Um bebê que nasceu com uma rara doença no cérebro foi salvo pelos médicos com uma técnica pouco comum na Inglaterra: uma gota de supercola. O pequeno Jack Jones nasceu com uma má formação na Veia de Galeno, doença que afeta o cérebro de um a cada 5 milhões de recém-nascidos e pode ser fatal.
A enfermeira Louise Southward alertou os médicos após perceber que a circunferência da cabeça do menino era um pouco maior que a média: media 43,2 cm, 2 cm a mais que a maioria dos bebês. “Quem diria que medir a cabeça de Jack poderia salvar a vida dele?”, disse a mãe, Emma Rigby, de 26 anos, ao "Daily Mail".
Segundo a mãe, o pequeno não apresentava nenhum outro sintoma, então a família de que a medida tenha chamado a atenção da enfermeira. “Inicialmente, nós não demos muita atenção, porque ele sempre teve a cabeça um pouco grande, mas depois ficamos gratos de ter ouvido ela”, afirma a mãe.
Emma, que vive em St. Helens, no Reino Unido, disse que mesmo após avisados, os médicos concordaram que a cabeça de Jack media acima do normal, mas a mandou com o bebê para casa. Na manhã seguinte, no entanto, a mãe recebeu a ligação de um segundo médico pedindo que ela retornasse com o bebê para um exame de ultrassom, a fim de certificar de que não seria nada sério.
O exame detectou a presença de um fluido no cérebro do pequeno. “No mesmo dia, ele foi transferido para outro hospital em Liverpool, para uma série de exames”, conta. Com apenas seis semanas de nascido, Jack foi diagnosticado com a má formação da veia de Galeno, que atinge apenas 10 a 12 bebês nascidos na Inglaterra por ano.
A doença ocorre quando faltam alguns vasos no cérebro, o que faz com que aumente a pressão sanguínea no órgão, que tem menos tempo para absorver nutrientes. O aumento da pressão provoca um inchaço na maior veia do cérebro, a veia de Galeno, o que pode resultar em danos cerebrais e insuficiência cardíaca.
Emma e o marido Kelvin Jones, ambos pais pela primeira vez, tiveram que transferir o filho para um terceiro hospital, em Glasgow. Lá, foram informados de que o bebê tinha pouco mais de 30% de chance de sobreviver à cirurgia, necessária para diminuir a pressão no cérebro.
Para bloquear o inchaço e a má formação na veia de Galeno do menino, os cirurgiões usaram uma gota de uma cola chamada Histoacryl, similar a uma supercola. A cirurgia, que durou seis horas, foi bem sucedida e, no dia seguinte, Jack estava de volta ao normal –embora vá precisar de check ups temporários durante toda a vida.
“Nunca pensamos que supercola podia ser usada dessa maneira e nunca tínhamos ouvido falar dessa técnica”, diz Emma. “Mas não cansamos de agradecer a Louise e aos médicos, já que sem eles Jack poderia não estar mais aqui.”