A culpa sempre recai nos doces, no carboidrato ou na gordura saturada. Mas não tem jeito: um dos maiores vilões da perda de peso é mesmo o metabolismo lento. E ele que não deixa os quilos extras irem embora, mesmo quando há disciplina, cardápio equilibrado e prática de exercícios. Seja por fatores genéticos ou por uma condição momentânea (alto nível de estresse, disfunção hormonal, insônia), o problema atrapalha o processo de emagrecimento, já que a pessoa queima calorias mais lentamente do que deveria, o que compromete a saúde e a qualidade de vida.
A solução mais eficiente para manter o organismo acelerado é controlar a alimentação. Partindo desse principio, a nutricionista americana Haylie Pomroy criou a Dieta do Metabolismo Rápido, que promete queimar gordura e eliminar até 10 quilos em menos de um mês. O método foi lançado em livro e virou best seller nos Estados Unidos (no Brasil, foi publicado pela Ediouro e custa R$ 29,90). Com 290 páginas, ele propõe um plano de ação de quatro semanas e dividido em três fases. Cada uma delas contempla determinados grupos de alimentos com objetivos específicos, como controlar hormônios e estimular a perda de gordura “antiga” (mais difícil de ser queimada). Ao contrário dos regimes restritivos, esse não exige a contagem de calorias. De tão eficiente, conquistou Jennifer Lopez e Reese Whiterspoon, que mantém o corpo em forma há mais de um ano sob a orientação de Haylie.
O diferencial em relação a outros programas de emagrecimento, segundo Haylie, é que esse leva em conta o porque da dificuldade de perder peso. “Se implementado corretamente, vai corrigir a causa de o corpo estar armazenando gordura. Quando o motivo é curado, o emagrecimento é mais fácil e duradouro”, diz. Outra vantagem do método é não ser restritivo. Pelo contrário: entram carboidratos, proteínas e gorduras saudáveis, que se dividem no cardápio e têm porções variadas a cada fase.
Ficam de fora apenas doces, refrigerante, café, álcool e os produtos a base de glúten e derivados de leite de vaca. Depois das quatro semanas, esses alimentos voltam, aos poucos, ao dia a dia.
Haylie Pomroy afirma que a Dieta do Metabolismo Rápido pode ser seguida por qualquer pessoa, independentemente da quantidade de peso que deseja perder. “É recomendada para quem quer se apaixonar pela comida novamente, mas de maneira saudável.” Além da perda de peso, a dieta, seguida à risca, ainda promete aumento da massa muscular, estabilidade dos hormônios e melhora da saúde comoumtodo. “O metabolismo afeta todos os aspectos da vida. Da manutenção do peso até a aparência das unhas, dos cabelos até a libido. Por isso, precisa estar sempre equilibrado”.
A dieta dura quatro semanas, cada uma dividida em três fases. Ao final de sete dias, começa‑se tudo de novo.
Dura dois dias e ajuda a controlar o cortisol, hormônio que regula o estresse, a pressão arterial e a imunidade. É considerada “tranquila”, pois é a que tem maior consumo de carboidrato.
Sinal verde: Verduras, legumes, frutas, carnes magras em porções controladas (filé‑mignon, frango sem pele, atum, pescada), grãos e amidos (arroz integral, tapioca, quinoa).
Sinal vermelho: Gorduras de todos os tipos. Até as boas, como azeite.
Café da manhã: Vitamina (meia xícara de aveia sem glúten, meia xécara de um mix de mirtilo, morango e amora, 1 maçã pequena, 1 cubo de gengibre, hortelã ou gelo) OU 1 tapioca com pasta de grão-de-bico.
Lanche: 1 fruta (laranja, 1 fatia de abacaxi ou melão, goiaba, mamão, pêra, manga, maçã, melão ou tangerina).
Almoço: Salada com verduras e legumes à vontade temperada com limão, gengibre e pimenta + 1 filé de frango (150 g) refogado com brócolis + meia xícara de quinoa cozida.
Lanche: Meia xícara de melancia em cubos com 1 colher (chá) de suco de limão siciliano OU 1 fatia de abacaxi.
Jantar: Salada com folhas e legumes + 1 filé (100 g) grelhado + 4 colheres (sopa) de arroz integral com abobrinha ralada OU 1 tortilla integral com salada + 1 maçã.
É a mais difícil de todas, mas a boa notécia é que dura apenas dois dias. Tem como função principal acelerar a queima de gorduras difíceis e antigas, que passaram ilesas por outros programas de emagrecimento.
Sinal verde: Verduras, legumes, carnes magras (mesmas da fase 1 + salmão e carne de porco) e, de fruta, apenas limão.
Sinal vermelho: Amidos, grãos e gordura.
Café da manhã: 3 claras mexidas ou cozidas, temperadas com sal, orégano e salsa.
Lanche: 2 fatias de peito de peru com pepino ou 2 colheres (sopa) de atum em
água + talos de erva‑doce à vontade.
Almoço: Salada de rúcula, alface roxa e cogumelo + 1 pimentão recheado com
carne moída OU 1 filé de atum (100 g) recheado com pimenta caiena.
Lanche: 3 fatias de rosbife + pepinos cortados em palitos à vontade.
Jantar: 1 prato de sopa de frango desfiado com legumes (brócolis, repolho, acelga).
Tem duracao de três dias e estimula a transformação da gordura estocada em energia. Não proíbe nenhum grupo alimentar.
Sinal verde: Verduras, legumes, frutas, carnes magras, grãos, amidos e gorduras saudáveis (abacate, óleo de coco, azeite e oleaginosas).
Cafe da manhã: 1 torrada sem glúten com 1 ovo mexido temperado com orégano e sal + 1 copo de leite de amêndoa batido com 3 colheres (sopa) de abacate.
Lanche: 1 maçã amassada com canela ou cacau em po OU talos de aipo com manteiga de amêndoa.
Almoço: Salada de verduras e legumes + 1 filé de salmão ou de frango assado (150 g) + 1 pêssego.
Lanche: 1 copo de água de coco + um quarto de xícara de castanhas cruas sem sal (nozes ou amêndoas).
Jantar: Salada de alface, cogumelo e tomate + meia xícara de quinoa cozida + 4 colheres (sopa) de carne moída refogada com azeitona.
O nutriendocrinologista Theo Webert, de São Paulo, aponta os principais inimigos do metabolismo acelerado.
Má qualidade do sono: Dormir mal desequilibra os níveis de cortisol e o estresse gerado por esse problema deixa o corpo mais lento e com propensão a um maior consumo de açúcar.
Dietas restritivas: “Precisam ser feitas por, no máximo, um mês, pois estressam demais o organismo”, diz Webert. Caso contrário, como resposta, o corpo não diminui o nível de insulina no sangue, o que leva ao acúmulo de gordura.
Sedentarismo: O corpo precisa se movimentar para ajudar a transformar em energia a glicose e a gordura ingeridas. E, para isso, o ideal é combinar atividades aeróbicas e musculação.
Excesso de carboidratos: Quando ocupam 50% das refeições ou mais, o cérebro sinaliza mais fome em um curto período de tempo.