Em meio a boatos sobre o fim do Victoria's Secret Fashion Show e o anúncio oficial da contratação da primeira modelo trans, a brasileira Valentina Sampaio, Ed Razek, diretor de marketing da marca de lingeries, anunciou seu desligamento da empresa.
De acordo com a Bloomberg, Ed, que já havia dito que a marca "nunca teria uma modelo plus ou trans desfilando", redigiu uma carta para a equipe manifestando seu desejo de se aposentar e, consequentemente, renunciar ao cargo.
"Foi uma conversa difícil, pois como muitos de vocês sabem, nós dividimos muitas coisas ao longo de tantos anos. Incluindo um amor profundo pelo negócio. Ainda assim, é hora de se despedir", escreveu Ed na carta, compartilhada pelo jornalista Kim Bhasin.
Ed trabalhou com a Victoria's Secret desde 1983, e foi ele que começou a colocar asas de anjo nas modelos e impulsionou a popularidade do evento, que começou em 1995 e ganhou cada vez mais destaque nas décadas seguintes. Nos últimos anos, a marca registrou queda nos lucros, e há rumores de que o desfile deste ano tenha sido cancelado, mas não foi confirmado pela Victoria's Secret.
Queda nos lucros
Neste ano, a grife de lingeries americana vai fechar 53 lojas na América do Norte. A informação foi anunciado em fevereiro pela companhia L Brands, dona da marca. “Nossos planos de fechamento de lojas aumentaram em 2018, e nós voltamos atrás sobre investir em novos estabelecimentos e remodelação nos últimos anos”, disse o diretor financeiro do grupo, Stuart Burgdoerfer, durante uma conferência na época. De acordo com ele, a marca está “mais promocional do que gostaria nos últimos anos”.
A Victoria's Secret está declinando há anos por não conseguir acompanhar as mudanças nas demandas dos consumidores, especialmente em relação ao empoderamento feminino e à diversidade. E isto ficou ainda mais evidente com o surgimento de concorrentes, como a Savage X Fenty, da Rihanna, a Aerie, pertencente à American Eagle Outfitters, e a ThirdLove, que pretendem ser mais inclusivas para mulheres com diferentes formatos de corpo.
O grupo Extinction Rebellion mandou uma carta-manifesto aos organizadores da London Fashion Week pedindo o fim da semana de moda em prol do meio ambiente.
"Estamos frente a frente com uma crise existencial até 2020 e até agora nada foi feito para termos uma ação significativa. Precisamos de cultura para liderar isso.
A moda é uma das indústrias mais poluentes e influenciáveis e deve ser um sinônimo do mundo atual e, mesmo assim, trabalha de maneira arcaica de temporadas sazonais no momento de emergência.
No dia 26 de julho, enviamos uma carta ao British Fashion Council. ""Em reconhecimento à ameaça global que enfrentamos, pedimos que seja o líder que o mundo precisa e cancele o Londo Fashion Week. Pedimos que, em vez dos desfiles, a indústria convoque uma assembléia com os profissionais para debater a emergência climátia.
Não ficaremos parados enquanto o mundo estiver sendo tirado dos nossos pés. Mandamos um sinal claro para a indústria da moda de que os negócios estão nos levando à extinção"".
Na noite de segunda (05), Ana Canãs postou em sua conta no Instagram uma imagem que recebeu através das directs da rede social. Nela, aparece um homem pelado.
Nesta terça (06), ao Instagram derrubou o post afirmando que "sua publicação viola nossas Diretrizes da Comunidade". Nos stories, a cantora se pronunciou sobre o acontecimento.
"Deletaram meu post. Uma denúncia contra a cultura do estupro nas redes. Estou cansada dessa porr*. O erótico está amarrado ao sentimento, enquanto a pornografia está intrinsicamente esvaziada nesse conceito.
Numa sociedade machista, misógena e sexista, a cultura pornográfica tão incentivada (o Brasil é o País com o maior número de acessos aos filmes pornôs na internet) modela a base do espectro sexual social - especialmente para os homens e sufoca a transcendência do erótico nas mulheres.
É preciso conhecer e destruir as ferramentas de opressão e a sua consequente manutenção dos privilégios do mundo patriarcal. Sigo forte buscando o erotismo diário nas pequenas e gigantes ações da vida, ressignificando a aura poderosa e desmanteladora de tudo que nos cerceia.
Por último, convido Zuckerberh (um homem branco, hétero, cis) à alinhar suas 'leis de diretrizes e bases' ao movimento que verdadeiramente revoluciona e altera as estruturas de decisão e poder do mundo: o feminismo.
Um beijo bucetístico repleto de raios roxos na cara da hipocrisia e opressão dos machos escrotos.
Eu só queria dizer ao Instagram que ofensa mesmo é receber aquela merd* no meu inbox.
Sociedade patriarcal doente, hipócrita e totalmente amarrada ao que nos fere, nos diminui e nos objetifica - incluindo plataformas, redes e suas políticas.
A começar pela censura dos mamilos femininos, passando pela rechaço mundial à mulheres com pêlos e, finalizando, com essa exclusão de um post que visasa denunciar a cultura do estupro dentro das redes.
