Esqueça os seios fartos à la Pamela Anderson. A tendência da vez pede naturalidade e próteses cada vez menores. Não à toa, até mesmo a musa de “SOS Malibu” se rendeu à nova onda. Segundo pesquisa recente realizada pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, de 2014 até os primeiros meses de 2015, o número de intervenções para a troca de um silicone grande por um modelo menor cresceu 15% só no Brasil.
“Até mesmo aquelas mulheres que vêm ao consultório para colocar pela primeira vez têm solicitado uma prótese, em média, menor”, confirma o cirurgião plástico João de Moraes Prado Neto, presidente da SBCP. Se antes os modelos de 300ml a 400ml faziam sucesso entre as brasileiras, agora eles dificilmente passam de 270ml.
Mas a tal tendência nada tem a ver com novos padrões de beleza das celebridades. Segundo o cirurgião, as próteses muito grandes, além de já não proporcionarem mais um visual estético satisfatório, “ferem os tecidos da região, provocando um estiramento do revestimento cutâneo”. O resultado é o aparecimento de uma série de estrias irreversíveis e que incomodam muitas mulheres.
“Até nos Estados Unidos, onde existe uma alta preferência por próteses maiores, a mudança já começa a aparecer”, conta o dermatologista Dr. Alessandro Alarcão, titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Segundo ele, o peso do silicone associado aos sinais do envelhecimento, como a flacidez, proporciona uma queda inevitável das mamas, por menor que seja. Isso sem contar alguns possíveis problemas de coluna. “Então, algumas pacientes fazem a troca buscando justamente o conforto”, explica o especialista.
“Acho que não se trata de escolher uma prótese pequena, mas de fazer uma escolha racional, equilibrada e que harmonize com a estrutura corporal de cada pessoa”, acrescenta o Dr. Prado Neto. “Se ela tem 1,70m de altura, uma prótese de 180ml não vai aparecer, assim como é irracional colocar uma de 400ml. Já um modelo de 260ml ou 280ml me parece razoável para os conceitos atuais.”
Apesar desse novo cenário, o especialista garante que o número de cirurgias de prótese de silicone continua crescendo, o que mudou foi mesmo o objetivo final. Por aqui, a intervenção segue na dianteira do ranking de mais pedidas, superando até a lipospiração.
EXISTEM SUBSTITUTOS PARA A PRÓTESE?
De acordo com os especialistas, ainda não existe no mercado nada que possa substituir uma prótese de silicone e seus efeitos estéticos. Mas uma novidade que acaba de chegar aos consultórios dermatológicos promete atuar na flacidez e, quem sabe, adiar um pouquinho a decisão pela cirurgia.
Batizado de Fotona, o procedimento a laser já adotado por muitas pacientes do Alarcão estimula a produção de colágeno na região das mamas e proporciona uma retração imediata da pele. “Ele chega a levantar os seios cerca de 1,5cm, mesmo no caso de mulheres que já têm prótese”, explica ele. O resultado mais efetivo aparece entre a quinta e oitava sessão, que normalmente é feita em intervalo de 30 a 45 dias.
“Algumas mulheres que fizeram gostaram tanto do resultado que acabaram nem fazendo a cirurgia, mas é importante lembrar que o laser não substitui o implante de silicone”, alerta ele. “O casamento dos dois é que proporciona um resultado bastante satisfatório.”