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Leia a carta aos leitores de nossa diretora de redação, Marina Caruso, sobre a edição de julho de Marie Claire

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A diretora de redação de Marie Claire, Marina Caruso (Foto: Fernando Louza)

Desde que foi criado como roupa de trabalho dos mineradores americanos, no fim do século 19, o jeans nunca saiu de moda. A cada temporada, surgem novas lavagens, modelagens e tendências que fazem com que a gente se debruce sobre o tema em edições especiais. Mas este ano, a deninmania era tão evidente – quando grifes como Fendi e Chloé, famosas pela alfaiataria, apostam em looks total jeans é preciso prestar atenção – que tínhamos que fazer algo maior, 100% jeans.

O especial de jeans da edição de julho: a deninmania voltou com tudo! (Foto: Reprodução / Marie Claire)



O primeiro pesponto desta edição nasceu em setembro passado, em Nova York, quando a top russa Nastya Sten rasgou a passarela de Tommy Hilfiger com um look todo de patchwork e a editora de moda Mariana Di Pilla me cutucou: “Chefa, isso é capa de especial jeans!”, disse. Seu desejo foi atendido: o look de Nastya veio de Nova York com exclusividade para Grazi Massafera, nossa capa do mês, e Mari – assim como a editora Larissa Lucchese – teve que pedalar para fazer uma edição em que absolutamente todas as peças de roupa (até os óculos!) fossem jeans.

O ator, roteirista e agora apresentador: "Não sou muito a favor de traição porque não sou muito a favor de fidelidade" (Foto: Daryan Dorneles)



O resultado me encheu de orgulho, assim como a entrevista do mês com João Vicente de Castro, o ator, diretor e namorador de beldades que conheci ainda criança, numa situação difícil de esquecer. Eu devia ter uns 12 anos e João, aos 8, tinha acabado de perder o pai, o jornalista Tarso de Castro e se mudar para a casa do padrinho, Caetano Veloso (que, por coincidência, morava no mesmo prédio em que meu pai). Como todos se conheciam dos tempos do Pasquim – meu pai era cartunista do jornal e o do João, um dos editores-chefes –, não demorou para que ele se juntasse às brincadeiras lá de casa.

Numa delas, viramos alvos dos desenhos do meu pai e João, tímido que só, levou o papel até ele e disse: “Agora desenha o meu papai?”. Aquilo caiu em mim como uma bomba, mas meu velho, com uma serenidade que só ele tem, disse: “Não posso fazer isso, João. Seu papai não está aqui com a gente”. O menino entendeu, voltou a brincar e continuou a vida normalmente. Aliás, eu continuei. João foi morar em NY, virou um gato, casou com a Cleo Pires, criou o Porta dos Fundos, namorou a Sabrina Sato e fez um monte de outras coisas que só o deixaram mais interessante, como você vai ler na página 64.


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