Audre Lorde (feminista negra e uma das minhas principais referências teóricas do movimento) me ensionou como o erótico - que é diametralmente oposto à pornografia, é suprimido nas mulheres e como ele é verdadeiramente empoderador.
O gozo (que vai muiti além do sexual, pois permeia todas as ações da vida, como dançar ou escrever uma poesia, se expressar) é uma alavanca extrema de poder, pois atrela o existencial à nossa subjetividade, prazeres, cognição, criatividade, idiossincarisias e muitas outras camadas essencialmente humanas".
Paolla Oliveira usou as redes socias para compartilhar um clique pra lá de provocante nesta terça (06), através do Instagram.
Na imagem, a atriz, que interpreta a digital influencer Vivi Guedes na trama A Dona do Pedaço, aparece de costas, em preto a branco, usando um moletom de manga comprida.
O ousado da foto é que, na parte de baixo, Paolla aparece só de meia-calça arrastão. "Livre, leve e solta", escreveu na legenda.
Os fãs se derreteram em elogios. "Meu Deus, que deusa. Maravilhosaaaaaa, espetacular", disse uma seguidora. "Que mulher é essa, Brasil?", brincou outra. "Cada foto é um tiro", disse uma terceira.
Tatá Werneck e Rafael Vitti bateram o martelo e a apresentadora anunciou nesta terça-feira que a filha do casal se chamará Cora. Segundo ela, esse é o nome da menina há duas semanas.
Após confirmar o nome, Tatá acompanhou a repercussão da escolha e interagiu com alguns fãs. Ela ficou incomodada, no entanto, ao ver que um site se referiu a Cora como "nome bizarro".
"Tata Werneck confirma nome bizarro de filha, após meses de indecisão ao lado de Rafa Vitti", era a chamada da publicação. "Vocês são bizarros! Nome bizarro é o rabo de vocês", respondeu ela. "Sabemos bem o uso da palavra bizarro no Rio de Janeiro. Existem conotações diferentes e não preciso explicar isso pra ngn, mto menos pra um jornalista", continuou. "Vão caçar likes longe da minha filha. Bizarro é esse “jornalismo” irresponsável e cruel", disse.
No Instagram, Tatá brincou sobre a troca do nome Clóvia (pelo qual chamava a filha). "Cora é bem melhor que Clóvis", divertiu-se uma fã. "Pois é, usaram esse argumento comigo", respondeu Tatá.
"Cora? O nome da cachorrinha da minha amiga", disse outra. "Tudo bem, já tive cachorro com nome de gente, está tudo em família", disse Tatá.
A primeira filha de Tatá Werneck e Rafa Vitti nascerá em outubro.
O apresentador Ruben Rua, parceiro de Luana Piovani na apresentação do programa Like Me, em Portugal, tem um novo amor. Ele posou em clima de romance com Amanda Amorin em um barco durante suas férias em Ibiza.
Luana deixou um coração nos comentários. Já os fãs ficaram curiosos para saber de quem se tratava e declararam sua torcida pela brasileira.
"Sou mais Luaninha. Mil vezes", disse uma seguidora. "E agora como vou shippar o colírio com a @luapio poxa.... o único 'casal' que eu shippei em toda minha vida não vai ser casal? Que que issooooo... To muito deprê", brincou outra. "@luapio quem é essa? Do lado do nosso colírio?", perguntou outra fã.
Ruben foi apontado como affair de Luana quando os dois começaram a trabalhar juntos no final de maio. O apresentador português já foi casado com a atriz Sofia Ribeiro.
Bruna Marquezine levou a irmã, Luana, para uma transformação no visual. A caçula seguiu o exemplo da atriz e deu adeus aos cabelos compridos. Ela optou por fios na altura dos ombros.
"Minha Lua decidiu cortar o cabelo, e pediu para eu trazer ela no salão. Conseguiu ficar ainda mais linda", derreteu-se Bruna. A mudança foi feita no salão de Giovanna Ewbank. "Não sei se ela gostou", brincou a atriz ao mostrar a irmã se olhando no espelho (veja o vídeo abaixo).
Nas redes sociais os fãs comentaram as semelhanças das duas. "A Luana está cada dia mais parecida com a Bru. Não dá nem pra dizer quem é a Bru e quem é a Lua. Maravilhosas", disse uma fã. "Muito parecida com a Bruna. Lindas", opinou outra. "Meu Deus, como a Lulu está grande e continua linda do mesmo jeito", escreveu uma terceira.
Luana, única irmã de Bruna, completará 17 anos em setembro.
A cantora Anitta fez um longo desabafo ao ver uma publicação nas redes sociais do Serasa Consumidor na noite desta terça-feira. A publicação fez uma referência à suposta dívida de Pabllo Vittar com ela, que seriam dos custos da gravação do clipe Sua Cara.
"Devendo 70 mil dólares para uma cantora?", diz a frase na imagem. "Usou o cartão da amiga para pedir um jatinho e não conseguiu pagar? A solução está aqui: Serasa Limpa Nome!", continua a legenda.
O clipe de Major Lazer com Anitta e Pabllo foi gravado no Marrocos e lançado em julho de 2017.
