Ela não consegue lembrar nada de sua vida antes de 2009, quando sofreu um grave acidente no rancho em que mora, no estado norte-americano do Colorado. No entanto, Leigh Erceg, que sofreu danos cerebrais numa queda, se tornou uma espécie de “gênia acidental”.
Desde que se recuperou, a mulher de 47 anos, desenvolveu uma aptidão que não tinha antes por poesia, arte e matemática. A americana também diz que consegue “ver” sons e “ouvir” cores quando escuta música.
De acordo com o Daily Mail, Leigh sofre de uma doença rara, chamada de síndrome da sabedoria adquirida, que provoca um grande crescimento da habilidade cognitiva em áreas como arte e matemática, de uma maneira bem maior que a média da população.
Já a sensação de ver sons e ouvir cores vem de uma condição chamada sinestesia, que faz com que um ou mais sentidos, que normalmente são experimentados separadamente, se “misturem” involuntariamente no cérebro, causando o efeito, segundo a ABC. Cantores como Pharrell Williams e Lady Gaga dizem ter a mesma habilidade.
“Leigh é a única mulher do mundo que tenho notícia a ter síndrome da sabedoria adquirida e sinestesia após um dano cerebral”, disse o neurocientista Brit Brogaard em entrevista à emissora.
A americana caiu de um barranco enquanto alimentava galinhas em seu sítio, em 2009. Na época, os médicos disseram que ela não voltaria a andar e talvez nunca recuperasse as memórias anteriores ao acidente. “Eu não lembro como foi a queda, mas deve ter sido bem feia... Só lembro de ficar pensando: ‘Leigh, continue respirando’”, conta ela.
Mesmo depois de se submeter a diversos tratamentos, a americana, que é formada em educação física e ex-atleta, não conseguiu recuperar as memórias antes do acidente –e não reconhece nem mesmo a própria mãe. Ela também diz ter perdido a capacidade de sentir emoções, embora tenha aprendido a sorrir em situações sociais.
Sua melhor amiga, Amber Anastasio, é quem cuida hoje de Leigh e a ajuda a entender sua vida anterior. A casa da americana é cheia de equações matemáticas, poemas e incríveis quadros, que ela pinta enquanto escuta música.
“Quando você pede a Leigh para desenhar alguma coisa, ela começa pelos detalhes. Se é uma casa, por exemplo, ela começa pelas janelas e vai completando a figura. Ela presta atenção antes nos detalhes do que no todo, ao contrário da maioria”, conta o neurocientista, que também afirma que a ex-atleta não tinha interesse por arte antes do acidente.
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Após traumatismo craniano, americana se torna expert em matemática, poesia e arte
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