
A indústria da moda foi rápida em querer surfar a onda do Blackout Tuesday, iniciativa online em suporte aos protestos contra violência policial e o assassinato de George Floyd e também destinada a destacar vozes e artistas negros. No Instagram, diversas marcas, das menores até grande nomes do luxo postaram quadrados pretos com a hashtag #blackouttuesday.
No entanto quando a Celine, marca de luxo francesa -- que tem o estilista também francês, Hedi Slimane, como diretor criativo -- publicou o quadrado preto com uma mensagem de apoio aos movimentos, o stylist americano Jason Bolden (que veste celebridades do calibre de Cynthia Erivo, Taraji P Henson, Janet Mock e Yara Shahidi) reprimiu a marca pela dissonância entre discurso e ação.
Segundo o stylist, que comentou na postagem da marca, a Celine não toparia vestir nenhuma celebridade negra a menos que ela tenha um stylist branco. Na sequência, o perfil Diet Prada engrossou o caldo da discussão, lembrando que a Celine é uma das marcas de luxo com menos representatividade em seus castings. Segundo o Diet Prada, desde que Slimane assumiu o cargo de diretora criativa em 2018, não mais de 12% das modelos que participaram dos desfiles da marca eram pessoas negras. Esses 12% ocorreram durante o desfile feminino do outono de 2019, quebrando quando apenas sete dos 59 modelos eram negros.
Na terça-feira, o influencer Bryanboy também criticou a postagem de Celine, fazendo um vídeo percorrendo a página muito branca da marca no Instagram. Na quarta-feira, ele seguiu com outro vídeo acrescentando: "Apenas um lembrete - não caia na lona reativa simbólica. Não apenas da Celine, mas de qualquer grande marca com promessas vazias. Verifique o histórico e as mudanças que eles fizeram recentemente. É 2020".