Uma mulher indiana ficou grávida aos 24 anos, em 1978. Na época, os médicos a avisaram que a gestação não iria adiante porque se tratava de uma gravidez ectópica, ou tubária, que ocorre fora do útero. Apavorada com a ideia de uma operação, ela fugiu e procurou tratamento para a dor em uma pequena clínica.
Neste ano, Jyoti Kumar, agora com 60 anos, voltou ao hospital reclamando de dores no estômago. "Ela relatou dor constante ao longo dos últimos dois meses e encontramos um nódulo no lado inferior direito do abdômen. A presença de um nódulo foi confirmada por ultrassonografia e temíamos que fosse câncer. Uma tomografia revelou, então, que o nódulo era feito de matéria dura, calcificada", contou Mohammad Yunus Dr. Shah, médico que a atendeu, ao jornal "Daily Mail".
A paciente foi submetida a uma ressonância magnética através da qual os médicos descobriram que a massa era, na verdade, o esqueleto de um feto. A equipe procurou na literatura especializada casos semelhantes e encontrou uma mulher belga, que tinha conservado os restos de uma gravidez ectópica por 18 anos, o período mais longo até então.
"Pedimos uma história clínica detalhada e tudo o que consegui foi que o irmão do paciente nos disse que em 1978 ela ficou grávida e teve algumas complicações. Aparentemente, ela sabia que o bebê tinha morrido e que precisaria de uma operação, mas se assustou com a perspectiva e, por isso, foi para a sua aldeia, sem fazer a cirurgia."
A equipe descobriu que a massa, contendo o esqueleto, foi encontrada densamente presa entre o útero, os intestinos e a bexiga. "O líquido amniótico, que protege o feto, pode ter sido absorvido ao longo do tempo, transformando-se apenas em um saco de ossos com algum líquido remanescente," disse Shah.