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Seita raeliana estimula cirurgiões a reconstituírem clitóris de vítimas de mutilação

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IMAGEM USADA EM CAMPANHA CIRCULADA NA EUROPA EM COMBATE À MUTILAÇÃO GENITAL  (Foto: divulgação)

De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde) mais de 140 milhões de mulheres no mundo sofrem os efeitos da mutilação genital, praticada na África e também em países como Iêmen e Indonésia. Desse número, uma parte pequena procura médicos que façam cirurgias para reabilitação do clitóris e lábios vaginais. Com o procedimento cirúrgico, as vitimas de mutilação podem ter relações sexuais e também voltar a terem facilidades na hora do parto. Além disso, com a reconstituição do clitóris, elas podem sentir o prazer sexual novamente.

Essa prática, no entanto, ainda é condenada por muitos médicos que definem a técnica como "anatomicamente impossível". O assunto é um tabu cultural, principalmente na África e Ásia. De acordo com uma reportagem do jornal britânico "The Guardian", um grupo formado pela seita raeliana, surgida nos anos 70, está estimulando cirurgiões a realizarem o procedimento. A seita, bastante controversa, acredita também que os seres humanos foram criados por extraterrestes com a ajuda de engenharia genética.

Na reportagem, o "The Guardian" afirma que em uma clínica escondida em San Francisco, na Califórnia, duas mulheres atendem às pacientes que querem cirurgia de reconstituição do clitóris. Marci Bowers, especializada em cirurgias de troca de sexo (ela própria nasceu homem e se tornou mulher) e a terapeuta francesa Nadine Gary, integrante da seita Rael que se dispôs a ajudar no projeto. Marci libera, duas vezes por ano, sua agenda para fazer cirurgias gratuitas em vítimas de mutilação. Nas demais, as pacientes pagam US$ 1.700 (cerca de R$ 3900) à clínica onde ela aluga uma sala. Mais de 50 mulheres já passaram pelo bisturi da cirurgiã.

O procedimento consiste na retirada do tecido cicatrizado. Logo depois, Marci faz incisões para cortar ligamentos em volta da área onde fica o clitóris. Segundo o "The Guardian", a médica afirma que, dois meses após a recuperação, o tecido erétil pode funcionar como clitóris, recuperando o prazer sexual.


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