Jean Sharon Abbott, 38, passou quase toda a sua vida acreditando ter uma doença incurável que a fazia se sentir "presa" no próprio corpo - sem saber que muitos dos sintomas poderiam ser facilmente tratados com uma pílula.
A americana foi diagnosticada quando criança com diplegia espástica, um distúrbio neurológico que aparece no início da vida e permanentemente prejudica a capacidade do cérebro de controlar o movimento e equilíbrio.
Por mais de três décadas, Abbott sofreu com sintomas debilitantes. "Eu mal conseguia mexer os braços ou pernas devido aos inúmeros espasmos, rigidez e dores por todo meu corpo", escreveu ela em seu blog. Ela passou por inúmeras consultas, cirurgias desnecessárias e tomou diversos medicamentos.
Mas em 2010, Abbott descobriu que o diagnóstico estava errado. Ela nunca teve paralisia cerebral, mas de uma condição rara, porém tratável, chamada distonia dopa-responsiva. Semelhante a paralisia cerebral, a distonia dopa-responsiva pode causar contrações musculares involuntárias e tremores. No entanto, esses sintomas podem ser praticamente eliminados com medicação.
Apesar dos desafios físicos, a americana contou ter sido capaz de "fazer amigos, ir para a faculdade, casar e ter filhos", além de ter mantido "uma atitude positiva e ter sido uma pessoa alegre ao longo de todo este calvário. "
Para Abbott, o novo diagnóstico fez toda a diferença em sua vida. O tratamento acabou com os sintomas que a atormentaram desde a infância.
A americana recebeu o diagnóstico correto numa sexta-feira de 2010, e apenas dois dias depois, no domingo de Páscoa, levantou-se sem ajuda pela primeira vez.
"Todos os dias eu faço tantas coisas que não eram possíveis, tais como: caminhar com minha filha até o ponto de ônibus, fazer o jantar, limpar, dar carona para as crianças até a escola e muito mais!", falou ao "Daily Mail".
Apesar de tudo o que sofreu em 30 anos por conta de um diagnóstico errado, ela não se ressente dos médicos que falharam em dar-lhe o resultado correto. "Honestamente, eu nunca tive quaisquer pensamentos negativos sobre o que eu passei".
Em seu blog, ela se concentra na gratidão. "Quando vou para a cama à noite e penso sobre a pessoa que fui, eu sorrio porque fico orgulhosa de quem era e agradeço por tirar proveito máximo da vida".