“Era apaixonada pelo Daniel desde os 13 anos, quando fui contratada pela mesma agência de modelos que ele. O Daniel já tinha 18 e uma carreira de sucesso. Babava quando passava por mim sem nem me notar e escrevia poesias para ele em papel de carta. Uns meses depois, recebi propostas para desfilar na Ásia e o Daniel foi para Milão. Fiquei sete anos sem vê-lo.
Em 2006, fui aprovada para entrar no Big Brother Brasil. Na casa do reality show, a primeira pessoa que vi ao abrir a porta foi ele, meu primeiro amor. Morri de emoção! Na segunda semana de confinamento, revelei ao Daniel minha paixão platônica do passado. Ele achou a declaração meio esquisita, mas dias depois me beijou em uma festa do programa. Passamos a semana grudados, como namoradinhos. Era um sonho viver aquele romance com o príncipe encantado da minha adolescência! Mas ele quis terminar. Explicou-me que não queria namorar em rede nacional. Fiquei chateada, mas tentei entender. Só que, na noite seguinte, em uma festa da casa, ele tomou um porre e se agarrou com outra participante [a bailarina Roberta Brasil] na minha frente! Passei a noite inteira chorando, inconformada, trancada no quarto. Minha dor foi transmitida ao vivo e acho que as mulheres do país inteiro se identificaram. Arrependido, Daniel me pediu desculpas já no outro dia. Mas o público foi implacável: ele e a Roberta foram eliminados na votação em paredões simultâneos. Continuei minha jornada no BBB e fui vice-campeã.
Ao sair do programa, o reencontrei em uma festa. Ele voltou a se desculpar e nos reaproximamos. Um mês depois, começamos a namorar para valer - sem câmeras nem julgamento popular. Então pude descobrir quem era ele: um cara maravilhoso, que conservava a humildade da infância em Passa Quatro, no sul de Minas. Assim como eu, menina de São José dos Campos, interior de São Paulo, ele também dava muita importância à família.
Estávamos namorando havia sete anos quando perdi meu pai, vítima de um câncer, em 2013. O Daniel, que era apegado ao sogro, organizou uma excursão para a Europa para levantar o astral da família. Lá me pediu em casamento. Voltei grávida de nossa filhinha, a Anita, agora com 6 meses. Acabamos de comprar nossa chácara em São Manuel, no interior paulista. Temos uma rotina cheia de alegria com nossa pequena. Quando uma amiga me conta que foi traída pelo namorado e está em dúvida se deve voltar, aconselho: ‘Se você o ama e acredita que pode dar certo, perdoe!’. Não acho que a gente deva ser bobo e desculpar tudo. Só vale a pena quando o parceiro reconhece que errou. Sou tão feliz com o Daniel que o perdão que concedi a ele foi um grande presente que me dei.”
A reportagem completa sobre perdão, que inclui este relato, você encontra na Marie Claire de janeiro.