Uma americana muçulmana que foi rejeitada para uma vaga na rede Abercrombie & Fitch, de moda esportiva, por usar o véu tradicional da religião, ganhou um processo contra a marca por discriminação.
Samantha Elauf, de 24 anos, participou de um processo de seleção para a loja Abercrombie Kids, em Oklahoma, nos EUA, quando tinha apenas 17 anos. Ao final, disse que não poderia assumir a vaga porque seu acessório religioso não combinava com a “política de vestimenta” da companhia.
O caso chegou à Suprema Corte, que decidiu que a marca praticou discriminação religiosa ao usar o argumento para rejeitar a candidato à vaga. O processo foi movido, em nome de Samantha, pela Comissão de Igualdade nas Oportunidades de Trabalho, uma agência federal, em 2008.
Samantha já havia ganhado em primeira instância um processo que exigia o pagamento de US$ 20 mil contra a Abercrombie, mas um tribunal federal decidiu em favor da marca. Na última instância, no entanto, a corte federal considerou que houve discriminação contra a jovem.
“Nós comemoramos essa decisão histórica em favor da liberdade religiosa numa época em que a comunidade muçulmana nos Estados Unidos tem enfrentado uma crescente islamofobia”, disse a diretora nacional do Conselho de Relações Americano-Islâmico, Nihad Awad, segundo o diário inglês Metro.
Um advogado da marca de roupas disse que vai recorrer da decisão. Esta não é a primeira vez que a grife sofre críticas por sua política de vestimenta. Em 2009, a inglesa Riam Dean, que usa uma braço mecânico, denunciou a loja após ter sido colocada para trabalhar no estoque, o que ela acredita ter sido devido à sua condição.