cabelo. Quando quis parar, fui cortando aos poucos e fazendo hidratações semanalmente nos fios danificados. O processo para conhecer o meu cabelo durou mais ou menos 2 anos”, explica.
O fio irá voltar ao normal, acredite. “Nenhuma química tem o poder de alisar os fios que não nasceram, então fique tranquila. Se o seu cabelo era cacheado, ele vai nascer cacheado”, esclarece Ana. Para que isso aconteça, deixe-o crescer e tenha paciência. O fio cresce, no máximo, até 1,5 cm ao mês. Respire!
PASSE A TESOURA
Se não conseguir esperar, cortar curtinho é uma opção. Assim, boa parte das madeixas alisadas vão embora. “Algumas meninas têm medo de cortar, mas eu aderi e achei libertador”, diz Ana. Mas calma, não é necessário cortar tudo de uma vez só: você pode ir cortando a medida que o cabelo cresce. “Tenha em mente que uma hora ou outra vai precisar cortar, porque a parte alisada foi modificada em sua estrutura e não se recupera mais”, acrescenta a blogueira.
Para as radicais que não querem lidar com duas ou mais texturas no cabelo, o 'big chop' pode cortar o mal pela raiz. O corte nada mais é do que o famoso joãozinho.
HIDRATE
“Durante a transição, recomendo seguir um Cronograma Capilar, ou seja, lavar o cabelo três vezes na semana e, também semanalmente, utilizar uma máscara com um propósito diferente: hidratação, nutrição e reconstrução”, sugere Ana Catarina. “A hidratação deve ser feita mais vezes do que a nutrição que, por sua vez, deve ser aplicada mais vezes que a reconstrução”, completa.
E DEPOIS?
Depois de ter passado pela transição, Ana Catarina sugere o corte em camadas e arredondado, para não influenciar no volume. “Se você gosta de volumão, basta cortar com mais camadas ainda”, sugere. O tratamente em casa também não pode parar, opte por produtos feitos com ingredientes naturais, como a babosa e a manteiga de karité, e sem sal.
Rayza Nicácio conta que não penteia o cabelo, só desembaraça com os dedos. ”Além disso, não aconselho lavá-lo mais do que duas ou três vezes por semana: o nosso cabelo é naturalmente mais seco, e enxaguar com muita frequência pode piorar isso”, alerta a blogueira.
Assim como Ana, Rayza também é adepta da fitagem para arrumar os cachos. “Separo o cabelo em mechas e aplico creme em cada uma delas, começando na nuca”, explica. “Depois, é só esperar secar ou usar o difusor, e finalizar com um óleo”.