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“Nossos momentos são sempre inesquecíveis”, diz Cássio Reis sobre filho

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Pai de Noah, de 5 anos, o apresentador Cássio Reis é um dos exemplos da nova paternidade, que é mais carinhosa, mais próxima, mais tolerante e muito mais gostosa. Em 2013, nossa homenagem a eles que cuidam de sua prole com uma participação inédita na história da humanidade.

"É importante ver a identificação dele comigo, seja quando me imita, quando jogamos bola ou quando me acorda", diz Cassio Reis (Foto: Daniel Aratangy)

CASSIO REIS, 35 ANOS, PAI DE NOAH, 5
Um paizão. Apresentador do Ídolo Kids, da TV Record, Cassio Reis vive umas das histórias mais típicas da atualidade. Separado há três anos da atriz Danielle Winits, com quem teve Noah, hoje com 5, ele tem a guarda compartilhada do filho com a ex-mulher. Isso significa organizar a agenda entre o Rio, onde mora, e São Paulo, onde trabalha, para que dia sim, dia não ele e o menino estejam juntos. Sempre que possível, Cassio estende a estadia em São Paulo para que o filho possa conviver coma família paterna. “Posso assegurar que nossos momentos são sempre inesquecíveis. Ele volta dos fins de semana familiares sempre renovado”, diz.

Cássio entende que preparar Noah para a vida é sua missão. “Procuro ser um pai sempre atento ao desenvolvimento de meu filho. Meu pai sempre foi presente em minha vida, sempre me incentivou e orientou. Faço a mesma coisa com meu filho. As coisas que mais o tocam quando está com Noah? “Teria uma infinidade de momentos marcantes para citar. É emocionante ver sua evolução e identificação comigo. Quando ele me imita, quando jogamos bola ou quando ele me acorda e, com um carinho especial, me diz: ‘Acorda, papai’.

"O sertanejo vê o valor acima do custo das coisas. Essa simplicidade, e também a austeridade, aprendi com meu pai", Rodrigo, chef do Mocotó (Foto: Daniel Aratangy)

JOSÉ ALMEIDA,75 ANOS, PAI DE RODRIGO ALMEIDA, 35
“Diria que o sertanejo vê o valor acima do custo das coisas. É assim que a barriga de porco, um corte desprezado nos açougues, se transforma numa iguaria, como os nossos torresmos já mundialmente famosos”, diz Rodrigo, chef do Mocotó, famoso restaurante na zona norte de São Paulo, especializado em comida nordestina.

A postura de Rodrigo é uma marca direta da relação que tem com seu pai, homem nascido no sertão pernambucano, que migrou para São Paulo aos 25 anos. Nos anos 70, inaugurou seu próprio bar, onde tornou famoso o caldo de mocotó. Seu José fez de tudo para que Rodrigo não seguisse seus passos na profissão. “Eu queria que ele fosse doutor”, diz. O menino até cursou alguns anos de engenharia, mas desistiu. “Comecei a trabalhar no restaurante para estar perto do meu pai. Foram os seus exemplos de austeridade e simplicidade que me marcaram”, diz Rodrigo, hoje um dos chefs mais reconhecidos da cidade. Mesmo assim, seu José não baixa a guarda. “Só queria que ele não gastasse tanto com equipamentos de cozinha. Precisamos guardar para os nossos filhos. Amanhã eles podem trazer muita alegria. Exatamente como ele faz comigo.”

"Tenho certeza de que, se o Paulo tivesse tido tempo para me pedir algo, seria isso: 'Pai, cuide do meu filho´", afirmou José Ruy Gandra (Foto: Daniel Aratangy)

JOSÉ RUY GANDRA, 55 ANOS PAI-AVÔ DE RODRIGO, 2
Em 2011, o jornalista José Ruy Gandra publicou o livrou "Coração de Pai", que reúne 45 histórias sobre essa convivência. Pouco tempo depois, no entanto, Zé Ruy, como é conhecido, sofreu o maior dos reveses que essa relação pode ter. No início de 2012, seu filho Paulo morreu, aos 28 anos, em decorrência de uma isquemia coronariana. Foi o início de uma dolorosa jornada que vai tomando novos contornos. O mais marcante é a relação com o neto Rodrigo, que tinha menos de 1 ano quando Paulo morreu.

Zé Ruy é um pai-avô. Desde a morte do filho, ele e o neto estão sempre juntos. “Ao menos uma vez por semana ele dorme em casa comigo. Brinco, dou de comer, tomamos banho numa piscininha de plástico.” Zé Ruy diz que transferiu para o neto o amor que dedicava ao filho. “Tenho certeza de que, se ele tivesse tido tempo de me pedir alguma coisa, seria isso: ‘Pai, cuide do meu filho’.” A convivência com o neto, diz ele, permitiu uma leitura positiva sobre sua perda: a de que a vida continua quase que milagrosamente. “Sem o Rodrigo, acho que já teria sido tragado pela tristeza. Costumo dizer que Deus me ministrou, simultaneamente, o veneno e o antídoto.”


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