Um casal gay dos Estados Unidos está mobilizando seguidores numa intensa campanha para trazer de volta ao país a filha gerada por uma tailandesa contratada como barriga de aluguel. Gordon Allan Lake e seu marido, o espanhol Manuel Valero, afirmam que Patidta Kusolsang, que não é a mãe biológica do bebê, decidiu ficar com a pequena Carmen quando os dois se preparavam para deixar o país.
“Nós estamos aqui há seis meses e nossas vidas estão arruinadas”, disse Lake à agência de notícias Reuters. “Nossas famílias perderam os seis primeiros meses de vida de Carmen.”
Segundo o americano, a tailandesa, que não quis dar entrevistas, “teria problemas” com a orientação sexual do casal e desde janeiro se recusa a ir à embaixada americana em Bancoc para assinar os documentos que permitiria ao casar requisitar o passaporte para a filha poder deixar a Tailândia.
Ele e o marido criaram uma petição online intitulada “Ajude Carmem a ir para casa com sua família”, que já reúne mais de 38 mil assinaturas até esta sexta-feira (24), além de uma comunidade no Facebook com mais de 20 mil seguidores. Veja, abaixo, um vídeo da campanha.
O país asiático se tornou um procurado destino para casais estrangeiros que buscam mulheres dispostas a serem barrigas de aluguel, em parte devido às facilidades da legislação e ao baixo custo comparado a outros países.
No ano passado, um casal australiano foi acusado de abandonar um bebê gerado no país, que nasceu com Síndrome de Down, levando apenas o irmão gêmeo, que não era portador da enfermidade. Em fevereiro, o governo tailandês aprovou uma lei proibindo casais estrangeiros de contratar barrigas de aluguel no país.
Como a lei entra em vigência após 30 de julho, Lake e Valero não estão violando a legislação tailandesa. “O Departamento de Estado dos EUA não pode emitir passaporte para menores sem o consenso legal dos pais ou adultos que detêm sua guarda”, disse a porta-voz da embaixada americana no país, Melissa Sweeney.
Pela lei local, a mulher que gera o filho é considerada legalmente mãe e os pais que tenham contratado seus serviços não são reconhecidos imediatamente como responsáveis pela criança. O casal americano, que já tem um filho nascido de uma barriga de aluguel na India há dois anos escolheu o país após mudanças na legislação indiana.
“Todos nós estávamos cheios de expectativa, não havia razões para achar que qualquer coisa fosse dar errado”, diz Lake. “A Tailândia tem uma boa infraestrutura médica, bons hospitais, especialistas e a barriga de aluguel era praticada há anos no país.”