Um menino de 11 anos que estava entre as centenas de pessoas que foram transportadas para um centro de detenção da imigração no meio do deserto do Novo México foi libertado esta semana, nos Estados Unidos, após ser revelado que ele era um cidadão norte-americano, segundo informações do “Los Angeles Times”.
O garoto passou mais de um mês detido no centro para imigrantes ilegais em Artesia, no Novo México, até que um advogado que visitou o local descobriu que ele não deveria estar ali. Filho de pai americano, o garoto havia migrado com a mãe da América Central antes de ambos serem presos.
“Não acredito que eles fizeram as perguntas corretas”, disse o advogado do garoto, Stephen Manning. “Ele nunca deveria ter sido detido.” Uma porta-voz do Departamento de Segurança, Leticia Zamarripa, disse que se uma pessoa alega ser cidadã americana, os oficiais da fronteira devem detê-lo apenas enquanto investigam o caso. Um juiz é encarregado de decidir se a pessoa tem ou não status legal para ficar no país.
Pela lei americana, os filhos de pais americanos, ainda que nascidos fora do país, são considerados cidadãos do país. O caso relete o choque entre a política de imigração dos EUA e a nova realidade de famílias compostas por integrantes legais e ilegais.
Segundo o advogado, que não quis revelar o país de origem do menino e da mãe, ambos foram liberados, embora ainda não se saiba o status legal dela. Os dois cruzavam a fronteira para encontrar o pai americano, que vive nos EUA.
Nos últimos noves meses, cerca de 63 mil pessoas foram detidas na fronteira sul do país, principalmente no Texas. A maior parte dos migrantes são de países da América Central, como Honduras, Guatemala e El Salvador. Embora alguns tenham tentado entrar os EUA ilegalmente, outros se apresentam aos agentes da fronteira voluntariamente.
A escalada da violência entre gangues, o aumento da pobreza e promessas de empregos melhores estão entre as principais causas do êxodo nos países na região de fronteira, que preocupa as autoridades americanas.
Grupos de direitos humanos e advogados relatam violação aos direitos dos imigrantes, como falta de acesso a advogados, à comida e atendimento à saúde em muitos centros de detenção na fronteira, principalmente em Artesia.