Veja o desabafo:
"Agradeço por lembrarem de mim e do meu trabalho. Mas acho muito triste fazer piada com um assunto que é o pesadelo diário de tantos brasileiros. Por mais que vocês respondam "Não citamos seu nome", "a carapuça serviu" . Ninguém aqui é idiota pra não saber a referência aos boatos envolvendo meu nome e de outra cantora. Nunca disse que ninguém me deve dinheiro. Meu áudio foi um desabafo por ter sido chamada de pão dura quando na verdade eu estava era fazendo das tripas coração pra fazer um projeto caro acontecer e dar certo como sempre faço. Jamais divulgo publicamente minhas decepções com as pessoas. O áudio foi viralizado por estas pessoas, provavelmente, por acharem que pelo meu tom de voz revoltado as pessoas se voltariam contra mim. Mas o tiro saiu pela culatra porque acho que as pessoas entendem que sou humana e também posso me chatear. Qualquer pedido de desculpas sobre algumas coisas valeriam muito mais de que qualquer dólar. Só não acho divertido fazer piada. Meu pai e minha mãe tiveram problemas com Serasa durante toda a minha adolescência e eu chorava diariamente por medo de perder as pouquíssimas coisas que tínhamos. De não ter onde morar. Nem tinha entendimento pra saber se isso era possível ou nao. Mas morria de medo. Se a ideia da brincadeira era viralizar as redes do Serasa, informo que infelizmente jovens que nem tem como resolver a situação dos pais olharam isso e começaram a fomentar um monte de medos na cabeça como eu já fiz na minha adolescência. Por favor não façam mais isso".
Ao que tudo indica, assim como a irmã gêmea Maiara, a cantora Maraisa também está apaixonada. Ela publicou uma foto na noite desta terça-feira com o empresário Wendell Vieira e deixou os fãs com a pulga atrás da orelha: será que eles formam um casal novamente?
"É uma obra de arte mesmo, né?", derreteu-se Maraisa na legenda da imagem no Twitter. Trata-se de uma pintura de uma fotografia dos dois abraçados.
Maraisa e Wendell puseram fim ao noivado em setembro de 2018. Alguns meses depois eles decidiram reatar - desta vez como namorados. Mas o relacionamento chegou ao fim novamente em abril de 2019.
Os fãs já comemoram uma possível reconciliação. "Pra mim esse é o casal perfeito", disse uma seguidora. "Que casal é esse, Brasil? Amo muito vocês", disse outra. "Não aguentava mais sofrer", brincou uma terceira.
Maquiador há 25 anos, Anderson conta que vencer o Prêmio Avon fez seu trabalho ser mais respeitado no mercado e lhe deu muitas oportunidades, inclusive de conhecer estrelas internacionais da maquiagem e de ser reconhecido por elas.
“Vencer me deu oportunidade de ser notado pela classe, que muitas vezes não te reconhece ou lhe dá valor. Mas mais ainda, a oportunidade de vivenciar outras possibilidades. Participar de workshops com profissionais internacionais, que provavelmente eu não teria chance de conhecer pessoalmente e ter meu trabalho reconhecido por eles e ainda poder dizer que sou amigo de grandes estrelas da maquiagem como a maquiadora de Hollywood Nikoletta Skarlatos ou Joe Dulude II, maquiador da Broadway, criador das caracterizações do premiadíssimo Wicked”, contou.
Trabalhando na área há cinco anos, a gaúcha Savana Sá, vencedora em 2018 pela categoria Publicidade, diz que a premiação lhe deu mais confiança na carreira e também na decisão de se mudar para São Paulo. Para ela, a iniciativa é fundamental para incentivar novos talentos:
“Acredito que o Prêmio Avon abra os olhos de muitas pessoas para todas as possibilidades que existem no mundo da maquiagem, além de ser um incentivo, pois trata a maquiagem como arte. Também acho que interfere diretamente na carreira de vários profissionais que já ganharam ou sonham em ganhar o prêmio, os motivando a ser cada vez melhores”, afirmou.
O Prêmio Avon de Maquiagem foi criado em 1995 para reconhecer devidamente o valor do maquiador e dar o protagonismo merecido em uma época que o sucesso de editoriais, propagandas, filmes e desfiles raramente era atribuído aos maquiadores.
A iniciativa deu tão certo que, em 2019 a premiação está com inscrições abertas para sua 24ª edição (https://www.premioavon.com.br/). Em mais de duas décadas de celebração, o evento ajudou a descobrir novos talentos e a impulsionar carreiras, entregando 138 troféus a habilidosos profissionais. Um deles é Anderson Bueno, vencedor da edição de 2011 pela categoria Artes Cênicas (atualmente, Artes).
Dicas de vencedores
Para se inscrever na edição de 2019 do prêmio é preciso ser maior de 18 anos, brasileiro ou estrangeiro residente no Brasil há mais de cinco anos (https://www.premioavon.com.br/). São seis categorias disponíveis: Artística, Editorial, Social, Publicidade, Revendedor e, neste ano, foi inserida a categoria Influenciador Digital. Para esta última, podem se inscrever pessoas com perfis públicos com mais de 10 mil seguidores e que publiquem conteúdo majoritariamente de beleza.
