Um casal de duas mulheres que disse ter sido vítima de um crime de homofobia no estado do Tennessee, nos Estados Unidos, está sendo acusado agora de uma tentativa de golpe após a investigação apontar que as duas podem ter forjado o ataque para receber o dinheiro do seguro.
De acordo com a WBIR, emissora afiliada do grupo NBC, Carol Ann e Laura Jean Stutte chamaram os bombeiros em setembro de 2010, após a casa em que viviam em Venore ter sido reduzida a destroços, que elas afirmaram ter sido um incêndio criminoso provocado por vizinhos que não aceitavam a união das duas. Na fachada da casa, estava pichada a palavra “queers” (gays).
Mas a companhia de seguros responsável pelo imóvel acusou o próprio casal de ter causado o incêndio, em um golpe para receber o valor do seguro-residência fixado em US$ 276 mil (cerca de R$ 970 mil em valores atuais).
Um tribunal federal em Venore decidiu a favor da companhia de seguros e determinou que a empresa não deveria pagar o valor pela casa. Segundo a investigação, as duas mulheres teriam, elas próprias, pichado a própria casa com a palavra “queers” para acusar a vizinha Janice Millsaps.
Em sua acusação, as duas disseram que, um mês antes do incêndio, a vizinha havia dito: “Sabem o que é melhor do que uma lésbica morta? Duas lésbicas mortas.” “Nós sabemos quem escreveu isso. Qualquer um que seja capaz de pixar essa Palavra de ódio e queimar a casa de alguém. Eles são muito pertubados”, disse Laura Jean, à Época do incidente, ao jornal Knoxville News Sentinel.
Na ação, o casal se referiu diretamente à vizinha Janice, dizendo que ela “repetidamente” ameaçava as duas de morte e já teria mencionado que incendiaria a casa em que elas viviam. Mas a vizinha nunca foi denunciada, apesar de ter sido investigada pelo FBI (polícia federal do EUA) e pela polícia do Tennessee.
O tribunal que julgou o caso levou em conta testes de caligrafia que mostraram que a letra da pichação na casa incendiada não era da vizinha.