Um esmalte de unhas que está sendo desenvolvido pela Universidade Estadual da Carolina do Norte pode ser a nova arma para combater a epidemia de estupros nos Estados Unidos. Uma startup química de quatro universitários, a Undercover Colors, está desenvolvendo o produto que muda de cor quando a pessoa que usa toma alguma das drogas comumente usadas pelos abusadores para dopar suas vítimas, alertando do risco.
De acordo com o “Triangle Business Journal”, a empresa está levantando os recursos necessários para desenvolver o primeiro protótipo do produto e já teria US$ 100 mil (cerca de R$ 227 mil) de um único investidor. O projeto do esmalte anti-estupro também ganhou um prêmio de US$ 6,5 mil (cerca de R$ 14,8 mil) pelo 1º lugar no Lulu eGames, concurso interno da universidade que escolhe os melhores projetos desenvolvidos pelos estudantes que propõe soluções para “problemas do mundo real”.
“A universidade se orgulha em encorajar e apoiar os esforços de estudantes empreendedores para enfrentar esse problema real”, disse a vice-reitora de pesquisa, inovação e desenvolvimento econômico, Terri Lomax.
Uma recente pesquisa divulgada pelo jornal “Washington Post” aponta mais de 3.900 denúncias de relações sexuais forçadas em campus universitários americanos em 2012, número que cresceu 50% em três anos. Na Universidade Estadual da Carolina do Norte, foram 14 casos relatados entre 2010 e 2012.
Dados do governo americano revelam que há uma epidemia de agressões sexuais nas universidades: uma em cada cinco estudantes são molestadas antes de concluírem seus cursos. Elas são vítimas do chamado “date rape” (ficada-estupro, em uma tradução aproximada), cometido por flertes ou amigos em festas e encontros. Nesses episódios, as meninas costumam estar inconscientes porque beberam demais ou porque foram dopadas com drogas como o flunitrazepam, que induz o sono de forma rápida e é conhecido como “Boa noite, Cinderela”.
No mês passado, o presidente Barack Obama lançou uma campanha contra a violência sexual nos Estados Unidos. Com o lema “1 is 2 many”, um trocadilho com o numeral 2 e a palavra “too”, que em português significa algo como “um é demais”, a iniciativa visa desestimular jovens americanos de abusar de universitárias.