A primeira ‘peneira’ acontece com a avaliação dos trabalhos inscritos na premiação e daí são escolhidas cinco pessoas de cada categoria para a semifinal (também chamada de Etapa Autoral). Nesta fase os maquiadores fazem um trabalho com tema definido pelos organizadores e apenas três de cada categoria vão para a etapa final, que será ao vivo. Para encerrar, os finalistas fazem a apresentação de um vídeo executando uma das maquiagens apresentadas na etapa anterior, além de uma entrevista ao vivo com executivos da Avon.
Tanto para Anderson Bueno quanto para Savana Sá, que foram vencedores em categorias diferentes (Artes e Publicidade, respectivamente), o principal desafio do prêmio foi a Etapa Autoral.
“Realizar um trabalho autoral dentro do tema proposto, de forma condizente, sem parecer cópia de algo que já tenha sido feito ou mesmo que se assemelhe a outra categoria, (o que é muito comum), foi o maior desafio”, contou Anderson.
Já para Savana, o nervosismo e a pressão fizeram parte do processo: “Meu principal desafio foi a criação do projeto na semifinal, a etapa autoral. É ali que cai a ficha e vem a pressão de que se você passar vai para a final - e isso dá medo. O segundo momento mais difícil foi a execução da maquiagem em frente aos jurados, isso já na final, eu literalmente tremia maquiando”, contou.
Anderson Bueno tem um mantra: “Maquiagem é muito mais do que uma simples pintura no rosto”. Além de ter esta frase sempre em mente, aqueles que querem vencer a próxima edição da premiação também devem anotar as dicas preciosas do talentoso maquiador:
“Acessar as redes e a internet não são suficientes como pesquisa. A pesquisa é feita também em livros, bibliotecas, revistas e principalmente em livros de leitura! Ler é fundamental! É a leitura que vai fazer sua imaginação ir para lugares e visualizar ‘criaturas’ que só você poderá compor”, ensina.
Prêmios
Nesta 24ª edição, a premiação oferecida aos vencedores será realizada de acordo com a categoria, mas em comum, todos receberão uma viagem de quatro dias para conhecer a incrível Big Apple - Nova York, nos Estados Unidos. Além disso, todos farão um workshop de capacitação no centro de inovação e desenvolvimento de produtos da Avon em Suffern (NY).
A revelação dos ganhadores acontecerá na cerimônia de premiação no dia 31 de outubro e, logo depois, os finalistas serão convidados de honra do Baile da Bruxa no Four Seasons São Paulo. O evento celebrará a mulher e a liberdade e será promovido pela Marie Claire e Quem.
Somente para convidados, a festa terá projeções, performances de dança, atrações musicais e atividades místicas e sensoriais, como leitura de mapa astral, mapa numerológico, tarô, pêndulo e fitoterapia.
Durante muito tempo a violência doméstica no Brasil foi tratada como problema privado, familiar, e não uma questão de Estado. O sofrimento de milhares de brasileiras permaneceu entre quatro paredes, banalizado e naturalizado aos olhos do Estado, da sociedade e da Justiça.
Após anos de lutas sociais para mudar esse quadro, em 2001, a cearense Maria da Penha Fernandes acionou a Comissão Interamericana de Direitos Humanos. Pediu à corte o reconhecimento da negligência na apuração de seu caso: passados mais de 15 anos das duas tentativas de homicídio praticadas por seu ex-marido, que a deixaram paraplégica, seu processo se arrastava sem decisão definitiva.
O Estado foi responsabilizado pela inércia e recebeu a recomendação de criar políticas voltadas à erradicação da violência contra as mulheres no país. Foi assim que o projeto de lei prevendo mecanismos de combate e prevenção à violência doméstica, que contou com o apoio de um consórcio de ONGs, juristas feministas e integrantes dos movimentos de mulheres, deu origem à Lei Maria da Penha.
Ela parte do reconhecimento da posição de dominação histórica que ainda sofrem as mulheres nas relações domésticas, lembrando que a violência que as atinge é bem diferente daquela praticada contra homens. No caso deles, ela ocorre no espaço público, de maneira ocasional, praticada por desconhecidos. É decorrente do tráfico, do trânsito ou da briga de bar, por exemplo. De outro lado, a praticada contra as mulheres costuma acontecer no lar, de maneira quase habitual, por parte de parceiro ou de alguém com quem a vítima tenha parentesco/afinidade.
A Lei Maria da Penha representou o rompimento do paradigma de tolerância à violência doméstica que sempre prevaleceu no país e é um dos principais marcos na conquista de nossos direitos. Consagrada nacional e internacionalmente, é conhecida por 99% da população e foi identificada pela ONU como uma das três legislações mais avançadas do mundo sobre o tema. Entre os principais avanços: as medidas protetivas de urgência e as políticas voltadas à prevenção da violência. Nem todas implementadas, infelizmente, como é o caso daquelas destinadas à educação e à reflexão do agressor, imprescindíveis para a desconstrução da masculinidade que, muitas vezes, foi concebida na infância, para ser discriminatória em relação à mulher.
