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As meninas de L'Équipée, 23 de março: mais aventura, as coisas se complicam no Cerrado profundo

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O ritual da hora do cochilo
Hoje, as meninas chegaram ao Cerrado profundo, a cerca de 500 km de Brasília, onde a paisagem plana e a vegetação rasteira se fundem a vastas e verdes pastagens cheias de gado. Elas saíram tarde demais de Pirenópolis para rodar 250 km e chegar em Jussara a tempo para o almoço.

Depois das duas da tarde, todos os restaurantes já estão fechados. Foi a ocasião perfeita para experimentar a famosa hospitalidade brasileira: Dona Gorete, moradora de Jussara, convidou-as espontaneamente a compartilhar a sua mesa. Até preparou cinco camas para elas, para que tirassem um cochilo depois do almoço e antes de voltar para a estrada.

Este é o ritual sagrado graças ao qual elas podem recuperar as energias, e elas o praticam onde quer que estejam.

A estrada de hoje: dos 225 km per corridos, 25 eram de asfalto e 200 eram de barro (Foto: Ludovic Ismaël)

Estrada de barro acidentada e lamacenta
A estrada hoje foi bastante difícil: dos 225 km percorridos, 25 eram de asfalto e 200 eram de barro. Foi a primeira vez que as meninas dirigiram fora da estrada. A ideia inicial era ir direto de Barra dos Garcas até Alto Taquari, a 285 km de distância. O problema é que, embora seja uma região de paisagens deslumbrantes, cercada por campos verdes com uma vegetação rasteira porém densa, trata-se de uma rota extremamente difícil para motos.

Por volta das 5 da tarde, e ainda com 60 km de estrada de barro acidentada e lamacenta pela
frente, o cansaço e a chegada da noite convenceram as meninas a procurar um lugar para dormir. A primeira regra de qualquer viagem de moto é a seguinte: é preciso saber quando se deve parar, ser aberta e atenta, e, se necessário, bater à porta de alguém para pedir abrigo.

Momentos inigualáveis: após quilômetros na lama, francesas acabaram em Araguainha, um dos trê s menores povoados do país, com apenas 1024 habitantes (Foto: Ludovic Ismaël)



Cama e comida no meio do nada
Após atravessarem uma pequena colina, as meninas de L'Équipée viram uma lugarejo literalmente no meio do nada, e pararam no posto de gasolina para pedir informações. Elas não tinham certeza de que encontrariam algum hotel nesse povoado, cuja extensão inteira dava para se ver de uma rápida olhada.

Estes momentos inigualáveis da vida na estrada sempre reservam as melhores surpresas: num país como o Brasil, onde tudo é gigantesco, quem poderia imaginar que as cinco francesas acabariam em Araguainha, um dos três menores povoados do país, com apenas 1024 habitantes.

Desta vez, foi Vanda Pereira de Souza, de 50 anos, gerente do pequeno e simples hotel Canastra, quem as acolheu de braços abertos. Quando as meninas chegaram, Vanda estava se preparando para ir trabalhar, mas conseguiu agilizar tudo e hospedar as garotas com todo conforto. Até encomendou para elas um jantar preparado por Dona Cleide, a cozinheira do bar da esquina, que também trouxe uma jarra de caipirinha para elas experimentarem.

"Este tipo de surpresa só é possível graças à liberdade que a moto proporciona. Paramos aqui só para descansar e acabamos tendo uma experiência mágica", disse Louise D. No dia seguinte, elas saíram bem cedinho, mas ainda chamaram a atenção de muita gente que se juntou na frente da casa para vê-las partir. Afinal de contas, não é todo dia que Araguainha recebe cinco visitantes de uma só vez!

As meninas chamaram a atenção de muita gente que se juntou na frente da casa para vê-las  (Foto: Ludovic Ismaël)



Fiquem ligados amanhã quando...
Dificuldades na estrada forçam as meninas a elaborarem um plano B.


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