Rebecca Woodard era uma mãe solteira e trabalhava para uma agência de acompanhantes de luxo quando foi contratada pelo escritório do procurador distrital de Manhattan para se tornar uma agente secreta. Parece ficção, mas a história é real.
Com uma lista extensa de clientes importantes, incluindo príncipes, bilionários, celebridades, financiadores e dois governadores dos EUA, Rebecca ajudou a desmanchar uma das principais redes de prostituição dos Estados Unidos, liderada por duas distintas senhoras, acima de qualquer suspeita. Todos os detalhes da ação estão no livro "Call Girl Confidential", que chega hoje nas livrarias norte-americanas.
Na publicação, que Rebecca assina como Rebecca Kade, há detalhes das sessões de sexo, das viagens como acompanhante de luxo e dos encontros, incluindo os que fizeram o democrata Eliot Spitzer renunciar ao cargo de governador de Nova York, em 2008. A autora conta que Spitzer era um cliente violento, que a prendia na cama e tentou estrangulá-la. "A fantasia dele era ser um agressor num cenário de ataque. Era preciso muito para me assustar, mas as atitudes dele me deixama com medo", ela escreveu.
Rebecca também afirma no livro que muitos clientes importantes queriam fazer dela uma mulher honesta: "Alguns deles pareciam o personagem de Richard Gere em 'Uma Linda Mulher'. Mas eu não queria ser salva, não precisava, Eu precisava salvar a minha filha", escreve ela em um dos trechos.
Foi para não perder a guarda da filha, inclusive, que Rebecca aceitou tornar-se agente secreta. Ao ajudar a polícia a acabar com a rede de prostituição, ela não só garantiu ficar com a criança, como se livrou da prisão. Hoje é, além de autora, estudante de Direito, em Nova York.