Fazendo um balanço dos obstáculos que ainda enfrentamos nesses 13 anos de legislação, um aspecto chama mais atenção: a resistência de engajamento efetivo dos homens, como se a questão da violência contra a mulher estivesse restrita a uma preocupação feminina. Se a violência de gênero é um fenômeno social, que impacta milhares de meninas e mulheres no nosso país, o qual apresenta a vergonhosa estatística de um estupro a cada 11 minutos e a 5ª colocação entre as nações com o maior número de mortes violentas de mulheres, não há mais como conceber qualquer tipo de alienação masculina. Como se diz popularmente, daquele que é parte do problema exige-se que também seja parte da solução.
Nesse aniversário da Lei Maria da Penha, nada mais urgente que um chamado aos homens para identificarem sua parcela de contribuição na produção e reprodução das relações de poder e nas definições de masculinidades que se refletem nos nossos índices de desigualdade e violência de gênero, conscientizando-os de sua responsabilidade nessa causa, que não é apenas de meninas e mulheres, mas de toda a humanidade.
Silvia Chakian é promotora de justiça, mestre em Direito Penal e autora do livro A Construção dos Direitos das Mulheres (@silvinhachakian)
Bruna Griphao compartilhou com os fãs um clique curtindo a natureza nesta quarta-feira. A atriz ficou deslumbrada ao conhecer uma cachoeira no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros., em Goiás. "Esse lugar nem parece de verdade", disse ela.
Os fãs ficaram encantados com a atriz, que exibiu seu corpo torneado de biquíni. "Nem você parece de verdade", disse um seguidor. "O lugar ou você?", perguntou outra. "Quem não parece ser de verdade é tu maravilhosa", derreteu-se outra fã.
Lexa caiu na dança e surgiu pra lá de sensual em um vídeo publicado por ela nas redes sociais na noite desta quarta-feira. Vestindo uma camisola de oncinha, a cantora rebolou na cama para divulgar um trecho de sua próxima música, em parceria com Dennis DJ. "Vem aí, 'Apimentadissima'", avisou.
Uma fã brincou com o fato do vídeo não focar tanto no bumbum quando a cantora faz o "quadradinho". "Acho que alguém ficou com ciúmes na hora de filmar a raba", escreveu, referindo-se a MC Guimê, marido de Lexa. "Eu que pedi pra cortar nessa hora", explicou a artista.
Belle Silva, mulher de Thiago Silva, respondeu algumas perguntas de fãs nas suas redes sociais nesta quarta-feira e se deparou com um pedido.
"Que tal vocês voltarem para o Rio e o Thiago para o Fluzão, hein?". Ela, que está de férias no Rio de Janeiro, não descartou essa possibilidade. "Por que não? Quem sabe? Contrato no PSG está no fim, o futuro só Deus", disse Belle.
O contrato de zagueiro e o Paris Saint German chega ao fim em junho de 2020.
Questionada sobre a vinda de Daniel Alves para o São Paulo, ela deu sua opinião. "Feliz por ele, excelente profissional. Desejo muito sucesso nessa nova fase".
Thiago já voltou à França após seu período de férias com a família. Já Belle e os filhos Iago e Izago continuam no Rio de Janeiro durante o período de férias escolares dos meninos. A influencer, aliás, se submeteu a uma cirurgia no início da semana em São Paulo.
A cantora MC Melody, de 13 anos, reiuniu convidados na noite desta quarta-feira em uma festa em Guarulhos. O evento batizado de 5M da Melody é para comemorar a marca de 5 milhões de seguidores no Instagram da artista.
A festa, aliás, teve o tema Velozes e Furiosos e Melody chegando em um carro cor de rosa.
Anitta revelou aos fãs um perrengue que passou na tarde desta quarta-feira em Portugal. Ela, que havia dormido apenas duas horas, tomou vários copos de energético para se manter acordada já que a agenda do dia previa 16 entrevistas e um encontro com 150 fãs para fotos individuais antes do show.
O resultado: Anitta ficou com dor de barriga durante uma entrevista. "Eu parei a entrevista e disse: moça, pelo amor de Deus, eu preciso muito ir ao banheiro, eu estou quase morrendo. Eu estava fazendo a entrevista prendendo o músculo", contou ela às gargalhadas em vídeo com Pedro Scooby.
"Chegou no banheiro eram três cabines, eu pedi pro segurança: 'segura aí para ninguém chegar'. Aí o outro (Scooby) estava na cabine e falou: é você, amor? Também estou 'cagando'. É o cúmulo da intimidade. Ficou os dois 'cagando', um do lado do outro", divertiu-se a cantora (veja os vídeos abaixo).
Nesta quinta-feira Anitta conhecerá os filhos do namorado - Dom, Bem e Liz. As crianças, frutos do casamento do surfista com Luana Piovani, viajarão com eles para a Califórnia.
Modeloplus size há 16 anos, Flúvia Lacerda começou agora a se aventurar em outras searas além dos desfiles e campanhas. Aos 39 anos, depois de publicar, em 2017, o livro “Gorda não é palavrão: como ser feliz gostando do seu corpo como ele”, ela está prestes a lançar sua marca de moda praia e acessórios.
