
Jessica Newsom, de Louisiana, nos Estados Unidos, tinha 20 anos quando encontrou progesterona - um hormônio sexual feminino - no quarto do pai. Então conhecido como Jeff, ele chegou mais tarde em casa e disse para ela que gostava de se vestir de mulher e era algo que fazia desde jovem.
Quatro anos depois, Jeff decidiu que queria viver como uma mulher em tempo integral e ficou conhecido como Julie. Jessica contou ao Daily Mail como demorou alguns meses para processar a notícia, mas apoiou totalmente a jornada de Julie.
Além do hormônio, Jessica encontrou perucas no quarto do pai. "Eu me mudei da casa da minha família quando comecei a faculdade em 2003 e nos anos que se seguiram, minha mãe foi diagnosticada com câncer de mama e meus pais se separaram", disse ela.
E completou: “Como eu não morava mais perto de casa, estava confusa e sentia muitas vezes que era culpa da minha mãe quando ela começou a sair com outro homem durante o tratamento. Eu conversava com meus pais pelo telefone, mas nunca recebi nenhuma resposta e, quando fui visitá-la, descobri que meu pai se vestia de mulher”.
Jessica, agora com 34 anos, contou que seus pais se separaram quando sua mãe descobriu que seu pai se identificava como uma mulher.
“Eu estava em casa em uma visita em 2005 e tive essa estranha sensação de entrar em seu quarto. Isso nem estava no meu radar, mas minha mãe disse: ‘Seu pai tem algumas coisas para lhe dizer’”, contou Jessica.

"Eu não tinha certeza do que esperar e quando vi as perucas no canto, pensei: ‘Isso é estranho. Era de uma fantasia de Halloween?’. E enquanto olhava ao redor da sala, vi algumas prescrições. Tive um sentimento de estar afundando. Pesquisei na internet para descobrir o que era e, enquanto lia, comecei a surtar. Liguei para o meu namorado na época e expliquei o que encontrara”, disse Jessica.
No começo, ela se esforçava para processar a notícia: “Eu não sabia como reagir, o que fazer ou o que dizer. Lembro-me apenas de andar pela casa sem saber o que fazer, apenas me sentindo insegura sobre o que estava acontecendo com minha família. Eu sempre me sentia responsável por meus pais se separarem, mas comecei a perceber que havia muitos fatores que eu não sabia. Mais tarde, naquele mesmo dia, meu pai me contou o que estava acontecendo”.
Julie explicou que era algo que ela gostava desde que era pequena. Explicou que sempre que teve a oportunidade de colocar os vestidos da mãe de Jessica, quando não estavam, ela fazia.
Ela se explicou como se sentia nervosa quando começou a se identificar como uma mulher, particularmente quando foi trabalhar pela primeira vez, preenchida com inúmeras emoções. “Estava animada e empolgada por poder expressar minha identidade de gênero, mas em situações públicas fiquei nervosa e apreensiva, imaginando se as pessoas me aceitariam”, disse ela.
Julie contou que foi um enorme alívio contar para a filha. “Minha mente não está mais tão ocupada com questões de gênero, e eu não sou mais muito apegada à comunidade transgênero”, disse. Em maio de 2015, ela passou por cirurgia de redesignação sexual e foi acompanhada por Jessica.

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