Ao saírem de Araguainha, as meninas ainda tinham pela frente 50 km de estrada de barro até chegarem à BR 363 em direção a Rio Verde. Nesse primeiro trecho da viagem, cheio de buracos e de poças, as garotas tiveram direito a tudo: calor, frio, chuva e vento. Foi um tira-roupa e põe-roupa sem fim.
Uma paradinha para colocar capa de chuva e logo mais adiante, outra paradinha para tirá-la. Mais uma paradinha para pegar a jaqueta de couro na mala quando o vento esfriava, e logo depois, outra parada para guardá-la na mala quando o vento voltava a se aquecer... Até que finalmente, o sol ganhou força e aí era a hora de colocar protetor solar! Veio a sede.
Poeira e vento entraram pelo nariz e pela boca das meninas, deixando a garganta seca. As costas e as pernas começaram a ficar... Além da adversidade em si, uma viagem desse tipo representa um enorme desafio físico (e mental). Por outro lado, é esse tipo de obstáculo que faz as meninas vibrarem. Quanto mais difícil for, mais elas se sentem fortes e bonitas.
Motoqueiras intrépidas... e prudentes
A ideia era seguir para Rio Verde pela BR 363 depois do sagrado cochilo do almoço. Só que no posto de gasolina, as meninas descobriram que as fortes chuvas que tinham caído nos últimos dias quase tinham destruído a estrada, o que impediu que elas continuassem. Estava na hora de rever os planos (é sempre fundamental ter um plano B). Agora, elas iam pegar a BR 163 na direção de Campo Grande e seguir até o Pantanal.
Embora o itinerário alternativo tenha resolvido o problema, ele revelou-se bem mais difícil do que as meninas esperavam. Por causa do grande número de caminhões e da chuva torrencial, esse acabou sendo o trecho mais duro de toda a viagem até agora. “Eu achei os caminhões mais estressantes do que a estrada de barro, por mais difícil que ela tenha sido”, disse Louise B. “Quando o vento e a chuva pesada batiam, nossas roupas impermeáveis inflavam. A gente literalmente virava balão. Foi muito tenso”.
A beleza em torno de si
Depois da chuva, veio o bom tempo. Nas redondezas de Rondonópolis, o sol acabou saindo, o que revelou uma paisagem brasileira completamente diferente de tudo aquilo que as meninas já tinham visto no país. A beleza das cores era de tirar o fôlego. Os muros de barro vermelho típicos do Cerrado e o céu azul lavado pela chuva compunham uma paisagem digna de cartão postal, que as meninas cruzavam como num sonho.
O sentimento de prazer foi intensificado pelo fato de que as meninas tinham acabado de vencer o maior desafio de estrada desde que tinham chegado ao Brasil. E havia ainda muitas (boas) surpresas à espera delas... Graças a um desvio, as meninas encontraram uma cachoeira de sete quedas, onde pararam por duas horas para curtir mais um prazer típico do Cerrado: mergulhar em suas águas frias e cristalinas. Foi um dia único em todos os sentidos.
Fiquem ligados amanhã quando...
As meninas de L’Équipée finalmente penetrarão no selvagem Pantanal!