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Estrada da beleza, 25 de março: as meninas de L'Équipée dão uma de cowgirls num cenário deslumbrante

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Finalmente o Brasil selvagem que elas tanto esperavam. Às 7h da manhã, as motos estavam ligadas e prontas para sair de Campo Grande e pegar a estrada rumo à Fazenda San Francisco, a 30 km da cidadezinha de Miranda, no sul do Pantanal. A ideia era realmente sentir e fazer uma imersão na vida pantaneira. Coisa que elas conseguiram.

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As meninas chegaram à Fazenda San Francisco, a 30 km da cidadezinha de Miranda, no sul do Pantanal (Foto: Ludovic Ismaël)

Uma história de mulheres
Quem as recebeu foi Bete Coelho, proprietária da fazenda. Mãe de quatro filhas (Cíntia, Roberta, Carol e Andrea), quando as meninas nasceram ela enterrou o cordão umbilical de cada uma embaixo de uma árvore. "Esse é um ritual tradicional da região para que os filhos queiram continuar fazendo aquilo que a família já faz", diz. Deu certo. "Imagina se elas viram umas meninas que só gostam de ir ao shopping?", brinca. Longe disso.

Embora Cíntia, a mais velha, trabalhe como psicóloga em Campo Grande, a capital do estado, Andrea, Carol e Robert a estão à frente da fazenda juntamente com Bete e o marido. Todos administram a propriedade, que além da pecuária e da plantação de arroz, também funciona como hotel. Mas a ideia das garotas de L'Équipée não era serem hóspedes comuns, e sim viverem a vida real dessas pantaneiras. Elas estão contentíssimas de poderem se juntar à irmandade dessa família pantaneira e compartilhar o seu cotidiano.

As francesas foram direto para o campo e acompanhariam os peões numa travessia de gados (Foto: Ludovic Ismaël)

Como cowboys
Assim que chegaram, colocaram as malas nos quartos, almoçaram rapidinho e foram direto para o campo com Andrea e Carol para viver um dia típico do Pantanal. Durante a tarde as filhas de Bete acompanhariam os peões numa travessia de gados. Essa é uma rotina típica de qualquer fazenda nessa região. Às vezes é preciso retirar o gado de um pasto que corre o risco de ser alagado pelas chuvas, e levá-lo a uma parte mais segura.

Foi o que as garotas ajudaram a fazer, com uma boiada de 300 cabeças! Juntamente com os peões, elas atravessaram a cavalo campos alagados – por sinal, habitados por jacarés! – para transportar os animais. Cindy, que já fez parte de uma equipe de equitação, é a mais experiente em montaria e conduziu o grupo boa parte do tempo. Apesar de sua pouca experiência, Cecile conseguiu acompanhar o ritmo da amiga quase o tempo todo.

"Às margens do rio, um boiadeiro toca o berrante para mostrar aos animais por onde ir", conta Cecile. "Vamos abrindo caminho pela água. A boiada segue atrás. Passamos por lama e lodo. A água bate nas coxas. Os cavalos nadam. É preciso estimulá-los para que não deslizem. Alcançamos a outra margem e os animais saem da água em disparada, com força e vigor. Me faltam palavras. Já nem sei qual foi nosso papel nisso, mas me senti realmente transcendida com essa missão. Esqueci que eu era uma mulher parisiense, que tinha 32 anos e até que língua eu falava... Me entreguei de corpo e alma a essa tarefa, inebriada pela ação e pela energia animal.”

Mesmo sob um sol de 34° C, a fauna e a flora brasileira saltaram aos olhos das francesas (Foto: Ludovic Ismaël)

O Pantanal é incrível
Após a travessia, alguns gados precisaram ser levados a um lugar chamado 'mangueiro'. "Aqui mantemos os bois que têm alguma necessidade especial e precisam de assistência. As fêmeas que estão prenhas, por exemplo, necessitam de alguns cuidados, outros animais precisam de vacinas. Enfim, trazê-los para cá faz parte do trabalho diário", explica Andrea.

Para levá-los até lá, foi preciso conduzi-los por uma estrada de terra. Em todo esse caminho (sob um sol de 34° C), a fauna e a flora brasileira saltaram aos olhos das francesas. Elas a visitaram árvores como a Barriguda (onde as araras costumam construir seus ninhos), além de emas, búfalos, tamanduás e pássaros lindos como o Príncipe Negro, que tem esse nome por causa do bico negro.

Ao deixarem o campo, as meninas seguiram para um passeio de canoa. Juntamente com Bete, Carol e Raquel, elas navegaram em um rio cercado por uma densa mata, outra paisagem típica da região. Depois ainda emendaram com um típico jantar pantaneiro, ao redor da fogueira e ao som da viola de Almir Salter, que vinha das caixas de som. O deslumbrante céu estrelado do cerrado completou a noite. Vai ser difícil deixar o Pantanal...

Amanhã, as meninas de L'Équipée vão provar uma especialidad e local: a piranha  (Foto: Ludovic Ismaël)

Fiquem ligados amanhã quando...
As meninas de L'Équipée vão provar uma especialidade local: a piranha (depois de pescá-la)

O Pantanal
O Pantanal, na fronteira com a Bolívia, é uma vasta planície de prados e savanas alagados, atravessada por numerosos cursos de água, como o rio Paraguai e seus afluentes. Tal fato faz com que seja a região mais úmida do planeta. Durante a estação chuvosa, isto é, quatro meses por ano, 80% do Pantanal fica submerso! Graças a essa particularidade, ele contém a maior concentração de plantas aquáticas do mundo e a mais bela reserva de animais do Brasil. Imperdível para as meninas de L'Équipée, que não podiam deixar de fazer esse desvio, apesar dos alagamentos...


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