
Nubia Oliiver passou por momentos intensos em sua vida que, muitas vezes, prefere guardar em uma caixinha, mas aceitou compartilhar um pouco de sua história com a Marie Claire. A modelo conta que já realizou dois abortos, o primeiro em 1991 e outro, mais recente, em 2005, pouco antes de sua única filha, Anne Abate, de 15 anos nascer.
“Não me arrependo de nenhum deles. Não tinha condições financeiras e nem psicológicas para colocar um filho no mundo. Sabemos que o aborto é um problema de saúde pública no nosso país. O direito fundamental deveria ser da mulher. Acredito que a mulher tem o direito de decidir, a sociedade respeita, o Estado garante e cuida e ninguém deve se meter", pontua.
Pouco antes do segundo procedimento, em 2004, ela foi diagnosticada com depressão e síndrome do pânico, depois de um acidente que sofreu. A partir daí, ela descobriu que tem pré-disposição genética para desenvolver a doença.
“Minha carreira começou muito rápida em 1993 e eu não estava preparada. No ano seguinte, tive um acidente de moto, não me machuquei gravemente, porém isso desencadeou a síndrome do pânico e de lá para cá vieram algumas crises. A depressão também veio logo em seguida, mas não teve um fato ocasional, foi uma soma de fatores. Descobri que também está no meu DNA porque algumas pessoas da minha família têm a mesma doença. Estou bem hoje, sou acompanhada pelos meus médicos, psiquiatras e faço uso dos medicamentos conforme prescrição deles”, explica.

Pessoas que sofrem deste mal têm de ficar com os olhos bem atentos aos sintomas de recaídas. Ela conta que passou por isso quando perdeu o então namorado, Paulo Santana, morreu, em 2016, vítima de uma insuficiência renal.
“Claro que tive sim uma recaída devido ao que aconteceu! Me lembro também que no começo da adolescência, passei por uma tentativa de suicídio quando eu tinha 13 anos”, revela.
Hoje em dia, aos 45 anos, a modelo se vê muito feliz e realizada profissionalmente e, por isso, prefere viver a vida sem neuras principalmente com relação ao seu corpo.
“Não me comparo a ninguém e isso faz com que eu não faça loucuras com ele. Gosto de comer, beber e uso a lei da compensação: ‘exagerou um dia, fica dois de castigo’. Malho o necessário para manter o corpo saudável e harmônico. Minha autoestima é muito bem resolvida, me aceito e me amo”, declara.
Outro motivo que a deixa com a mente muito tranquila é a vida em sua fazenda, em Uberaba, no interior de Minas Gerais, onde ela relaxa ao lado de sua criação de cabeças de gado.
“Amo fazenda, amo terra e tudo que ela nos dá. Adoro criar gado, cavalos, bichos e sou muito ligada nos agronegócios. O contato com a natureza é vida, um renascimento para mim. Tenho uma fazenda, mas a estrutura é pequena ainda. Temos gado de corte, cria, recria, engorda e gado leiteiro. Isso é investimento. Cavalos é prazer”, detalha.