E não pense que diversificar a carreira tem a ver com qualquer falha ou desgaste: ela é um marco na moda brasileira e foi, por muitos anos, chamada de “a Gisele Bündchen do plus size”, até que conquistou seu lugar ao sol e passou a ser reconhecida. Fotografada para veículos nacionais e internacionais, Flúvia entrou na carreira por acaso, e é consciente de que teve uma rara oportunidade. “Sei que fui uma das poucas que conseguiu chegar a esse patamar. A verdade é que há pouco mercado para sustentar modelos que exerçam a profissão em tempo integral. Eu estava no lugar certo, na hora certa e com o nível de talento e discernimento suficientes para ascender”, analisa.
O mercado nacional
O exemplo mais recente do sucesso como modelo é que Flúvia estrela, ao lado de outras cinco profissionais brasileiras (Agnes Nunes, Ana Claudia Michels, Débora Nascimento, Thaila Ayala e Samantha Schmutz) a campanha Verão 2020 da Arezzo, fotografada por Nicole Heiniger. De volta ao Brasil depois de morar anos em Nova York, nos Estados Unidos, Flúvia conta que recebeu o convite com surpresa: “Pulei da cadeira, não conseguia acreditar. É um sonho concretizado.”
Afinal, ela luta há mais de uma década pela profissionalização do nicho plus size.“Hoje sinto uma imensa felicidade em ver que o quadro mudou drasticamente. O mercado evoluiu muito e, apesar de ainda ter um longo caminho a percorrer até atingir o nível que existe em outros países, vejo que estamos na direção certa”, declara.
Quanto ao caminho que ainda temos de percorrer, a modelo aponta “a falta de profissionalização do setor, que ainda é imensa”, além da “falta de interesse de agências de alto calibre em moldar carreiras de novas meninas, exigir cachês mais justos e, acima de tudo, pagar modelos em janelas de tempo corretas.”
Em consonância com a campanha fotografada para a Arezzo, que põe em foco a força da união feminina, Flúvia conta que, durante seu percurso, “as mulheres ao meu redor que não se viam representadas e que vivem na pele todas as dores e perdas causadas pelas gordofobia foram meu combustível.”
Sobre autoaceitação
Em relação às situações de preconceito que enfrentou - e segue enfrentando - Flúvia é assertiva: “Penso que se há tempo para exercitar o preconceito, há tempo para se educar e sair dele. Não vejo razões para desperdiçar minhas energias e inteligência batendo de frente com pessoas que optam por estacionar na estagnação moral.”
Ela conta, ainda, que não houve um processo para se aceitar. “Sempre fez parte da minha natureza ter essa independência de pensamento, essa forma positiva de lidar com meu corpo e uma rejeição quase que absoluta ao sistema que lucra em cima de nos fazer infelizes. Jamais entendi porque deveria viver em guerra com meu corpo”, afirma. Quanto à propagação de mensagens empoderadoras, Flúvia dá a dica: “Adoraria ter meu próprio programa para falar sobre moda sob um novo ângulo.”
Em viagem de trabalho, uma amiga mandou no Whats a seguinte mensagem: “Gente! Vcs não têm ideia do meu grupo!! São uns dez héteros que ficam o tempo todo fazendo piadas infames com voz de Silvio Santos”. “Pesadelo!”, respondemos em coro, solidárias à pobre, submetida a uma semana de sorriso amarelo.
Trabalhar numa revista feminina, cercada de jovens feministas, faz a gente esquecer que está vivendo numa bolha. E antes que me chamem de “malamada-feminista-abortista”, tenho um relacionamento (heterossexual) há 14 anos. Seguindo um destino certo por linhas tortas, me livrei da paixão por um macho-estereótipo, o que diminuiu ainda mais minha tolerância para o tipo descrito acima pois sei, na prática, que não é “coisa de homem”. É idiotice mesmo.
Mas, para o bem da convivência em sociedade, sempre fiz “uma social”. Na real, esse tipo de comportamento é tão normatizado que era “tudo bem” escutar certas bobagens vindas do gênero oposto. Isso até os 40. Depois dessa idade, perdi a paciência, porque, francamente, passei quatro décadas tendo de aturar piadinha de bunda, de “viadinho”, “traveco”, “sapata” entre outras pérolas do repertório machista.
Mulheres que, como eu, viveram a adolescência nos anos 1990, sabem como é ter de se adaptar ao “culto aos meninos”
Mulheres que, como eu, foram adolescentes nos anos 1990, viveram o “culto aos meninos”. Em bando, eles eram sempre o centro das atenções, bebendo, gritando bobagens, se atirando do palco nos shows de rock, se empurrando, arrotando… Tudo em nome da testosterona. Nós éramos a plateia, sempre pronta a aplaudi-los. Qualquer comportamento semelhante ao deles, rendia apelidos desagradáveis, brincadeirinhas sexistas e reduzia as chances de “ficar” com qualquer um deles _pelo menos não na frente dos outros_, afinal, quem quer pegar uma menina que parece homem?
