Irina Popova fotografou a realidade de um casal russo viciado em drogas que viviam com a filha de dois anos. Quando foram publicadas, as imagens chocaram. A fotógrafa se viu envolvida em uma grande polêmica na web ao publicar seu livro “Another Family”, no qual mostra as condições em que a pequena Anfisa era forçada a viver. Irina foi acusada de ter se aproveitado da família para conquistar fama e dinheiro. “Eu não podia imaginar que a reação das pessoas seria essa”, defende-se a fotógrafa em vídeo publicado em sua página no Youtube.
A realidade das imagens é dura: falta de higiente, deterioração e abandono. As fotos foram feitas em 2008 e mostram a criança morando em uma casa suja e comendo em bacias como se fosse um animal. Os pais, Lilya e Pasha, aparecem sempre sob o efeito das drogas. Em muitas imagens estão nus ou praticando ato sexual em frente à criança.
A falta de cuidados é gritante. Anfisa muitas vezes aparece em situações de perigo extremo, como quando se inclina para fora de uma janela ou segura um cigarro. A menina via, também, seus pais consumindo drogas e pedindo dinheiro na rua.
Irina expôs as fotos em São Petersburgo e ganhou muitos prêmios. No entanto, uma grande polêmica envolveu a fotógrafa na internet: por que ela não interveio na situação? Por que não denunciou para as autoridades a condição degradante em que a criança vivia? A fotógrafa foi chamada de oportunista por aproveitar da dura realidade daquela família sem nada fazer por eles. "Minha intenção era mostrar um tipo de amor que está à margem da sociedade", respondeu Irina. "Achei que não parecia certo denunciar dois pais que amavam seu filho, mesmo com o problema que tinham com as drogas".
A criança nunca foi tirada do casal. Em 2012, Lyala deixou a filha com o pai para se internar em uma clínica de realibitação. Hoje, ela trabalha em uma loja. Pasha faz trabalhos como eletricista e Anfisa frequenta a escola normalmente. "A realidade é muito mais complexa do que pode parecer. Não devemos julgar pelas aparências", defende Irina ao jornal britânico "Daily Mail".