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"Não é a falta de medicamento que gera obesidade", reage diretor da Anvisa sobre restrição à sibutramina

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Hoje, a sibutramina só pode ser usada por pessoas com Índice de Massa Corporal (IMC) igual ou acima de 30 e sem problemas cardíacos (Foto: Think Stock)

A queda de braço entre a Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária), que proíbe ou restringe remédios para emagrecer, como a sibutramina, e parte da classe médica, que defende a liberação deles, ganhou novos contornos esta semana. Na terça-feira (5), a Associação Brasileira de Nutrologia lançou nota aberta em que relacionava o problema da obesidade às atuais restrições da agência. A Anvisa proíbe drogas como femproporex, mazindol e anfepramona (que usam anfetaminas ou princípios similares), além de controlar com rigidez o uso da sibutramina.

“Nós já prevíamos que a proibição dos remédios influenciaria esse avanço vertiginoso do excesso de peso, e acreditamos que, em breve, o número de obesos também vá aumentar”, afirmou o presidente dos nutrólogos, Dr. Durval Ribas Filho, referindo-se ao aumento de 23% em nove anos divulgado pelo Ministério da Saúde.

Nesta sexta-feira, Marie Claire conversou sobre o assunto com o novo diretor-presidente substituto da Anvisa, o economista Ivo Bucaresky, durante o 4º Fórum da Saúde e Bem-Estar, realizado em São Paulo. “Simplesmente não é verdade. A questão da obesidade tem a ver com padrão alimentar. Não é a falta de um medicamento que a gera”, disse. Para Bucaresky, os hábitos dos brasileiros na última década é que têm contribuído para o aumento de peso da população. “Tivemos um forte crescimento de renda e uma oferta de produtos que geram obesidade. Isso e a falta de exercício é que traz consequências.”

ENTENDA A POLÊMICA

 

Desde 2011, a Anvisa proibia a venda desses remédios e controlava a sibutramina. Em setembro passado, após intensa pressão da classe médica, o Senado aprovou ação que suspendia os poderes da agência na questão, abrindo caminho para a volta das drogas às farmácias. A Anvisa reagiu no mesmo mês com um novo pacote de restrições.

Hoje, a sibutramina só pode ser usada por pessoas com Índice de Massa Corporal (IMC) igual ou acima de 30 e sem problemas cardíacos. Se a droga não fizer efeito em quatro semanas, a Anvisa não libera um novo pedido de compra. “Ela não é proibida. O que fizemos foi aumentar o controle e a rigidez para que seja prescrita. Quando aos outros medicamentos, eles foram proibidos porque não tinham nem segurança nem eficácia comprovadas. E não é só no Brasil. No mundo inteiro esses anorexígenos [como são chamados os inibidores de apetite] estão sendo proibidos”, completou Bucaresky.


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