Nicola Adams teve que lutar muito para vencer adversidades e chegar aonde queria. E isso não refere-se apenas ao fato de a britânica de 21 anos ter se tornado a primeira mulhar a ganhar o título olímpico de boxe, em 2012, nos Jogos Olímpicos de Londres. Filha de pais separados, Nicola passou por uma infância difícil, sem pai, e contou com o trabalho árduo da mãe em uma loja para comprar luvas e seguir com os treinos.
Mas nem as próprias dificuldades impediram de atleta de ficar impressionada com a realidade de crianças órfãs na África do Sul. Nicola acaba de voltar de Joanesburgo, para onde foi a convite da Sport Relief, projeto que arrecada milhões de libras todos os anos para doar à países assolados por extrema pobreza. Lá, ela pode ajudar contando sobre sua história inspiradora: "O que vi foi chocante! Uma em cada cinco crianças na África do Sul é órfã. Também tive problemas na infância, minha mãe teve meningite e se não tivéssemos acesso a cuidados médicos, ela teria morrido. O boxe era a única distração que eu tinha", disse em entrevista ao jornal britânico Metro.
Durante a viagem, Nicola envolveu-se com duas importantes iniciativas, Ikageng e Fight for Peace, que usam o poder do boxe para transformar vidas. "Lá conheci Tony, um menino de 18 anos que foi criado cercado por armas, violência e crime. Após ser abandonado pelo pai, envolveu-se com uma gangue e aos 11 anos ganhou seu primeiro revólver. A mãe então o levou à Ikageng e desde então tudo mudou. De certa forma, Tony e eu não somos tão diferentes, nós dois estamos usando o boxe para melhorar nossas chances e deixar nossas famílias orgulhosas. Mas eu luto para ganhar competições e na África as pessoas lutam para sobreviver", contou.