Após a morte do marido há 8 anos, a dona de casa Regina Célia de Oliveira se viu num dilema entre trabalhar fora para sustentar a família e cuidar do filho que acabara de perder o pai. A solução que ela encontrou foi começar um negócio próprio, que pelo caráter ecológico, e posteriormente bem sucedido, foi premiado pelo Sebrae anos depois.
"Meu filho já tinha 12 anos quando meu marido faleceu, logo iria se tornar adulto e eu não teria presenciado seu crescimento. Resolvi juntar os dois", contou à Marie Claire.
Oliveira começou a vender de porta em porta o sabão que até hoje produz a partir de óleo de cozinha, etanol, caixa de leite e de outros ingredientes que prejudicariam a natureza, como a garrafa pet. "É biodegradável".
Mas a ideia do negócio surgiu por acaso. "Ganhei de uma senhora uma garrafinha do sabão, aí pesquisei na internet como se fazia e rendeu muito [65 litros]. Então, doei para a comunidade", disse.
Pouco tempo depois, as pessoas se mostraram cada vez mais pelo produto, dando início a um potencial público consumidor. A dona se casa, então, se tornou empresária.
"No sábado eu e meu filho escolhíamos um local para vender. Na época, não tinha como pagar uma gráfica, então fiz cartões de visita no meu computador e fui conquistando a clientela", feita de moradores e comerciantes, como donos de restaurantes e salões de beleza, que trocaram o detergente de grandes marcas pelo Sabão Lelê, como foi batizado.
"É um produto ecológico que, por conter álcool, remove melhor a sujeira. Além disso, demora mais para acabar, pois o sabão em barra é firme, não desmancha na pia, e o detergente é mais consistente", afirmou.
Desde que formalizou a empresa, em 2010, o faturamento saltou de R$ 3.590 para mais de R$ 13 mil em 2013. O sucesso foi tanto que ela ganhou o prêmio de microempreendedora individual de 2015 pelo Sebrae em uma seleção com representantes de todos os estados brasileiros. "Saí vencedora! A marca agora é reconhecida nacional e até internacionalmente", comemorou.
Os planos da capixaba para o futuro são aumentar a produção do sabão para uma escala maior, mas para que isso aconteça é necessário um investimento de cerca de R$ 160 mil no negócio. "Dependo de uma fábrica e de um químico para colocar o produto nos supermercados". O objetivo agora é encontrar um investidor que aposte na ideia.