Uma escola de moda que faz a diferença. Para muitos estrangeiros, uma das características mais marcantes do Rio de Janeiro são as comunidades que se ergueram sobre os muitos morros que formam a paisagem da cidade. Hoje de manhã, Pauline, decoradora de palco, levou as amigas até o morro do Vidigal para visitar a Casa Geração Vidigal escola de moda criada por Nadine Gonzalez, 50, e Andrea Fasanello, 40. Desde 2014, numa das casas simples localizadas no alto de uma ladeira elas administram o curso, que no ano passado formou 20 alunos e deve formar mais 20 este ano. Muitos dos estudantes moram em outras comunidades pobres e há quem, como Jéssica Senra, leve até três horas para chegar ao Vidigal. O esforço é recompensado pela chance de, ao fim de um ano, ter criado sua própria coleção, com o apoio da escola para viabilizar a comercialização.
"Todos os alunos que formamos no ano passado estão trabalhando", diz Andrea. "Temos algum apoio financeiro para iniciar o ano letivo, mas precisamos de mais. Cada aluno custa 25 mil reais por ano. Nosso intuito é conseguirmos empresas para patrocinar bolsas de estudo para eles." As meninas passaram toda a manhã aprendendo a costurar e ganharam algumas peças de roupas feitas ali mesmo na hora pelos estudantes.
O NOVO ROSTO DA CIRURGIA PLÁSTICA NO BRASIL
Após a 'aula' Louise B e Louise D tiveram um programa à parte. Cirurgiã recentemente formada em Paris, Louise B, que já passou seis meses na Jordânia trabalhando na ONG Médicos Sem Fronteiras, queria conhecer o Dr. Paulo Müller, um dos mais importantes cirurgiões plásticos do país. Ele as recebeu em seu consultório, em Ipanema, onde os três passaram cerca de 40 minutos conversando.
"No Brasil é muito comum as mulheres pensarem em fazer cirurgia plástica, sejam ricas ou pobres. As brasileiras são muito vaidosas. Cuidados com a beleza não são uma questão econômica aqui. É uma questão cultural, por mais humilde que seja a mulher, ela está sempre de batom e perfumada", disse ele. Müller explicou também que o trabalho dele consiste em jamais aparecer. "Isto é, uma intervenção estética para ser boa, não pode ser notada. E hoje, após 30 anos de profissão, posso dizer que a beleza é mais uma questão de mente, mais do que de estética".
AMANHÃ
As meninas da "l'Équipée" deixam o Rio de Janeiro rumo ao interior do país para conhecer uma paisagem e uma cultura diferente da carioca. É a segunda etapa do mergulho dessas francesas na diversidade brasileira.