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Leia a carta aos leitores da diretora de redação de Marie Claire, Marina Caruso, sobre a edição de agosto

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A diretora de redação de Marie Claire, Marina Caruso (Foto: Fernando Louza)

Sempre me irritei com a frase: “Por trás de todo homemháuma grande mulher”. Desde menina – quando via minha mãe saindo para dar aulas em duas escolas diferentes e chegando em casa com pique para brincar comigo –, eu sabia que o lugar das grandes mulheres não era atrás dos homens, mas ao lado deles. E até à frente. Isso explica porque me emocionei com as imagens e os depoimentos de alguns dos maiores fotógrafos do país na reportagem “Ser Pai É...”, da página 26.

São homens como Fabio Bartelt, autor de inúmeras capas de Marie Claire (inclusive esta, com a atriz Alinne Moraes) e Daryan Dornelles, o retratista oficial da MPB, que falam, sem vergonha, do choro fácil diante da imensidão do amor de pai. Homens que trabalham muito e são casados com mulheres que também trabalham muito – Bartelt é marido da top model Carol Trentini e Dornelles, da pediatra Márcia Bonfadini –, mas nempor isso terceirizama educação dos filhos.

A reportagem "Ser Pai É..." que traz depoimentos e imagens de alguns dos maiores fotógrafos do país (Foto: Reprodução / Marie Claire)



Homens que, assim como o meu marido, não se constrangemde buscar os meninos na escola, dar banho ou colocá-los para dormir enquanto a gente termina de fechar a revista, clicar um editorial ou dar um plantão no hospital. Um estudo publicado no mês passado pela Universidade de Harvard sugere que Bartelt, Dornelles, meu marido e toda essa geração de homens com quem temos o privilégio de dividir a cama, as contas e os filhos estejam intimamente ligados ao “working mother effect”, uma espécie de efeito da mãe trabalhadora.

Durante dez anos, os pesquisadores acompanharam 13.326 mulheres e 18.152 homens de 25 países para entender quais eram as reais consequências de sermos criados por donas de casa ou por mães que trabalham fora. A conclusão foi redentora para as mulheres do mercado e promissora para a luta pela igualdade de gêneros: filhas de mães que trabalham, quando adultas, ganham mais e têm melhores cargos que aquelas criadas por donas de casa.

O fotógrafo Daryan Dornelles entre os filhos Manoela, 4, e Miguel, 1 (Foto: Arquivo pessoal)



Já os filhos homens de mães que trabalham fora, quando adultos, ajudam mais nas tarefas de casa e chegam a dedicar o dobro de horas à família em comparação aos demais. Ou seja, além de super-homens, nossos filhos têm tudo para virar superpais. Mérito deles e mérito nosso.


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