Quantcast
Channel: Marie Claire
Viewing all articles
Browse latest Browse all 305965

“Stop Telling Women to Smile”: artista cria projeto para combater o assédio nas ruas

$
0
0
UMA DAS OBRAS CRIADAS POR TATYANA FAZLALIZADEH  (Foto: Divulgação)

Não é só no Brasil que as mulheres estão cansadas de ouvir cantadas de mal gosto e piadinhas ofensivas disfarçadas de paquera. A artista norte-americana Tatyana Fazlalizadeh criou uma campanha para responder aos constantes assédios verbais que ela, suas amigas e conhecidas sofrem todos os dias pelas ruas do Brooklyn. Chamado “Stop Telling Women to Smile” (em português “Pare de dizer para as mulheres sorrirem” ), o projeto espalha por toda a Nova York retratos de mulheres que já sofreram perseguições ou foram humilhadas por desconhecidos.

Em entrevista ao site The Daily Beast, Tatyana contou como nasceu a campanha: “Sou uma pintora, antes de tudo. No entanto, nos últimos anos, trabalhei em um grande mural que me permitiu interagir mais com o espaço público. Foi aí que percebi o que era esse assédio nas ruas. Hoje, o trabalho envolve falar com as mulheres sobre suas experiências e desenhar seus retratos como forma de alerta. Comecei a pendurá-los em Bed-Stuy, que é o bairro onde moro, mas já me aventurei por Chicago, Harlem, Filadélfia e Washington DC”, contou.

PARA CRIAR OS RETRATOS, TATYANA FAZ UMA ENTREVISTA PESSOALMENTE PARA ENTENDER QUE TIPO DE ASSÉDIO A MULHER SOFREU (Foto: Divulgação)

Para criar o slogan do projeto, Tatyana se inspirou numa frase que é constantemente usada pelos homens para chamar a atenção das mulheres nas ruas: “Somos vistas como se tivessemos obrigação de ter sempre uma resposta emocional positiva, de estarmos sempre felizes, bonitas, bem-humoradas. Os homens muitas vezes começam uma conversa esperando que a mulher obrigatoriamente responda, sorrindo. Nós não devemos nada para ninguém, não temos responsabilidade de responder nada para ninguém, principalmente um estranho”, explicou.

A ARTISTA TATYANA FAZLALIZADEH  (Foto: comportamento)

Por enquanto, as peças criadas pela artista são todas inspiradas em mulheres conhecidas: “Eu as entrevisto antes, pessoalmente, para saber suas histórias e o que passaram. A última com quem conversei foi indicação de um colega, que mora em Sunset Park, no Brooklyn. Ela é metade guatemalteca e metade mexicana. Sua situação é muito diferente de onde moro. E é bom assim, pois tento pegar experiências e perspectivas diversas”, disse. No entanto, o sucesso do projeto é tanto que Tatyana já perdeu as contas de quantos pedidos de participação já recebeu por e-mail: “Este projeto tem provocado emoções fortes nas pessoas! Algumas descrevem o assédio em detalhes, querem me contar tudo,  outras apenas agradecem pela existência da campanha. Também já recebi mensagens dizendo que estou levando o assunto muito a sério, que os gracejos são apenas elogios e que devemos superar. Essa parte é um pouco frustrante. Sou adulta e sei o que é um elogio e eu sei o que não é”, disse ela.

O próximo passo do “Stop Telling Women to Smile” é extrapolar os limites de NY. "Recebi muitos pedidos de mulheres que querem levar a campanha para suas cidades. O projeto não é mais só meu, é de todo mundo. Por enquanto, estou enviado retratos que já tenho pronto, mas quero muito visitá-las e criar obras específicas".

OBRAS DA CAMPANHA "STOP TELLING WOMANE TO SMILE" (Foto: Reprodução/ Facebook)

 

 


 


Viewing all articles
Browse latest Browse all 305965