Fernanda Machado conseguiu controlar a endometriose, a principal causa da infertilidade feminina e, aos 34 anos, está no quinto mês da gestão da sua primeira bebê, que se chamará Sophia, do casamento com o empresário americano Robert Riskin. À Marie Claire, a atriz falou sobre o momento que descobriu a gravidez, contou que o maior desejo que teve foi o típico prato brasileiro arroz com feijão, e com apenas 4 quilos a mais, diz que faz uma hora de exercícios físicos por dia e sessões de drenagem linfática para manter a forma.
Marie Claire: Você sempre teve o sonho de ser mãe?
Fernanda Machado: Sempre! Desde pequena eu brincava de boneca e até acordava de madrugada para cobri-la (risos), achava que era um bebê de verdade. Pedia para minha mãe um irmãozinho e passava a tarde na casa de tias que tinham acabado de dar à luz só para cuidar do neném. Então, sempre tive esse lado maternal. Demorei para ter porque demorei para achar a pessoa certa (risos). Eu não queria ter com o cara errado, estava esperando o pai ideal.
MC: Como você reagiu quando recebeu o diagnóstico da endometriose?
FM: Fiquei preocupa, um pouco pra baixo. A primeira coisa que eu fiz foi pesquisar na internet, li muitos depoimentos de mulheres tristes com medo de não conseguir engravidar e de outras tentando. Então, dava um medo, né? E quando eu descobri que eu estava com endometriose, eu já tinha mais de 30 anos, ou seja, a doença e a idade não facilitavam. E pelo fato de eu nunca ter tentado engravidar, não sabia se conseguiria logo.
MC: Em algum momento isso abalou o relação com o seu marido?
FM: Desde que descobri a endometriose, o Bob tentou me tranquilizar e sempre dizia que estava pronto a qualquer momento para ser pai. Ele era o primeiro que queria tentar e falava: “eu quero a hora que você quiser”. Ele é um cara carinhoso, sensível, parceiro e de maneira alguma ficou abalado.
MC: Como vocês reagiram quando souberam da gravidez?
FM: Quando minha menstruação atrasou, eu não queria fazer o teste, falei para o Bob: “amor, minha menstruação sempre atrasava, é normal. Não quero ficar todo mês fazendo teste de farmácia que nem uma maluca desesperada.” Mas ele comprou o teste e me obrigou a fazer porque estava muito curioso (risos). Deu positivo! Fiz vários para ter certeza e mesmo assim fiquei na dúvida. A gente não acreditava porque foi tudo tão perfeito. Eu vim em agosto para o Brasil tirar o implante [de progesterona, que corta a menstruação e é usado no tratamento da endometriose] e fiz dez sessões de acupuntura para 'acordar' meus ovários. Voltei para a Califórnia [onde mora o marido de Fernanda] e em setembro nos mudamos para nossa casa nova lá, foi quando a menstruação desceu. Logo depois da casa ficar pronta, descobri que eu estava grávida. Ficamos chocados de alegria. Mas até os quatro meses tentamos manter em segredo porque é minha primeira gravidez. Era uma felicidade extrema com um medo enorme.
MC: Como você está cuidando do corpo e lidando com as mudanças?
FM: Eu estava malhando muito antes de engravidar, fazendo yoga, crossfit e pilates. Quando eu descobri que estava grávida, diminui bastante o ritmo até porque fiquei bem cansada e com menos energia. No começo, perdi peso porque enjoei muito, mas até agora engordei 4 quilos. Esse começo é doido porque a gente acha que é só a barriga, mas ficamos toda redondinha. Eu estou tentando fazer uma hora de exercício aeróbico por dia, como transport ou hidroginástica, e bastante drenagem linfática porque chega no final do dia eu sinto que eu estou toda inchada por causa do calor, o sapato nem entra no pé (risos).
MC: Você já teve algum desejo de comida muito diferente?
FM: O começo da gravidez eu passei na Califórnia e fiquei sem apetite. Você não tem muita vontade de comer, só que se não se alimentar, você vomita. Então, de três em três horas eu comia algo. Eu falava pro Bob que queria comida brasileira, como arroz e feijão. Coitado, ele ficava doido! (risos). Esse é o maior desejo que eu já tive, comida caseira.
MC: Você pensa em ter mais filhos?
FM: Eu sempre quis ter dois. Acho que é legal para a criança não ser sozinha. Mas vamos ver como vai ser com a primeira. Se não tivesse essa situação da distância eu até me animava em ter o segundo rapidinho.
MC: Como vocês vão conciliar a vida na Califórnia e no Brasil?
FM: Estamos juntos há quatro anos e sempre conciliamos lá e cá. Os primeiros 3 anos ele ficou comigo no Rio e íamos muito pra lá. No ano passado ele precisou voltar, então, eu ia e voltava a cada dois meses. Agora com a neném eu vou ficar aqui até os seis meses de gravidez e decidimos que ela vai nascer na Califórnia. Quando ela estiver com uns 4, 5 meses, voltamos para o Brasil. A gente vai continuar indo e vindo, a diferença é que em algum momento nossa base vai ser mais aqui e em outro, mais lá. Eu espero que a neném goste de avião (risos).
MC: Acha que a gravidez é um sonho possível pra todas as pessoas que tem endometriose?
FM: Sim, é possível para todas as mulheres que têm endometriose. Minha opinião não é científica, mas é de uma pessoa que passou por isso e que quer dar esperança para quem tem esse problema. Tente fazer o máximo que você conseguir e não desista. Eu sei que às vezes a gente fica mal, pra baixo, mas é importante manter o pensamento positivo e confiar que uma hora vem.