Uma americana do estado da Califórnia entrou com uma ação justiça para conseguir o direito de morrer antes de sofrer com as consequências finais de um câncer terminal.
"Vou morrer nos próximos meses, e vou morrer dolorosamente", explicou a advogada e ex-sargento da polícia de Los Angeles Christy O'Donnell, 46, à revista People sobre sua condição. "Eu estou pedindo aos tribunais que emitam uma ordem para que não tenha que morrer dolorosamente".
O'Donnell se inspirou na história de Brittany Maynard, uma jovem que no ano passado conseguiu o direito de esolher a data em que iria morrer sem ter que sofrer com as consequências de uma doença terminal.
"Christy é um exemplo de coragem para muitas outras pessoas que estão morrendo e que enfrentam um sofrimento insuportável em seus dias finais que nem mesmo o melhor hospital e cuidados paliativos podem aliviar", afirmou Kevin Díaz, diretor da ONG Compassion & Choices. A instituição defende a aprovação de uma lei que permite a interrupção da vida em casos com o de O'Donnel.
A americana foi diagnosticada no ano passado com câncer de pulmão e desde então a doença se espalhou para o cérebro, fígado, costela e vértebras depois de a quimioterapia se tornar ineficaz. Se os novos tratamentos também não funcionarem, ela deve falecer entre junho e abril.
Os contrários à uma lei com este fim argumentam que a medicação atualmente deve ser capaz de aliviar as dores, mas, segundo a O'Donell, eles não levam em conta que nem sempre os remédios fazem efeito. "Cada pessoa reage de forma diferente a medicação para dor e no meu caso eu fico muito doente."
Apesar disso, a americana faz o possível para aproveitar seus últimos momentos ao lado da filha de 20 anos de idade com quem mora. "Eu tenho menos bons dias agora", ela diisse, "mas isso não significa que os dias não são preciosos."