Rica, linda, símbolo sexual, ativista de causas humanitárias. Além de todos os atributos inquestionáveis de Angelina Jolie, nesta terça-feira (14), a atriz americana se transformou em um símbolo de coragem ao publicar um artigo no jornal "The New York Times" revelando ter se submetido a uma dupla mastectomia preventiva.
Depois da declaração de Jolie, a âncora do canal CNN, Zoraida Sambolin, de 47 anos e conhecida por apresentar o programa matinal “Early Start”, decidiu compartilhar que tomou coragem para passar pelo mesmo procedimento. Sambolin já havia sido diagnosticada com câncer de mama há cinco semanas, mas não tinha divulgado publicamente a doença. Nesta terça, porém, decidiu falar sobre ela em sua página pessoal no Facebook. "Lutei por semanas tentando descobrir como contar que fui diagnosticada com câncer de mama e estou me afastando para fazer uma cirurgia", disse. "Então.. Angelina Jolie compartilha sua história de uma mastectomia dupla e me dá força e uma deixa para contar isso."
A cirurgia está programada para o próximo dia 28 de maio. Em entrevista exclusiva a Marie Claire, Zoraida fala como a atitude de Jolie a afetou tão profundamente a ponto de também revelar sua doença. Ela também acredita que casos como este podem ajudar outras mulheres a enfrentar essa jornada.
Marie Claire - O que você sentiu quando viu a declaração do Angelina Jolie?
Zoraida Sambolin – Senti que, se ela podia contar sua história, e podia lidar com assuntos tão subjetivos como sua feminilidade, sua sexualidade e as decisões que ela teve quando decidiu fazer isso por seus filhos, eu também poderia fazer.
Marie Claire- Em sua página pessoal no Facebook você disse que Angelina foi um incentivo para que você tomasse a mesma decisão...
ZS – Sim, disse que o fato de Angelina compartilhar sua história me dava força e uma abertura para compartilhar a minha.
Marie Claire - Você acha que atitudes como a de Angelina e a sua, ao exporem algo tão pessoal, podem ajudar outras mulheres que sofrem o mesmo problema?
ZS – Sim, acho que toda vez que uma mulher se identifica com a história de outra mulher, isso pode ajudá-la a passar por momentos difíceis como esse - e até mesmo ajudá-la a tomar algumas decisões.
Marie Claire - Quando você descobriu a sua doença? O que você pensou em fazer quando soube que estava com câncer de mama?
ZS - Descobri que tinha câncer de mama há cinco semanas. Fiquei imediatamente preocupada com meus filhos e precisei aprender ao máximo sobre meu tipo específico de câncer. Chorei, estava com medo. No entanto, falar sobre isso, ver os médicos e entender o que estava acontecendo no meu corpo me ajudou a ficar mais forte. Tenho um noivo incrível e uma família amorosa e solidária que praticamente colocaram suas vidas em espera para me ajudar a lidar com a minha situação.
Marie Claire - O que você diria para brasileiras que sofrem do mesmo problema?
ZS – Façam sempre o auto-exame em casa. Desacelerem um pouco a rotina de vida e cuidem de vocês. Gostaria também de dizer que, se você está diante de um diagnóstico de câncer, investigue muito sobre o assunto para entender o diagnóstico. O câncer em mulheres latinas não é tão prevalente como é para as caucasianas, mas tende a ser mais agressivo e difícil de tratar.
Marie Claire – Se você estivesse no lugar de Angelina Jolie, faria o mesmo procedimento preventivo?
ZS - Se eu fosse Angelina Jolie e eu tivesse o gene BRCA1 faria exatamente o que ela fez. No entanto, essa é uma decisão muito pessoal e que deve ser feita com o seu médico.
Marie Claire - Você vai fazer a cirurgia no próximo dia 28 de maio. Como está se sentindo?
ZS - Espero me recuperar muito rapidamente e voltar à vida normal.
Marie Claire – Com a declaração de Angelina Jolie, a mastectomia está sendo muito discutida hoje. Qual a importância disso?
ZS - Decidir fazer uma mastectomia não é fácil. Para mim, como mãe, foi algo fácil de considerar ao pensar nos meus filhos. Só que, como toda mulher, me preocupava com a minha feminilidade e minha sexualidade. Conversei muito com meus médicos e com meu noivo. Meu principal conselho para as mulheres é que lidem com as emoções que estiverem sentindo para que possam seguir em frente.