Garçonete de um bar em Nova York, a universitária Laura Ramadei estava no fim de sua experiência de cinco anos no mercado quando resolveu desabafar sobre os diversos assédios que sofreu de clientes na sua página no Facebook. Após ser constrangida por mais um cliente, um corretor de finanças, anotou o nome dele do cartão de crédito e mandou uma mensagem aberta pela rede social.
“Você veio até o restaurante onde trabalho e pediu um drique. Quando eu perguntei a seu amigo se vocês iam querer algo para comer, você pôs a mão em minha bunda e perguntou se poderia ‘me levar para viagem’. Quando eu me assustei e perguntei: ‘Perdão, o quê?’ Vocês provavelmente se deram conta de que eu não estava aberta a esse tipo de proposta”, postou Laura junto com o recibo da conta (veja abaixo). Publicada na segunda (15), a mensagem já foi compartilhada mais de 2,2 mil vezes.
“Nós somos um restaurante que costuma receber famílias, eram 6h30 da noite e eu estava usando uma roupa folgada, uma camisa de mangas compridas, jeans e sem maquiagem... Não sei como surgiu a confusão sobre o tipo de serviço que eu estava prestando”, continuou a jovem.
Laura, que afirma ter se formado com honras na renomada Universidade de Nova York, diz que o emprego de meio período a ajudou a pagar o financiamento da universidade, além de ter convivido com ótimos colegas e, em sua maioria, uma boa clientela. “Num bar, é impossível ignorar o fato de que a misoginia existe. Não conto quantas vezes fui tratada horrivelmente e memorizei ou fotografei os nomes nos cartões de crédito, pensando numa vingança na internet.”
No entanto, segundo o relato, todas as vezes em que ficou tentada a fazer isso, Laura diz ter se contido, a despeito de ter ouvido ataques verbais, “mãos bobas” e outros tipos de abusos. “Então, parabéns, Brian! Você conseguiu! Talvez via o mundo interconectado da internet, meu post vai chegar a você e você aprenderá algo sobre como doloroso e irritante um pequeno comentário ou gesto pode ser. Ou pelo menos talvez um usuário do Facebook leia isso e pense um pouco mais em como ele trata mulheres, garçonetes e pessoas no geral.”
Segundo o site “Kitchinette”, a garçonete disse que o cliente não estava bêbado e que não procurou a página dele no Facebook porque sua intenção não era atingi-lo ou à sua família, mas tentar criar um pouco de consciência sobre como funcionários de bares são tratados no dia a dia. Segundo ela, o bar, onde já estava no final de sua experiência, foi compreensivo e apoiou sua atitude.