A ex-analista de inteligência do Exército norte-americano que foi sentenciada a 35 anos de prisão no caso WikiLeaks, Chelsea Manning, pode ter que enfrentar a solitária por uma série de acusações, incluindo a leitura da revista "Vanity Fair", que trouxe Caitlyn Kenner na capa recentemente.
Antes conhecida como Bradley Manning, a condenada está detida na prisão militar de Fort Leanvenworth, no estado do Kansas, onde foi acusada de desrespeito, conduta desordeira, uso indevido de remédios e posse de propriedade indevida.
Chase Strangio, advogado de Manning, afirmou que as alegações foram forjadas. "Chelsea corre risco de perder várias redes de apoio simplesmente por ter um tubo de creme dental com a validade vencida, ler a revista 'Vanity Fair' com Caitlyn Jenner e solicitar um advogado quando sentiu que estava sendo acusada de má conduta", disse ao site BuzzFeed News.
Uma audiência em no dia 18 de agosto decidirá se a prisioneira, que tem autorização para fazer postagens no Twitter e escrever uma coluna no jornal "The Guardian", será penalizada.
As acusações levaram defensores da americana a criarem a petição "Free Chelsea" (libertem Chelsea em tradução literal) no site FightfortheFuture.org. Eles alegam que ela pode ter seus livros sobre estudos de transgêneros levados pela polícia, bem como revistas femininas e um estudo do Senado americano sobre torturas.
"Temo que os livros sejam levados dela - os livros foram trazidos legalmente e não são uma ameaça à segurança", afirmou advogada Nancy Hollander ao "The Guardian". Ela destacou que as acusações sobre o creme dental são "absolutamente ridículas."
Além da solitária, a penalização poderia sufocar a influência de Manning como uma voz em questões transexuais.