Hoje, acho que esse tipo de comportamento servia para mascarar a insegurança desses rapazes, desde pequenos submetidos e cobrados a performar sua “macheza”, seja para a família, entre si ou para nós, as espectadoras. Além disso, sejamos justas, muitos desses amigos se tornaram caras bacanas (sim, há esperança!), pais que, hoje, ajudam a desconstruir esse modelão ultrapassado. Quando um deles comete um “deslize”, dá até para dar aquele toque amigo (“Querido, não se comporte como um ogro: tá todo mundo olhando”; “Baby, isso é machista, misógino, imagina seu filhinho reproduzindo isso ou sua filha sendo a vítima de tal baixeza?”). Muitos, inclusive, corrigem os parceiros publicamente. Meu marido, por exemplo, já deu sermão por comentário homofóbico e disse a um camarada, que assobiou para uma mulher na rua, que ele estava se comportando como um neandertal.
Aos que preferem não encarar que fazer piada imitando a voz do Silvio Santos é coisa do século retrasado, sorry, mas, para vocês, tenho zero paciência.
Há exatamente um ano, no dia 8 de agosto de 2018, centenas de milhares de meninas e mulheres se reuniram para pedir aos legisladores e legisladoras da Argentina que garantissem acesso legal e seguro ao aborto no país. Essas mulheres fizeram parte de uma enorme e poderosa campanha: #AbortoLegalYa. Elas vieram de diferentes movimentos e organizações, incluindo a Anistia Internacional Argentina, e se uniram para pedir mudança.
Na madrugada do dia seguinte, após um dia todo de votação, o Senado argentino rejeitou o projeto de lei que legalizaria o aborto no país. Agora, sete mulheres que faziam parte do movimento inspirador conhecido como "a onda verde" - cor que se tornou sinônimo da campanha por aborto legal e seguro na Argentina - revelam por que elas não estão nem perto de parar de se posicionar. Leia seus depoimentos!
“Nós éramos uma linda corrente verde que continuará avançando” - Noelia Garone, 31, defensora dos direitos humanos e advogada
“Houve empolgação no ar na marcha histórica antes da votação sobre o aborto no Senado no dia 8 de agosto de 2018. Embora o resultado não fosse o que milhares de mulheres estavam esperando, a verdade é que foi um belo dia de verdadeira conexão. Mesmo as últimas lágrimas que choramos não foram tão tristes, porque havia a sensação de que éramos uma linda corrente verde, que continuará avançando e que conseguirá fazer com que o aborto seja legalizado. Vai acontecer, você só precisa da corrente verde ao seu lado”.
“Nunca pare de questionar a sociedade ou de pedir mudanças” - Justina de Pierris, 15, estudante
“Durante o debate sobre a legalização do aborto, aprendi que as batalhas não são apenas vencidas marchando nas ruas, mas conversando-se com familiares, amigos e colegas de classe. Você nem sempre vai encontrar pessoas que concordam com você. No dia 8 de agosto de 2018 - dia em que o debate aconteceu no Senado da Argentina - fui às manifestações do lado de fora do Congresso Nacional. Foi incrível estar cercada por tantas pessoas lutando pela mesma causa. Se você quiser melhorar sua qualidade de vida e a qualidade de vida de todas as mulheres, nunca pare de questionar a sociedade ou de pedir mudanças.”
“Isso marca um ponto de virada” - Mariana Romero, 54, médica, defensora dos direitos das mulheres e pesquisadora do Centro para o Estudo do Estado e da Sociedade, em tradução livre
“Eu fui aos protestos com meu filho, em parte para que ele pudesse começar a ver porque eu faço o que faço. Havia outras mulheres lá com seus filhos também. Apesar de os protestos terem sido por causa de uma situação terrível, nós nos unimos e ficamos felizes em nos ver novamente, e nos encontrarmos ali. O debate sobre a legalização do aborto na Argentina marca um ponto de virada. Nós não desamarramos nossas bandanas verdes de nossas mochilas ou nossas bolsas porque não acreditamos que essa luta seja de curta duração.”
“A bandana verde é um símbolo” - Paula Maffía, 35, cantora
“Não foi uma derrota. A lei não passou, mas nós lutamos e haverá outras oportunidades. Enquanto isso, a bandana verde se espalhou e se tornou um símbolo, um novo distintivo. A demanda pela legalização do aborto é inescapável - não há como voltar atrás. Eu quero aprender com as gerações mais novas porque acho que é crucial que finalmente comecemos a ouvir os jovens.”
“Todo mundo é bem-vindo e bem-vinda para se juntar ao movimento feminista” - Sofía Novillo Funes, 32, assistente de projetos para jovens da Anistia Internacional
“Estar organizadas é o que nos salva. O feminismo é a melhor coisa que já aconteceu comigo. Permitiu-me ver que essa democracia em que vivemos não pode ser uma democracia se não estivermos representadas, se nossas vozes não puderem ser ouvidas por não temos nenhuma posição de poder. O debate sobre a legalização do aborto fez com que os assuntos ligados ao feminismo se tornassem mais comuns, algo sobre o qual você encontraria homens conversando em um café, por exemplo, e que, para mim, era algo que nunca tinha acontecido antes. Todas e todos são bem-vindos e bem-vindas para se juntar ao movimento feminista.”
