Após ficar em segundo lugar em um programa caça-talentos da TV pública da Áustria, chamado"Starmania", em 2006, Tom Neuwirth percebeu que o sonho de se transformar em um astro estava mais perto do que imaginava. No entanto, foi só em 2011 que o austríaco começou a ganhar espaço na mídia. Ele sabia que a popularidade estava relacionada muito mais com a sua nova imagem do que com seu talento: Tom apareceu em um novo concurso, desta vez com o nome de Conchita Wurst, uma mulher linda e barbada.
Aos 26 anos, Conchita venceu na noite de sábado (10) o Festival Eurovision, principal festival de música da Europa e que acontece desde 1956 em diferentes cidades europeias. Todos os anos, cada um dos países participantes lança seu candidato à disputa, que envolve não apenas música, mas também boa dose de patriotismo. Após derrotar outros 26 concorrentes, Conchita dedicou a vitória aos que acreditam "em um futuro sem discriminação" e disse que também é uma mensagem para alguns políticos, como o presidente russo Vladimir Putin: "Não foi uma vitória apenas para mim, mas para quem acredita em um futuro que funciona sem discriminação e baseado na tolerância e no respeito", falou a cantora durante uma entrevista coletiva, realizada em Copenhague, na Dinarmarca, após o anúncio de sua vitória.
Usando um vestido cintilante e a famosa barba, a drag queen comentou também sobre a pesquisa de um jornal sensacionalista de grande circulação que apontou que 79% dos austríacos não estavam orgulhosos de sua candidatura no concurso: "no final, o bem sempre vence, somos imparáveis. Os comentários contra mim não me interessam. Não me interessaram antes nem me interessam agora", afirmou.
Sobre o futuro da carreira, Conchita disse querer "o mundo inteiro" e confessou que seu sonho é ganhar um Grammy: "É meu grande objetivo. E no caminho pegarei tudo que puder". Ela já recebeu ofertas de produtores de Los Angeles e deve participar dos próximos eventos de celebração do orgulho gay pela Europa.