Conhecer os destinos ao nascer do sol. A proposta pode ser difícil para os mais preguiçosos, mas é o que Gabriel Prehn Britto, autor do blog "Gabriel quer viajar", sugere ao viajar para qualquer lugar. A abordagem diferente permite conhecer a versão vazia e serena de algumas cidades e pode ser o primeiro passo para um roteiro mais original.
A partir de indicações de quatro autores de blogs de viagem, traçamos sugestões alternativas para conhecer Paris, Praga, Nova York e Madri sem enfrentar filas ou multidões. Confira o que cada cidade tem a oferecer.
PARIS, JE T’AIME
A cidade francesa das luzes e do romantismo chama atenção pela consagrada Torre Eiffel e pelo Museu do Louvre, onde fica exposta a Mona Lisa. A grandiosidade e fama desses e de outros lugares parisienses justificam uma permanência fixa nos roteiros turísticos, mas é possível conhecer a capital por outro ângulo. Lina Hauteville, fundadora do blog "Conexão Paris", mora na cidade desde 1983 e sabe onde ir para fugir do cliché.
Para comer ostras e tomar vinho branco durante um happy inusitado, Lina indica a peixaria L’Écume Saint-Honoré na Rua Marche-Saint-Honoré, 6. Além da fartura de frutos do mar, o lugar atrai intelectuais e pessoas descoladas que se reúnem em mesas na calçada ou no interior do local.
Se a preferência é por algo mais leve, então o lugar é o Hotel Westin para um chá da tarde. “Quando estiver cansado da agitação de Paris, lembre-se da proposta,” avisa a autora. Na Rua de Castiglione, 3, entre os Tuileries e a Place Vendôme está o jardim interno do hotel. Lá é possível degustar deliciosas pâtisseries e relaxar com um chá quentinho.
Nem só de petiscos e comidas se faz uma viagem. Para ir às compras sem multidões de turistas, a loja de departamento Bon Marché é uma boa opção. Segundo Lina, na Rive Gauche é possível encontrar grandes marcas das modas francesa e internacional.
Filas longas e demoradas de museus mais badalados podem ser evitadas no Le Petit Palais. O endereço é praticamente desconhecido, mas bem localizado. Quando estiver na Champs Elysées, vire à esquerda na avenida Winston Churchill. O museu é gratuito e tem obras de artistas como Delacroix e Rodin. A decoração do Le Petit Palais demorou vinte anos para ser realizada.
PRAGA, CIDADE DE PARQUES E CASTELOS
A capital checa conhecida como “cidade das cem cúpulas” é dona dos patrimônios históricos mais antigos e bem conservados da Europa, já que foram vítimas de poucos danos durante as duas guerras mundiais. Gabriel Prehn Britto, de “Gabriel quer viajar” passou um período sabático de nove meses na cidade e tem algumas recomendações.
Em seus passeios pelas ruas da capital, Gabriel descobriu o bairro Vinohrady, repleto de esculturas, prédios de estilos desconhecidos e parques. Para chegar lá, o ideal é pegar um metrô da linha A até a estação Jiřiho z Poděbrad. Da estação, é só sair caminhando pelas ruazinhas sem destino certo ou inventando um caminho longo até o parque Riegrovy ("Riegrovy Sady"). Do alto dos morros se vê o Castelo de Praga e toda a Cidade Velha.
Para fugir ainda mais da multidão, o autor indica o Parque Průhonice. Apesar de estar em uma cidade colada à Praga, o passeio compensa por incluir jardim botânico, castelo, lagos e paisagens maravilhosas. No site do parque há indicações de como chegar ao local.
NEW YORK, NEW YORK
The Big Apple (“A grande maçã”) é abrigo para o Times Square e para as superproduções da Broadway. No entanto, a cidade com maior diversidade étnica do mundo tem mais a oferecer. A fundadora do blog “Nós no mundo”, Anna Bárbara, sabe onde ir até quando bate a vontade de experimentar comida chinesa.
A verdadeira Chinatown nova-iorquina só é conhecida quando se frequenta restaurantes mais desalinhados, simples e baratos. Um deles é o Joe’s Shanghai, onde estão os soup dumplings, ou os xiaolongbao, em chinês. Os dumplings, também chamados de Dim Sum, são pequenos pastéis de massa fina em formato de trouxinhas. Eles foram criados no século 8 e são ótimos para acompanhar uma xícara de chá. Guarde este endereço quando a fome bater: 9 Pell Street, Chinatown.
Para aproveitar os dias de verão, há uma alternativa ao Central Park: o Hudson River Park, na parte oeste da ilha de Manhattan. As calçadas largas beiram o rio e é possível praticar atividades ao ar livre nas quadras de basquete, vôlei de praia, baseball e tênis. O local ainda é equipado com mini golf, paredes de escalada e oferece aluguel de bicicletas e caiaques.
Os programas noturnos são quase indispensáveis quando se trata da cidade que nunca dorme. Para quem não tem medo de altura, Anna propõe os bares localizados nas coberturas dos edifícios de Nova York. Os Rooftop bars têm vistas espetaculares e existem diversas opções. Do 230 Fifty (Fifty Avenue, 230 - esquina com a 27th Street) é possível enxergar o Empire State Building. Já pelo AVA Lounge (West 55th Street, 210 - entre a Broadway e 7th Avenue) avista-se o Times Square.
MADRI DOS EXPERIENTES
Seguir os passos de quem nasceu ou viveu muito tempo em Madri é a recomendação de Rafael Sette Camara, do blog 360 meridianos, para aproveitar a cidade de uma forma diferente. Ernest Hemingway, jornalista americano correspondente na época da Guerra Civil espanhola fazia suas refeições no Sobrino de Botín. O restaurante é do ano de 1725 e orgulhosamente diz ser o mais antigo do mundo.
Segundo o autor do blog, o Botín também é uma boa pedida para os amantes de outra arte: dizem que o pintor Franciso Goya trabalhou como garçom no local. As obras de Goya podem ser encontradas na pequena igreja de San Antonio de la Florida, na Rua Glorieta de San Antonio, 4, e é lá que está seu túmulo. A Basílica San Francisco el Grandem, na Rua Calle San Buenaventura,1, também tem trabalhos do artista.
Em Madri há um monumento muito famoso na Plaza das Cibeles, que fica na interseção das Calle de Alcalá com o Paseo de Recoletos e o Paseo del Prado. Embora muitos viajantes passem pelo local e incluam a praça em seus roteiros, poucos sobem no Mirante CentroCentro para apreciar a vista da cidade. A entrada é gratuita