Uma inglesa que foi presa por permitir que os filhos escolhessem quando queriam ir à escola porque acreditava que eles aprenderiam “mais na praia do que numa sala fechada” diz ter se arrependido de sua atitude. Claudia Ward, de 42 anos, afirma que a prisão a alertou que estava errada e que os filhos agora têm 100% de freqüência.
“Me sinto muito culpada. Minha teimosia me levou a uma cela de prisão em Gloucester, a quilômetros de distância de meus filhos ainda pequenos e dependentes”, disse ela ao diário inglês Daily Mail.
“Eu admito que minha visão sobre educação não era correta e todo mundo deve seguir as regras se não tudo se transforma em anarquia. Isso foi o alerta que eu precisava”, afirma a inglesa, mãe de seis filhos, de quatro diferentes pais, hoje com idades entre 6 e 24 anos.
Claudia foi processada em 2008 e novamente em 2011 e 2012, mas as reclamações de escolas onde matriculava os filhos começaram em 2002. Em uma audiência em 2012, que ela faltou, os juízes de um tribunal de Cornwall, onde a família vive, foram informados que a educação das crianças estava comprometida pelas constantes ausências a aulas e provas.
Na ocasião, quando a primeira ordem de detenção da mãe foi emitida, a defesa de Claudia conseguiu suspender a decisão por 24 meses. Sem atender às ordens judiciaisa, a inglesa acabou presa em fevereiro de 2013 por 20 semanas. O tribunal de Cornwall disse que a prisão foi o ultimo recurso, devido ao não atendimento da mãe às sessões, que fez com que o processo durasse quase uma década, com custos que somavam 15 mil libras (cerca de R$ 60 mil).
A inglesa, que é solteira e trabalha com escrita criativa, acabou cumprindo dez das 20 semanas a que foi condenada e foi solta em abril do ano passado. Os filhos ficaram sob a guarda de outra família. “Eu fiquei chocada porque nem por um minuto imaginei que iriam me condenar a cinco meses numa prisão”, disse.
Claudia disse que o tempo presa serviu para reavaliar seus princípios. “Se fosse um dia bonito eu pensava que meus filhos poderiam estar entediados e olhando pela janela de uma sala de aula fechada querendo estar na praia. Não conseguia ver o mérito de não estarem na praia aproveitando”, disse.