"O progresso que fizemos não pode ser desfeito" - Florencia Marolakis, 20, estudante e integrante do grupo de jovens da Anistia Internacional Argentina
“Eu tenho um irmão mais jovem. Em casa, ele sempre tinha permissão para fazer as coisas antes de mim, mesmo sendo mais velha. Quando eu tinha nove anos, recebi uma nova bicicleta de presente. Eu queria sair e andar sozinha, mas meus pais me disseram: ‘Não, algo pode acontecer com você porque você é uma menina’. Eu não conseguia entender por que eles disseram aquilo. Isso me deixou com raiva, mas, com o tempo, eu percebi que não era culpa deles. Eles realmente estavam com medo. Eu sou definitivamente uma feminista. A consciência do que é o feminismo e por que ele é importante é algo que comecei a ver nas pequenas coisas do dia-a-dia, e isso se tornou mais conhecido nos últimos anos graças ao movimento das mulheres. O progresso que fizemos não pode ser desfeito.”
“Eu nunca vivi nada parecido” - Yaridbell Licón Rodríguez, 26, gerente de mídias sociais e jornalista. Nascida na Venezuela e agora morando na Argentina
“Eu sou da Venezuela e lá ninguém fala sobre aborto; não é algo sobre o qual você pode sentar e conversar. De repente, estou em um país cheio de mulheres incríveis que saem às ruas para se apoiarem e se posicionarem, totalmente unidas. A coisa toda me dá arrepios porque eu acho superemocionante que esse tipo de movimento exista aqui. Eu quero que ele exista no meu país também, e é por isso que estou dizendo tudo isso. Aquele dia para mim foi... eu nunca imaginei que sentiria o que senti naquele momento.”
Na Argentina, assim como em muitos outros países, o aborto é criminalizado, exceto em circunstâncias muito limitadas. Pessoas que engravidam e não podem ou não querem continuar com a gravidez são, muitas vezes, forçadas a tomar uma decisão impossível: colocar suas vidas em risco ou ir para a cadeia.
A Anistia Internacional Brasil tem uma petição aberta para ajudar a pressionar as autoridades argentinas pelo acesso das mulheres ao aborto legal e seguro. Contamos com a sua ajuda!
Por vezes encontro-me admirando fotos de alguns dos meus ídolos da música dos anos oitenta. Eu era ainda criança nesta época e a maior parte deles somente pude acompanhar já na minha adolescência.
Algo que admiro em algumas dessas fotos é a androginia que elas carregam. Confesso que em um primeiro pensamento – simplista, claro – tenho a sensação que, ao menos no universo da música, a expressão da moda era mais livre.
Infelizmente, essa realidade não encontrava paralelo no meu entorno à época. Bastava eu usar um lápis preto no olho ou algum símbolo lido como “feminino” para ser motivo de chacota.
Nem mais consigo me lembrar das inúmeras vezes que fui também questionada, ao longo da adolescência, quanto aos motivos que me levavam a manter os meus cabelos compridos. Sim, eu por vezes era identificada como menina. Aquilo era para mim uma sensação libertadora. Mas o meu entorno não tardava a me repreender: “você precisa cortar esses cabelos”.
Ao acolher na vida adulta o meu feminino inerente, um dos primeiros diálogos que precisei colocar em dia era qual seria a minha aparência
Pois, então, ao acolher na vida adulta o meu feminino inerente, um dos primeiros diálogos que precisei colocar em dia era qual seria a minha aparência. A cobrança do meu entorno social, a partir do momento que me afirmei ser mulher, era: “pareça uma”.
Não obstante as inúmeras pressões que sofri, mantive a minha essência. Sou feminina, sim, e permaneci andrógina. A realidade é que hoje em dia muitas vezes passo no meu cotidiano sem sequer ser notada como pessoa trans, e outras vezes nem tanto. Qual é o problema de eu expressar esta ambiguidade?
Não precisei ser ensinada a expressar-me da forma que sou. É claro que com o tempo amadureci e encontrei o meu estilo e voz, mas tudo isso partiu de um ponto claro: tão e somente quero ser eu. Pode parecer óbvio, mas não foi-me imediata a compreensão deste fato.
Eu admiro a androginia que expresso. Sou encantada pela possibilidade de significar-me em um limiar que não é necessariamente rígido. Ser andrógina não muda ou afeta a minha identidade como mulher, apenas acentua o meu sentimento de que todas nós temos o direito de nos sentirmos plenas e livres.
FALAS
Qual das
falas
recrimina
a liberta ou
a contida?
Enquanto
contida
era
clamava
pela voz
de um macho
inexistente
depois de
resoluta e
a mostra,
retrai a fêmea
e exige
novamente
o macho
Perceba,
não consigo
nada além
do que faço
e se cessar
de abrir
as cortinas
deste palco
verá que
é tudo
parte
do mesmo
acaso
Portanto
deixemos
de lado
linhas
solitárias
e vamos aos
fatos:
sua sorte
é caber
sem adoecer
a minha
é lutar
para nunca adoecer