Joseph Miller, de 25 anos, era um jovem que vivia em Los Angeles e adorava pintar e escrever poesia. Mas, há sete meses, ele viu a sua vida mudar de maneira dramática, depois de sofrer um grave AVC.
Na volta da faculdade, no dia 7 de outubro de 2014, Miller sentiu uma intensa dor de cabeça, contou ao colega com quem dividia apartamento e foi direto para a cama.
No quarto, ele sofreu um AVC e passou três dias desacordado, até que o amigo o encontrasse e o levasse ao hospital, onde ficou 17 dias em coma. Ao acordar, se viu impossibilitado de falar ou andar. “Demorou um mês para que eu pudesse pronunciar palavras básicas e comunicar minhas necessidades”, contou ao ABC News.
Além disso, Miller perdeu 95% da memória e só conseguia se lembrar da própria mãe. Para tentar solucionar este problema, ele decidiu recorrer ao Instagram. “Quando vi o aplicativo, eu lembrei, ‘ah, eu tenho um Instagram’. Demorou um pouco para que eu entrasse, porque esqueci a senha. Mas quando consegui recuperá-la, foi tipo ‘wow!’”, contou.
Segundo o neurologista Steven Cramer, da Califórnia, ver fotos antigas é uma boa maneira de exercitar o cérebro, que, depois de um acidente vascular cerebral, funciona como uma criança sedenta por aprender. “Qualquer coisa que brinque com a memória pode ajudar a trazer períodos à tona. É como um fósforo que acende outras lembranças que estejam associadas“, explicou.
E o recurso parece ter dado resultado. Agora, com parte das lembranças recuperada, Miller reconhece que a prática o ajudou a descobrir sobre quem ele era e o que ele gostava de fazer. “É fascinante como o Instagram tem desempenhado um grande papel na minha recuperação. Através dele, lembrei que trabalhava com contabilidade, gostava de escalar e adorava conhecer pessoas estranhas”, revelou.
A única dificuldade tem sido lembrar de acontecimentos da infância. “Continuo trabalhando nisso.”